𝕤𝕖𝕥𝕖

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08/07/2018
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domingo

É o terceiro dia aqui em Ibiza. Estes dias têm sido bastante divertidos.

Neste momento, estou a arranjar-me pois vamos todos sair.

Alguém bate à porta do meu quarto e murmurei um "entre".

- Posso? - olho na direção da porta e arregalo os olhos pois pensava que fosse a Maria que se tinha esquecido de algo, mas afinal era o Jota.

- Claro, desculpa estar a demorar algum tempo mas, já sabes como é. - solto uma gargalhada.

- Não tem problema. - ele encolhe os ombros num desvalorizar da situação. - Beni, eu posso fazer-te uma pergunta?

- Já estás a fazer. - o moreno revira os olhos, gesto que me provoca algumas gargalhadas. - Fá-la. - pedi.

- Tu estás bem? Não sei, sinto-te distante desde ontem. Mas não te sintas obrigada a contar. Só perguntei porque fiquei preocupado.

- Problemas de família, só isso. - encolhi os ombros e guardei a bolsa de maquilhagem que estava a usar para me preparar.

- Mas, estás mesmo bem? - o jogador profissional de futebol volta a insistir.

- Não te posso dizer que estou bem a cem por cento mas, não te quero chatear com os meus problemas. - esclareci.

- Não digas isso, se somos amigos, então eu gosto de saber sobre os teus problemas e sobre as coisas que te preocupam, pode ser que eu consiga ajudar.

- Não podes ajudar. - murmurei baixinho mas o suficientemente alto para ele ouvir. Sentei-me na ponta da cama que partilho com Maria, e calço os meus sapatos.

- Quem sabe se pode ou não ajudar, sou eu. - ele constata e suspiro.

- São os meus tios. À algum tempo atrás eles começaram a ter problemas financeiros e tiveram de deixar a casa deles. Portanto, foram morar para minha. E ao bocado... - parei para deixar escapar um grande suspiro. - Ao bocado, um dos meus irmãos ligou-me para dizer que a minha tia foi despedida. Aquilo vai de mal a pior e a situação deles preocupa-me imenso. - antes de prosseguir com a fala, sinto os braços do Jota a envolverem-me num abraço.

- O que é que ela faz? - o rapaz pergunta depois de desfazer o enlace.

- Trabalha, ou melhor, trabalhava numa clínica de fisioterapia. Mas parece que contrataram uma pessoa mais nova.

- Vai correr tudo bem, não te preocupes. Agora vamos aproveitar estas férias, anda. - levanta-se, esticando a mão para eu a agarrar.

Forço um sorriso e levanto-me, agarrando a sua mão.

Peguei nos meus pertences e saímos do quarto. Fomos até ao elevador, e rapidamente nos encontrávamos na entrada do hotel.

- Até que enfim os pombinhos chegaram. - Leite fez troça devido ao tempo que demoramos.

- O que é que estiveram lá em cima a fazer para demorarem tanto tempo? - Conceição questionou com um sorriso
pervertido no rosto.

- O que nós fizemos ou não lá em cima, não vos diz respeito. Agora, podemos ir? - Jota proferiu e fez com que todos achassem que fizemos coisas menos decentes, quando é mentira. Mas, ninguem precisava de saber.

Como optamos pelo bar do luxuoso hotel, o caminho até lá foi curto. Quando entrámos no bar, dirigimo-nos todos para o balcão e começamos por pedir uma bebida menos forte. Cada um de nós começou a afastar-se porque uns foram dançar, outros foram se sentar e eu continuei no balcão, sempre na companhia do Miguel.

DOMINGOS ; joão filipeOnde histórias criam vida. Descubra agora