24. Empatia não precisa de sangue.

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notas: oi gente, feliz ano novo atrasado <3 tudo de bom pra vcs
espero que gostem desse capítulo djwkfnsj tá fofo (o wattpad fdp tirou os meus travessões mas tudo bem né, agora fica assim)
boa leitura!

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Respirei bem fundo até me acalmar e começar a pensar direito na situação.

Kellin ter vomitado sangue era definitivamente muito grave. Tinha algo muito errado acontecendo dentro dele e provavelmente algo machucado. Eu conseguia perceber que sua aparência ganhara um tom doentio de palidez, olhos roxos e opacos, lábios ressecados e os cabelos pareciam frágeis ao toque, assim como sua voz estava mais rouca. Respirei fundo e pensei em uma solução, uma maneira de ajudar. Forçar ou insistir pra ele comer não iria funcionar para sempre; Kellin precisa de um médico, um nutricionista e um psicólogo.

- Gatinho, não dá mais pra continuar assim. - o apelido fez um sombra de riso passar pelo rosto dele, mas logo ficou sério novamente. - Você precisa de ajuda. Isso não vai te levar a lugar nenhum...

Kellin suspira.

- Eu sei. Mas não sei o que fazer, na verdade eu sei mas estou sendo teimoso, talvez? Medroso também. Como vou buscar ajuda? Não sei se minha mãe entenderia. - admitiu cabisbaixo.

- Posso falar com minha mãe, tenho certeza que ela pode ajudar. E eu posso fazer terapia com você. - falo segurando seu queixo, fazendo ele olhar pra mim. Tinha quase certeza que se eu o acompanhasse, ele cederia. - Você não vai fazer isso sozinho.

Kellin começou a chorar de novo, me abraçando. - Eu aceito. - sua voz saiu abafada e eu afaguei suas costas, sorrindo orgulhoso.

- Quer dormir na minha casa hoje? Minha mãe vai estar lá. A gente pode conversar com ela.

- Quero sim, só vou tomar um banho e me arrumar. Tô horrível. - Kellin diz enxugando os olhos e sorrindo.

- Não tá horrível, só tá grunge. - nós dois rimos bastante e ele solta uma tosse com os risos. Aparentemente estava com a garganta ruim, talvez até inflamada. - Vou ficar aqui e se sentir algo estranho por favor me avise.

- Okay. - ele beija minha testa e se levanta. - Fica a vontade.

Respondo ele com um beijo e o vejo ir para o banheiro segurando suas roupas, então eu me deito de braços abertos em sua cama e fico encarando o teto azul claro, ouvindo o barulho do chuveiro. Me sinto aliviado por ele não ter sido teimoso de novo e por agora ter aceitado ajuda, espero que minha mãe compreenda.

Depois de alguns minutos, Kellin sai do banheiro já vestido com um moletom largo e os costumeiros jeans, exalando um perfume cheiroso.

- Você tá muito cheiroso. - confesso meus pensamentos em voz alta e ele ri tímido.

- Obrigada amor. - diz baixinho e logo começamos a organizar as coisas que ele levaria, não era muita coisa.

- Kellin, tô pensando em contar pra minha mãe que a gente tá junto. O que você acha? - pergunto me aproximando dele e pegando em seu rosto, o fazendo olhar pra mim. Ele está olhando muito pra baixo, acho que deve ser vergonha.

- Ah, eu não sei... Se você acha que ela vai aceitar bem eu acho incrível e fico feliz de poder ser oficial. - ele diz sorrindo com as bochechas coradas. - Já estou nervoso e inseguro.

- Não fique, acho que ela não vai ser agressiva. Mas a realidade é que eu também tô nervoso. - nós dois rimos e começamos a descer a escada.

Fomos de bicicleta para casa. Kellin estava na garupa abraçado a minha cintura e o vento batia em nossos rostos espantando meu cabelo grande, o que era muito gostoso de se sentir. Quando descemos ele parecia melhor do que antes e aquilo aqueceu meu coração, andar de bicicleta é terapêutico. Ainda eram duas horas da tarde e o carro dos meus pais estavam na garagem graças aos deuses.

Broken Pieces • KellicOnde histórias criam vida. Descubra agora