No outro dia os dois guias levaram eles para ver o mar, ficava um pouco distante, em direção à costa rochosa. Seguiram uma trilha cheia de vegetação alta, depois ia diminuindo, até chegar a parte de rochas. Era um trecho inclinado, começou com a trilha reta e depois com um tempo de caminhada, ela ia subindo. E assim fizeram, subiram até chegar em cima. Lá não era inclinado, era bem plano. O clima estava ameno, com pouco sol, várias nuvens no céu impedia que o sol esquentasse muito, estava bem agradável.
Eles como de costume, ia almoçar por lá mesmo. Voltariam uma da tarde para o acampamento. Depois de ficar lá em cima, eles voltaram, nesse dia as coisas iam mudar para algumas pessoas ali. Com a chegada ao acampamento, eles foram descansar. Alguns. Mari, Ana, e Daniel fingiram que estava dormindo, então ficou combinado que naquele dia eles colocariam seus planos em ação.
Quando os outros acordaram, eles estavam preparando o jantar. Mentiram dizendo que um acordou primeiro, aí viu o outro acordado e ficaram conversando, depois de um tempo o outro acordou e depois o outro, como todos dormiam bem, não quiseram acordar e combinaram assim de preparar o jantar para eles. Acreditaram. Quem desconfiaria?!. Ninguém! Estavam no início da preparação do jantar e os outros estavam organizando suas coisas, pois no outro dia já iriam voltar para o barco para voltarem para casa. Enquanto encontravam - se distraídos, os três acrescentavam um ingrediente especial na refeição daquela noite. Depois que foram tomar banho, se iniciou a degustação da comida. Os três não comeram junto com os outros, disseram que enquanto dormiam, eles que se acordaram primeiro, fizeram um lanche reforçado e estavam sem fome, só iam sentir apetite no outro dia, no café da manhã. E tudo bem. A desculpa foi muito bem aceita. Com o fim da refeição, começaram à sentir um cansaço, moleza acompanhada de sono, muito sono. Uns foram deitar logo, outros mostraram resistência, mas foram vencidos pelo sono e procuraram se acomodar nas suas barracas. Tudo estava dando certo.
Era umas seis horas da noite quando isso ocorreu. O sonífero que puseram na comida não era tão forte, não duraria muito tempo. Então foram até as barracas dos outros e injetaram na pele deles, com uma dose agora bem maior, para durar até o dia seguinte. Fizeram com todos. Menos com Bia. Ela logo acordaria. Queriam olhar nos olhos dela, cuspir na cara todo o ódio e repulsa que sentiam por ela, dizer com todas as letras o quanto a detestava. Eles rapidamente se apressaram, pegaram a pobre mulher da barraca e saíram levando ela pelos braços. Ainda tinha que fazer esse sacrifício. Mas seria o último. Não encostariam nela nunca mais, não a veriam nunca mais. E isso é o que importa.
Saíram trilha à dentro carregando Bia. Subiram pela pequena ladeira até chegar na encosta, lá era bem alto, até embaixo onde ficava a superfície do mar. Um lugar ideal. Lançar Bia do penhasco. Ela se esmagaria em baixo, os tubarões comeriam o que sobrou de seus restos e não haveria pista alguma do que aconteceu com a encantadora e linda Bia.Eles forjaram uma carta, se passando por ela, enquanto estava desacordada, pegaram seu celular e escreveu dizendo que, estava com depressão há algum tempo e não teve coragem nem vontade de contar para as pessoas mais próximas, uns iriam julgar, criticar, dizer o que sempre dizem dessa doença, que era frescura, que não era nada demais, que ela já tinha tudo que sempre quis, estava reclamando á toa, sem razão pra isso. Então teve medo de contar e fingiu por muito tempo que estava bem, para não estragar a felicidade de ninguém que ela amava demais. Não queriam ver as pessoas tristes e preocupadas e até irritadas por causa dela. Era uma carta bem convincente.
Ela dizia nessa carta que foi para aquela viagem para aproveitar seus últimos dias ao lado dos amigos que tanto ama. Seria sua despedida deles. Uma despedida silenciosa. Na qual só ela sabia. Mais ninguém. Agradeceu á todos por tudo que fizeram por ela, por todo o amor dedicado á ela por esses anos todos e disse que os amava imensamente, mas que para ela não dava mais para continuar daquele jeito. Ela não aguentava mais. Aquilo estava sufocando com ela. A matando por inteiro. E antes que aquela sensação horrível a matasse, ela faria isso primeiro. Se daria um descanso, ficaria enfim em paz. Iria encontrar a verdadeira paz. Pediu perdão e se despediu em um triste e solitário adeus. A carta estava finalizada. Mari tomou cuidado em manusear o celular dela com luvas. Não queria deixar rastros. Só havia as digitais dela mesma no seu celular. Então, sem suspeitos. Tudo pensado. Tudo planejado.
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Coração Ferido
Mistério / SuspenseEla era boa, sua vida sempre foi alegre e iluminada como um lindo raio de sol, que brilha, ilumina e aquece os corações. Sempre risonha, sorriso fácil no rosto, educada, amorosa, gentil, amável. Mas isso estava prestes a mudar em sua vida, coração e...