Capítulo 8: Planos e Ameaças

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Os ânimos estavam exaltados novamente. Samantha nervosa, Kasten na dela e eu, não tive como não ri do papelão que o italiano prestava. Certo, estávamos em um programa com falhas e acontecimentos nada satisfatórios, porém não tínhamos o que fazer. Estávamos em uma prisão, ao qual o jogo só acabava quando eles quisessem. Eron acabou tomando medidas drásticas, repetindo sobre a revolução e do quanto queria ferrar com os produtores do programa.

— Will, faz alguma coisa?! —
Era Sam, o que eu faria? Tiraria a minha blusa e formaríamos uma dupla lutando contra o mal daquele programa?

— Ué, deixa o cara. Ele surtar não vai ser novidade.

— Vão querer levá-lo para a Ala também — Explicou baixinho, quase respondo que isso não me importava.

— O que você quer que eu faça? Dê um tapa na cara dele também?

— Não! Vai acabar em tragédia.

Foi minutos de conversa, Lucas parecia um robô, mudo e calado vendo tudo aquilo se desenrolar. De repente, o gringo aparece com uma adaga.

— Tenno un plano!

— O que você vai fazer com isso? — Perguntei, vendo toda a merda ser jogada no ventilador. Onde aperta para acabar com essa loucura?

— Pelo amor de Deus, não fala mais nada Eron — Pediu Samantha cansada.

— Non falarei, irei fazeste!

O gringo realmente veio para a briga, voou até as câmeras mais próximas e ameaçou cortar os fios, não ia surtir efeito algum, já que estávamos fora do ar como Lucas havia mencionado. Eu me levantei na hora, onde iríamos para com tanta confusão?

— Will, a porra tá ficando séria ... e esse pateta do Perito não diz nada — Falou baixinho.

Tive que intervir, segurando o braço do gringo. Ele estava fora de si, e só falava no quanto deveria resgatar a Eva. Obviamente com aquele papo, no máximo ele iria apenas parar em uma Ala para tomar remédios controlados. Ai lembrei do Farol, do desejo de Kasten em ir explorá-lo. Fiz um trato com o Eron, ele iria como guarda, mas prometeria sentar e não surtar. O bom disso, é que tudo deu certo, até o Perito voltar a falar sobre a festa. Ela não ia acontecer se o restante não estivesse presente. Ele tentava argumentar, mas sei não, aquele cara não estava ali para discutir o que vestiríamos e comeríamos na festa. Samantha ao "surtar" novamente nos levou a um ponto crucial. Perito não veio para curtir a "marré mansa" ele veio atrás de respostas, assim como nós. Sua expressão mudou, nos revelando o que queria de pronto, imagens de Sam com uma caixa de couro, Akya e eu achando os corpos. Ele jogou isso praticamente, dizendo ser assunto de polícia. Se estava tudo dando errado, porque eles não encerravam o programa de uma vez?

Enquanto Perito, discutia sobre a existência das cartas, Kasten pedia para ir ao banheiro e saía discretamente.

A conversa não andava de jeito nenhum, Samantha desconhecia totalmente das cartas, e Eron continuava calado, assim como no trato. Difícil dar alguma opinião, até porque no salão de festas, havíamos nos separado. Não tinha como adivinhar a ter visto com caixa ou carta em mãos. De repente, três figuras apareceram do corredor. Kasten, tinha dedo dela nisso. Vê-las ali, me trouxe alívio.

— O que houve aqui? — Eva questionadora, perguntava.

— Ele quer respostas, mas quem nos deve é ele — Respondi, a ruiva estava péssima. Seu olhar era de cansaço. Assim como o meu.

— Resposta de quê? — Eva perguntou confusa

— Sobre uma caixa de couro.

— Só? E precisam exalar esse tumulto de histeria, ansiedade e repulsa por conta de uma caixa? Não posso com isso, prefiro dormir.

— Estávamos preocupados com vocês, e você só pensa em dormir?

— Deixa ela — Repreendeu Kasten — Ela passou por muita coisa.

— Inveja porque consigo dormir? —
A alfinetada foi o suficiente para que eu jogasse a pergunta de volta.

— O que você tá se referindo? —Cruzei os braços impaciente.

— Nada, desculpe. Só quero que esse dia acabe. — Me desculpei também, não queria causar mais desconfortos, já bastava a distância que estava entre eu e Akya.

Surgiram questionamentos novos, eu já me enterrava no sofá o suficiente para não participar. Meu corpo estava defasado, como se tivesse corrido quilômetros, meu olhos ardiam e eu podia apostar como tinha bolsas enormes por não conseguir dormir. Eu sabia o que estava acontecendo comigo, e se eu não estivesse errado, aquilo nunca passaria se eu não desse um basta. Depois de várias reviravoltas, pressões e cansaço de todas as partes, Perito resolve ir embora. Claro, não sem antes dar todas as suas recomendações.

— Pessoal. Estou indo. Sobre a festa, já tenho grandes ideias. — Ele sorri grandemente, acena e vai embora.

Todos começam a se movimentar. Essa era a deixa, segue ela Will. Akya seguia mancando pelo corredor, mas voltava tão rápido com um aparelho em mãos que acabei deixando isso para depois. Discutir sobre mal-entendidos davam dor de cabeça, e a última coisa que quero é incomodá-la.

— Religando o sistema de vigilância. Olá pessoal, eu sou o Chris, espero que meu antecessor não tenha causado problemas.

A voz chata e irritante do robô tentava a todo custo chamar a atenção de todos. Falando de drinks para a festa e pedindo ajuda com a decoração.

— Will, também conhece de bebidas?

— Não, mas gosto de silêncio. Será que dar pra fazer? — Me joguei no sofá. Meu humor não estava o melhor naquele dia cheio de mistérios.

— Opa, o seu desejo é uma ordem. Quando quiserem estarei aqui — Respondeu Chris, desaparecendo finalmente.

Fiquei por ali mesmo, em pensamentos profundos. Me permiti fechar os olhos, ver se conseguia encontrar o sono. E lá estava ela de novo sorrindo pra mim como um anjo, como se nada de ruim tivesse acontecido. Havia passado tanto tempo desde o incidente, que ainda me pergunto o porquê de ter deixado as coisas acontecerem do jeito que foi. Não foi sua culpa, eu lembrava sempre das palavras da minha amiga, a única pessoa que eu poderia contar naquela passagem chamada vida. Nisso, sentir uma pressão estranha se apossar do meu corpo, inacreditavelmente eu não conseguia me mexer, meus olhos pesavam, como se fosse uma névoa forte e densa. Automaticamente meus músculos se relaxaram. Mas ao abrir os meus olhos novamente, eu não sabia distinguir se estava em um sonho ou pesadelo.

Watch-Pad: O Reality Show de Papel [ Will ]Onde histórias criam vida. Descubra agora