— Entra — Maria disse, pela milésima vez, tentando empurrar Natasha para dentro do carro. — Entra logo, Natasha, caramba!
— Onde a gente vai? — disse, com impaciência.
— Não vou falar. Agora entra logo ou eu cancelo tudo e você fica no seu quarto — cruzou os braços e olhou sério para a ruiva, que como uma criança bufou de raiva e entrou no veículo — E coloca o cinto.
— Tá bom, mãe.
Antes de estarem naquele pequeno empasse, elas estavam em suas determinadas tarefas na SHIELD, ansiosas para a chegada das 7hrs. Depois que recebeu as roupas do departamento de vestimentas, Romanoff ficou em seu quarto até às seis. Saiu apenas para se lavar e depois voltou para esperar por Maria. Sem contar que ela pegou o computador de Clint emprestado novamente apenas para pesquisar algumas coisas sobre milícias que poderiam estar ligadas com a marinha americana. Era óbvio que não estaria no Google uma informação como aquela, porém ela tinha seus métodos. Enquanto isso, Hill fazia todo o trabalho que tinha para ser feito e poder ficar livre a noite toda. Ela recebeu uma ligação de May assim que saiu do banho. As duas conversaram por cerca de 30 minutos até Maria se tocar do horário e sair. Ela pegou Natasha no quarto e a levou calada até o estacionamento. Ela não disse onde iriam, só mandou Natasha avisar quando sentisse fome e isso intrigou a ruiva.
— Não vai mesmo dizer? — perguntou, após passar 15 minutos na estrada caladas.
— Como se sente em relação à viagens longas de carro? — Maria contornou a pergunta da russa.
— Por que?
— Chegamos lá em duas horas. Se sentir sono pode descansar, quando chegarmos eu lhe acordo — manteve os olhos na estrada, mas sabia que Natasha a observava com muita curiosidade.
— Não pode me dizer nada? Nem uma dica?
— Achei que fosse boa em jogos — sorriu de lado e Natasha fez o mesmo. — Você é a melhor espiã do mundo. Uma excelente mentirosa. Vai saber do que se trata se eu apenas dizer uma cor. Então, não, nada de dicas.
— Então, há cores? — usou a mínima informação que tinha e isso fez Maria negar com a cabeça. — Ok, eu aceito o desafio. Até o fim desta viagem eu descubro do que se trata.
— Esse é o objetivo, ruiva — olhou brevemente para Natasha e sorriu.
A noite que acabara de cair e a luz da cidade formavam o mais belo contraste já visto nos olhos e rosto de Natasha. Seus lábios se curvam em um sorriso leve, sem provocação, sem ironia, apenas um sorriso puro. Foi ali, ou há muito tempo atrás, que ela percebeu que estava quebrando todas as regras que impôs para ela mesma quando acordou na SHIELD com Nick lhe contando tudo o que aconteceu durante as duas semanas que ela passou desacordada. Não se aproximar. Não se apegar mais. Manter distância. Não sentir. Esquecer. Ela quebrou todas essas regras e tinha certeza que iria ser cobrado dela algo por aquilo, ela sentia em cada célula do seu corpo, mas pela primeira vez na vida ela estava pouco se fodendo para aquilo. O que acontecerá com ela não importa, mas e Natasha?
Ela olhou os olhos da ruiva por uma última vez e depois voltou sua atenção ao trânsito.
Não importa o que vai acontecer amanhã. Só hoje. O que importa é o hoje. Não é isso que sempre dizem? "Foque no hoje e seu amanhã será melhor". Maria esperava o mesmo, afinal ela não se sentia muito preparada pra lidar com nada hoje.
Ela tentou focar nisso. Dar uma noite divertida para Natasha, esquecer um pouco a própria realidade, para amanhã continuar toda a mesma luta de sempre.— É um museu? — perguntou Romanoff, quebrando os pensamentos de Maria em vários pedacinhos.
— O que? — franziu a testa.
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Avaliation
FanfictionNatasha queria ser alguém melhor, queria usar suas habilidades para algo além de apenas matar mafiosos, políticos ou seja lá quem fosse um alvo para a Sala Vermelha. Clint Barton foi enviado para acabar com a ameaça que a ruiva demonstrava ser para...