Manhã de desespero

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A chuva tinha cessado. O sol mostrava seus raios de uma maneira tímida. Aquele dia não seria ensolarado. Os acontecimentos trágicos é que fariam o dia esquentar. As pessoas iam despertando lentamente do "sono profundo" que tiveram na noite anterior. Acordaram com moleza, tontura, alguns até com enjôo. Eles não entendiam por quê tinha despertado como aqueles sintomas. Se levantaram das barracas e encontraram Mari e Ana sentadas em um plástico no chão, ambas chorando de forma  inconsolável, Daniel estava perto, em pé, tentando acalmar. Os dois guias perguntaram o que tinha acontecido e elas em meio à choros e soluços não conseguiam responder. Então Daniel com semblante abalado respondeu que Bia não estava no acampamento. Disse que pela manhã quando as duas percebeu que ela não estava na barraca com elas, estranharam e foram logo chamar pelos homens para ajudar, mas estavam em um sono pesado, que não acordaram com facilidade. Só Daniel que após muito chamar, se acordou.

Os guias não acreditavam no que tinham escutado. Uma desaparecida. Era um caos se aproximando. Lucas já acordado se aproximou do grupo, viu as meninas chorando, todos com a cara de espanto e quis saber o que se passava. Ele ouviu a triste notícia que, Bia desapareceu. Ele caiu de joelhos no chão, completamente consternado, as lágrimas escorriam quentes e cheias de tristeza e dor por sua face. Uma facada tinha atingido seu peito com grande intensidade. Então ele desesperado se levantou e disse que deviam procurar logo por Bia. Quanto antes,mas havia chances de encontra- lá. Ela poderia ter saído para passear. Queria acreditar nisso.

Os guias pediam para todos tentar se acalmar. Pânico não ajudaria em nada. Para fazer uma busca precisavam estar em condição física e mental adequados. Então perguntou se mari, ana e daniel haviam tomado café, eles negaram com a cabeça. Então eles combinaram em se alimentar primeiro, para depois procurar. Não queriam ninguém desmaiando no caminho, prejudicando ainda mais a situação. Foram rápido lavar o rosto, escovar os dentes e em seguida comer algo. As torradas  mal era mastigada. Era mais engolida com pressa. Bebendo suco para facilitar a descida do alimento. Quando acabou, pegaram umas coisas na mochila e uns iam terminando de comer levando fruta nas mãos e mastigando enquanto procuravam por Bia. Procuraram ao redor do acampamento e nada. Então saíram pela trilha.

Para fazer a busca iria demorar um pouco. Foram nos lugares próximo ao acampamento. Os que tinham visitado nos dias anteriores. Nada. A noite logo chegou, e tiveram que voltar para dormir. Os guias disseram que o único lugar que ela poderia estar, era no barco. Se ela não estivesse lá. Então seguiriam viagem de volta para a cidade e lá comunicaria á polícia, que fariam uma busca mais elaborada na ilha, á procura da jovem desaparecida. Não dormiram bem. Na verdade ficaram mais acordados que dormindo. A adrenalina percorrendo o corpo não permitia que dormissem tranquilamente. Tiraram só um cochilo quando o corpo já cansado, não suportou mais. De manhã, antes do sol raiar, já estavam de pé. Organizaram tudo nas mochilas e foram voltando para a praia, rumo ao barco. Quando chegaram, procuraram em todo lugar. Nenhuma sinal dela. Lucas andava com a mão na cabeça para todos os lados.

- Não é possível. Não pode ser.

- Calma. Nós vamos encontra - lá! - Tentava ana a todo custo acalmar lucas.

- Ela está bem! Foi só um mal entendido. Ela logo vai aparecer. - Falando mari. Colocando a mão no ombro do amigo.

- Como isso foi acontecer? Ela jamais faria uma loucura dessas.

- Cara nós vamos voltar para a cidade e lá vão mandar equipes de busca para procurar por ela. Não adianta a gente se desesperar. Já fizemos o que podíamos. Agora é ter paciência que vão achar Bia. - Tentou Daniel consolar o amigo. Que nitidamente estava sofrendo muito. Isso porque ele a amava. Muito.

- Não sei o que pensar. Não entendo. Ela estava tão feliz com essas férias. Isso é loucura.

- Rapaz, se acalme! Sei que é difícil. Mas ficar assim não ajudará em nada. Vamos tomar uma providência assim que chegarmos. - Disse o guia e comandante Diego.

- E por quê vocês não ligaram para a polícia para vir nos encontrar aqui? Todos buscariamos por ela também. - Perguntou Lucas.

- Olha rapaz, primeiro que não teríamos condição de ficar quase três dias aqui, nossa comida só daria para mais um dia. E os outros dois, o que comeriamos? Segundo, esse não é o procedimento padrão. Temos que levar os tripulantes de volta, em segurança, anunciar à polícia e depois eles mandam uma equipe preparada para realizar as buscas. - O tom de voz do comandante era firme. Ele fez questão de enfatizar a frase, equipe preparada. Os jovens não tinham preparo técnico, nem condição emocional para aquilo. Não era o certo arriscar mais vidas na busca.

- Sabemos senhor! Mas ela é nossa amiga. Não foi assim que planejamos terminar nossas férias. - Falou lucas chorando e com um voz triste.

- Eu sei rapaz. Lamentamos muito. Ninguém imagina que algo assim possa acontecer. Vocês estavam tão felizes, animados com a viagem. Mas não perca a fé. Sua amiga vai ser encontrada. Ela pode ter desmaiado enquanto passeava por aí. Não pense no pior. Nunca ajuda. Tenha esperança. - Disse o comandante para o jovem.

- Obrigado senhor. Desculpe. Não quis ofender o trabalho de vocês. - Lamentou ele.

- Tudo bem jovem. Sei que não é fácil para vocês. Acalmem- se. Isso vai se esclarecer. Agora tenho que me retirar e ajudar meu companheiro na navegação. Qualquer coisa nos chame. Faremos o que estiver em nosso alcance. - Se retirou da presença deles e foi para a cabine do barco. Enquanto os jovens estavam juntos com a aparência abatida, tristes e lágrimas escorrendo pelo rosto.

Na cabine o comandante Diego  encontrou o colega Ryan.

- Como estão Diego?

- Péssimos meu amigo. Eu achando que essa viagem seria uma das mais tranquilas e olha só?.

- Nossos próximos dias não será nada calmos. - Diz Ryan com o olhar temeroso.

- Não. Não será. - Finaliza Diego com o semblante de preocupação enquanto olhava o horizonte á sua frente.

Uma tempestade de tragédia estava por vir naquele desaparecimento da jovem. E os dois sabiam disso.

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