25/07/2018
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quarta-feira- Já vais? - olho para o meu pai e este aproxima-se de mim.
- Sim, estou só a ver quando é que o Uber que eu chamei chega.
- Então, mas... O Jota não te vem buscar?
- Não. - encolhi os ombros.
Ele assentiu e foi se sentar no sofá.
Cinco minutos depois, o Uber chegou e eu saí de casa.
Rapidamente cheguei à casa do jovem avançado e saí do veículo, agradecendo ao condutor pelos serviços prestados.
Assim que alcancei a porta, uma onde de nervosismo percorreu a minha espinha. Não sei qual a razão para estar com as mãos a tremer. Calma, Beni! É só um jantar com os pais de uns amigos, mais nada.
Não. Não são os pais de uns amigos. São os pais de uma amiga e do Jota, que, muito sinceramente, não sei o que é. Tecnicamente somo amigos, mas já nos beijamos algumas vezes e confesso que ele não me é indiferente.
Quando, finalmente, arranjo coragem, elevo a minha mão direita à campainha e pressiono o botão.
Segundos depois, vejo o rosto sorridente da Maria.
- Olá, Beni! - ela cumprimenta-me. - Como estás?
- Estou bem, e tu?
- Também. Entra, não vamos ficar aqui fora. - a jovem ri e cede-me a passagem.
Entro dentro de casa e fico à espera que a Maria siga à minha frente.
- Vamos, eles estão todos na sala.
Entrámos no cómodo e todos os olhares caem em nós, mais propriamente em mim.
- Mãe, pai, esta é a Benedita. - a irmã de Jota apresenta-me.
- Olá, minha querida! Muito prazer em conhecer-te. - a mais velha dá-me dois beijinhos. - Sabes, há aqui uma pessoa que fala muito sobre ti. - ela sussurra, apontando discretamente para o seu filho e as minhas bochechas ganham uma tonalidade diferente.
Ficámos mais uns minutos a conversar. Sentia o Jota estranho. Estava distante. Ainda não tinha aberto a boca para falar. Não sei que bicho é que lhe mordeu.
A mãe do futebolista colocou o jantar sobre a mesa e todos nos sentamos nas respetivas cadeiras.
- Então, Benedita, conta-nos mais sobre ti. - o pai dos meus amigos pediu. - Estás na faculdade?
- Sim, estou a estudar ciências da comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa. Este foi o meu primeiro ano e até correu bem. - sorri.
- E estás a gostar? - foi a vez da progenitora dos Filipe questionar.
- Sim, bastante. Claro que é sempre muito cansativo mas vale a pena, estou a estudar para fazer aquilo que eu quero e gosto, por isso, vale todo o esforço.
- E assim é que é. Os teus pais devem ter muito orgulho. - sorri ao ouvir as palavras do pai do jogador. Os meus pais fazem sempre questão em dizer que têm orgulho naquilo que sou e naquilo que conquisto. E, ouvir estas coisas é sempre agradável.
- E irmãos, tens? - a mulher da família pergunta.
- Para dar e vender. - gargalho. Levo o copo à boca e bebo um pouco do meu sumo. - Somos quatro. Duas raparigas e dois rapazes.
- Isso é que é ter uma casa cheia. - Maria brinca.
- Mas há mais gente a morar lá em casa. Sou eu, os meus irmãos, os meus pais mais os meus tios e os seus filhos. - a mãe deles arregala os olhos e eu rio.
- Tanta gente. - a mais velha diz surpreendida.
Continuamos o jantar entre várias conversas nas quais o Jota pouco ou nada participou. E todos nós reparamos nisso, apenas não queríamos estragar o bom ambiente do jantar.
Quando a refeição terminou, a Maria juntamente com a mãe foram para a cozinha arrumar as coisas e trazer a sobremesa. Ainda tentei ajudar mas elas não me deixaram fazê-lo, com a desculpa de que eu sou a convidada.
Entretanto, o Jota levantou-se e disse que ia à casa de banho.
Fiquei eu e o pai do número setenta e três das águias na mesa, à espera de toda a gente.
- Pode-me dizer onde é a casa de banho? Também preciso de lá ir. - o mais velho explicou-me e segui as suas instruções.
Ao percorrer o corredor da casa, vejo o Jota a sair da pequena divisão.
- Jota! - chamo-o para ver se consigo falar com ele e tentar perceber o que se passa. Ele pára de andar e olha para mim. Aproximo-me dele. - Estas bem? Estiveste o jantar todo calado.
- Estou.
- De certeza? É que não me parece.
- Sim, Benedita. Estou bem. - ele foi bruto a falar e apanhou-me de surpresa com aquela reação.
- Pronto, se tu o dizes. - ia retomar caminho para a casa de banho mas o rapaz agarrar-me o pulso.
- Desculpa.
Olho para os seus olhos e não sou capaz de proferir nada. Solto-me da sua mão e vou até à casa de banho.
Não sei o que é que acabou de acontecer.
É incrivelmente assustador como tudo pode mudar numa questão de segundos.
Estavamos a ir num bom caminho e, agora, assim sem mais nem menos tudo ficou estranho. Isto pode ser tudo confusões da minha cabeça mas algo aconteceu para o Jota estar assim.
Se fui eu que fiz alguma coisa? Não sei. Que eu saiba, não fiz nada de errado mas vou ter de falar com ele.
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Olá, olá! 🤪
Tudo bem com vocês? Espero que sim.
Confesso que escrever este capítulo foi difícil porque estava com falta de inspiração mas mesmo assim espero que esteja do vosso agrado.
Este jantar não poderia acabar bem... Eu disse que a treta estava a caminho. 😂
Espero que tenham gostado!
Rita 💙
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DOMINGOS ; joão filipe
FanfictionTERMINADA • ❝ - Eu detestava domingos, mas tu conseguiste torná-los no melhor dia da semana.❞ ✓ ritaxsilva, 2019