|Capítulo 20 - Everything (I did) was for you|

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   Sabe o som que o Google faz quando está reiniciando e aquela grande tela azul aparece? Ou quando o Avast lhe dá um aviso "olha, irmão, tem um vírus aqui... Vamos dar aquela leve travada por uns 10 minutos e interromper tudo o que estava fazendo, okay? Falou.", e daí simplesmente desliga e reinicia lhe fazendo perder todo o seu trabalho? É a definição mais perfeita que poderia se encaixar em Romanoff agora. Ela parou de se mexer, parou de pensar, de piscar e, se não fosse um movimento involuntário, teria parado de respirar também.

   Eu cérebro entrou em um grande vácuo que ecoava a frase de Maria várias e várias vezes. A russa pensou que finalmente havia chegado sua hora. Não que ela quisesse morrer, mas, em sua opinião, a morte não era algo tão ruim depois de tudo o que ela passou.

   Romanoff parou ali, sentada na cama, desamarrando os tênis e absorvendo a fala de Maria que teve mais de um milhão de sentidos, porém o único que lhe veio a mente foi: "aceita casar comigo?".

— Okay, eu trouxe esses cobertores. Se sentirem mais frio, o meu quarto fica ao lado — May tirou Natasha de seu bloqueio.

   Foi quase como se alguém tivesse lhe tirado da tomada e lhe posto de volta rapidamente.

— Obrigada, May — Maria se levantou e pegou os cobertores dos braços da amiga.

— Oh, de nada — olhou por cima dos ombros de Maria e acenou com a mão. — Boa noite.

— Boa noite para você também — Romanoff disse, educadamente.

   Assim que Melinda saiu a russa lançou a pergunta como uma faca afiada:

— Você me pediu em casamento?

— Como é que é?! — deixou os cobertores cair no chão e sentiu seu corpo gelar.

— Você-

— Não! — arregalou os olhos — De onde tirou isso?

— Bom, você disse que a May poderia ser nossa madrinha de casamento.

   Maria soltou um suspiro aliviado e se sentou ao lado de Natasha, lhe tocando a coxa gentilmente.

— Eu estava brincando, Natasha — colocou uma mexa de cabelo da ruiva atrás de sua orelha.

— Então, você não se casaria comigo?

— Eu não disse isso. Eu só disse que estava brincando.

— Então, casaria?

— Você adora complicar minha vida e bagunçar minha cabeça, não é?

— O que posso fazer? É o que te atrai em mim.

   Maria gargalhou e negou com a cabeça. A morena depositou um beijo nos lábios de Natasha antes de se levantar e ir para o banheiro se trocar. Ao retornar, encontrou a russa segurando um envelope, um que ela conhecia muito bem.

   Ela se sentiu fraca e sem defesa alguma pela primeira vez em anos. Ali ela nunca gritaria se fosse preciso, não correria para longe e nem para perto, não se defenderia de Natasha por nada no mundo. Ela estava rendida. Romanoff analisava as fotografias com a testa franzida e ao notar a presença de Maria, ela as jogou na cama.

— Natasha...

— Quando iria me contar?

— Eu não sei... mas não agora.

— Eu tinha o direito. Sou eu nessas fotos — apontou para a pilha de fotos sobre a cama.

— Sim. Você, minha irmã e minha sobrinha. As únicas pessoas que eu me importo no mundo todo.

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