𝕠𝕚𝕥𝕠

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11/07/2018
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quarta-feira

É o sexto dia em terras espanholas.

O grupo todo está na praia e eu estou com eles. Os rapazes jogam à bola e eu, a Maria e a Constança estamos deitadas nas toalhas. Elas conversam sobre algo aleatório e eu estou distraída com os meus pensamentos, como sempre.

Desde domingo que a afirmação de Miguel paira na minha mente. Tento sempre ignorar o que ele disse pois não estava no seu melhor estado, mas mesmo assim, o que ele disse não fez sentido e, de certa forma, deixou-me pensativa.

Na minha cabeça, também estava o exame de condução. Embora ainda faltem alguns dias para o realizar, já me está a deixar uma pilha de nervos.

- Alguém quer vir à água? - Jota interrompe a conversa das raparigas e pergunta. Elas as duas dizem que não, já eu digo que sim.

Levantei-me e fui com o Jota até onde o resto dos rapazes estavam.

- Querem ir à água? - o Jota volta a colocar a mesma questão mas desta vez aos rapazes. Só o Rodrigo diz que sim mas antes, vai buscar a Constança e claro que houve uma guerrinha entre eles os dois.

Enquanto o casal discutia sobre irem ou não à água, eu e o Jota caminhámos até ao mar.

Ele entrou primeiro que eu e mergulhou de imediato. Eu fui entrando devagar.

- Mergulha! Está ótima. - ele diz.

- Ótima? - eu rio. - Está gelada e tu dizes que está ótima.

Ele atira-me alguma água à cara e eu reclamo com o moreno, retribuindo o gesto.

- Jota, pára! - peço entre gargalhadas. - Se eu mergulhar, deixas-me em paz?

- Não prometo nada. - ele solta uma escandalosa gargalhada e eu mostro-lhe o meu dedo do meio

Mesmo assim, mergulhei.

- Então, está boa não está? - ele aproxima-se mais.

- Poderia estar melhor. Estou cheia de frio.

- Nota-se. - ele diz apontado para o meu braço que tem a típica pele de galinha. Aproxima-se ainda mais e deposita as suas mãos nos meus ombros. - Eu estou aqui, não precisas de ter frio. Eu sou uma brasa e consigo aquecer-te só com o simples facto de estar perto de ti. - ele diz convencido e ri. Eu limito-me a dar-lhe um leve murro no seu braço e abano a cabeça em sinal de reprovação.

Ficámos uns segundos a encararmo-nos. Foi um momento constrangedor mas não conseguia parar. Os meus olhos castanhos não conseguiam desviar-se dos, também, olhos castanhos do moreno. É como se os nossos olhares fossem como ímans.

Mas, o olhar dele desce e pára nos meus lábios. Ele posiciona as suas grandes mãos na minha cintura.

- O quê...? - ele não me deixou terminar.

- Não digas nada. Por uma vez na vida, não penses nas consequências. Eu quero muito fazer isto, e tu? Queres? - apenas assinto com a cabeça e, então, ele junta os nossos lábios num beijo calmo, mas que, num instante, passa a um beijo intenso.

As nossas bocas moviam-se perfeitamente. Aquele beijo era capaz de me levar para outra realizada. Mas devido à falta de ar, tivemos de parar. Continuamos bem próximos um do outro, a tentar controlar as respirações.

- Jota...Isto é errado.

- Porquê? - ele pergunta com uma expressão confusa.

- Porque nós somos apenas amigos.

- Beni, nós somos dois jovens adultos. Tu atraís-me e admito que não me és indiferente. Por isso, porque é que dizes que é errado?

- Porque eu...Nada, esquece.

- Agora vais dizer. - ele insiste.

- A sério, esquece.

Ele encolhe os ombros e começa a afastar-se de mim, saindo da água do mar.

Pela sua atitude, dava a entender que tinha ficado ou chateado ou desiludido comigo. Porém, não me podia julgar. Fiquei sem saber o que dizer ou fazer. Ele tinha esse efeito em mim.

Dei um último mergulho e saí do mar.

Ao passar pelos rapazes, sinto um olhar a cair sobre mim. Olho para essa pessoa e vejo Jota a desviar o olhar.

Fui até à toalha e deitei-me para secar e também para me bronzear.

Algum tempo depois, fomos embora da praia.

Já no quarto, preparava-me para tomar um banho.

- Beni, eu vi o que aconteceu na praia.

- O quê que aconteceu na praia? - faço-me de desentendida pegando na roupa que ia levar para a casa banho, para vestir depois do banho.

- Tu sabes muito bem o que aconteceu. - ela mostra-me um largo sorriso.

- Por favor, diz-me que mais ninguém viu.

- Fica descansada que mais ninguém viu. Os rapazes estavam entretidos a jogar à bola e a Constança estava muito entretida a namorar com o Rodrigo. Mas, tu não o querias beijar?

- Queria. Aliás, o teu irmão até me perguntou se eu queria beijá-lo e eu disse que sim. É só que... - não continuei a frase e suspirei.

- É só que... - ela incentivou-me a continuar.

- Eu não sei o que sinto por ele. Eu não te posso dizer que estou apaixonada por ele, porque não estou. Simplesmente, ele faz-me sentir coisas que nunca senti. Não sei, estou confusa. E peço-te, por favor, não digas nada ao Jota. Não o quero iludir.

- Não te preocupes, esta conversa fica só entre nós. Mas, como tu própria disseste, não o iludas. Ele já se magoou várias vezes graças a raparigas que decidem brincar com os sentimentos dele. O Jota não merece.

- Claro que não, tudo o que eu menos quero é que ele crie sentimentos por mim e, no final, não ser mútuo.

- Ainda bem. - Maria sorria. - Tu és uma pessoa fantástica e tenho a certeza que tu e o Jota dariam um belo par.

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Houve beijo! 😻😻

Será que a relação destes dois irá progredir ou, ao invés, irá regredir?

Confesso que estava sem inspiração para escrever, por isso, se houver palavras muito repetidas ou se o capítulo não estiver nada de especial, peço desculpa. Mesmo assim, espero que tenham gostado.

Um enorme beijinho,

Rita 💕

DOMINGOS ; joão filipeOnde histórias criam vida. Descubra agora