26. Todos os finais criam novos começos - POV Kellin.

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notas:
Oi gente tudo bem?
Aliás pros fanfiqueiros novos POV = pont of view
Sei nem o que dizer tô emo-cional... Esse é o fim, mas um começo na vida dos personagens (que vou sentir bastante falta depois de quase 3 anos com eles, criaram quase vida própria) mas tô muuuuito feliz e realizada de ter chegado nesse fim.
Espero que gostem tem porrada amor muitas emoções irra
Boa leitura 💚💛🖤💕💛🌈💛💖

***

Depois da tarde no parque com os meninos tive que ir embora e quando cheguei no inferno que chamava de casa por uma ligação falsamente amorosa da minha mãe fui recebido com um soco no olho do meu padrasto bêbado, assustando-me e fazendo meu corpo cambalear pra trás.

- Que porra...?! - perguntei confuso.

Fiquei em choque. Minha "família" descobriu que eu era gay e tinha um namorado da pior maneira possível: meu irmão fofoqueiro me viu beijando Vic atrás do bendito coqueiro da praia e tirou uma foto. Foto esta que estava sendo mostrada por Isaac agora, que me encarava como um cão raivoso. Estremeci de medo... Eu estava fodido.

- Por você não me contou que era uma bicha suja? Eu tenho vergonha de ser sua mãe, você vai pro inferno. Você é um doente mesmo. - foi o que minha mãe disse aos berros igualmente bêbada.

Ela veio até mim e bateu no meu rosto, fazendo-o virar pro lado com a força. Meu cabelo caiu sobre minha face e eu me senti totalmente humilhado e indignado. Entretanto, não reagi com lágrimas. Eu já sabia que chorar não iria resolver minha dor, minha rejeição.

- É mãe, eu adoro dar a bunda. - provoquei mordendo meu lábio. - Eu sou um viado, uma bicha afeminada, me chame do que quiser. Diferente de você eu encontrei alguém que realmente me ama, não alguém que usa meu dinheiro pra comprar bebidas e roupas caras. - apontei pro meu padrasto. - Um escroto preconceituoso que você chama de marido e que agrediu seu próprio filho.

- Você não é mais meu filho, é uma aberração! - ela gritou no meu rosto.

Eu sabia que eles nunca iriam aceitar. Meu irmão brutamontes desferiu outro soco na minha barriga, me fazendo arfar.

- Não fala assim com ela! Some dessa casa agora. Não vou dividir meu teto com alguém como você. A partir de hoje você não pisa mais os pés aqui. - ele veio pronto pra socar meu rosto, mas eu revidei e chutei o saco dele com toda a minha força.

- Escroto do caralho. Vocês são loucos, surtados. - cuspi, correndo escada a cima e fugindo dele com medo de apanhar mais. Lágrimas de ódio e mágoa desciam por meu rosto e me tranquei no quarto temendo alguma violência maior vindo deles. Peguei a mesma mala que tinha levado pro hospital onde continha a maioria das coisas mais importantes pra mim e peguei um dinheiro guardado para levar onde quer que eu fosse.

Não queria mais incomodar a mãe do Vic, ela já fez tanto por mim. Me levou no médico, me arrumou uma psiquiatria de qualidade, me ajudou a pagar a internação... Muito mais que Ellen fez a vida inteira. O problema da minha mãe era achar que o material supria minha carência afetiva e a ausência dela. E é por isso que eu nunca deveria ter saído da clínica porque lá parecia mais seguro e acolhedor que qualquer outro lugar no mundo, onde eu não incomodava tanto a vida das pessoas, já que eu nunca tinha um lugar meu pra ficar. Meus novos ferimentos doíam e isso só me lembrava de todo o ódio, toda a repulsa que as pessoas ali nutriam por mim, o quanto eu era rejeitado e renegado por quem deveria me amar. Uma família tão podre e preconceituosa, sustentada por aparências. Mas foda-se eles também.

A casa caiu num perpétuo silêncio e depois ouvi meu irmão saindo, com Ellen e seu marido. Provavelmente foram jantar como se nada tivesse acontecido e eu aproveitei que estava sozinho e sai logo dali antes que voltassem. Chamei um táxi tremendo de medo de alguém aparecer e me baterem de forma mais brutal, porém logo ele chegou e eu passei o endereço de Jaime.

Broken Pieces • KellicOnde histórias criam vida. Descubra agora