A vida continua

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A vida de todos começam á voltar ao normal. O rotineiro cotidiano. Os pais de Bia seguem suas vidas na cidade onde moravam, tentando não pensar na dor insuportável de perder uma filha, sua única filha. Nem netos puderam ter. Só restou eles dois. Fazendo companhia um para o outro, até o último dia de suas vidas, quando a velhice chegasse e a dor da perda não sumice, só adormecesse. Terminaria só os dois em uma casa grande, com uma vasta área de terreno, posses, empresas, herança. Não seria repassados para a herdeira de direito, a primogênita. Iam ter que dividir a herança para os parentes mais próximos, já que não tinha mais filha para os deixar e nem tiveram a chance e alegria de serem avós.

A empresa onde ela trabalhou ficou um dia sem funcionar. Estavam de luto e foi uma homenagem em respeito à excelente e brilhante funcionária que era a linda Bia. Excepcionalmente talentosa. No decorrer dos dias as coisas prosseguiram com seu funcionamento normal. A empresa sentia a perda de Bia e muito, mas não havia o que fazer, as obrigações e responsabilidades tinham que continuar. Obviamente ninguém na empresa estava dando risadas, mas a vida segue. Os dias passaram com rapidez, ocupados com o trabalho a mente e as emoções se distraia e evita pensar muito no ocorrido. Fazia as horas acelerar com o trabalho, já que não ficavam quietos por muito tempo.

Os dias passam e as coisas vão se encaixando. Mari é promovida, mostrou trabalho. Se esforçou como nunca antes. Já que não havia um desfalque para atrapalhar o percurso do seu trabalho. Daniel também conseguiu se promover. Lógico que nenhum deles ficou com o cargo ocupado por Bia, mas com trabalho duro, eles poderiam chegar lá com rapidez. Ana ainda não havia conquistado Lucas, e nunca conseguiria dependendo dele. Ela se iludia à toa. O seu amor estava morta. Talvez tenha virado refeição de tubarão, nem em um caixão ela estava. Que triste fim. Mas tentou continuar com a vida. Trabalhava normalmente, nem tão e nem muito, continuou no seu ritmo de antes. Era um ótimo funcionário, bem inteligente, responsável, apreciado pelo chefe geral. Fazia sua parte com afinco e sucesso. Fazia seu trabalho perfeitamente bem, ganhava um ótimo salário, tinha uma vida equilibrada e estável, possui tudo que precisava.

Não tinha exorbitantes intenções de ter mais e mais, agir com ganância, como acontecia com seus dois amigos Daniel e Mari. Eles raramente se contentava com o que tinham, que era uma ótima vida também. Muitas pessoas gostariam de ter uma vida financeira bem próspera como eles tinham, e mesmo assim só sabiam reclamar, não agradeciam as coisas que tinham, que conquistaram, nunca era o suficiente, sempre pouco, queriam mais, o triplo do que recebiam. Daniel tinham a casa grande, o terreno enorme, dois carros na garagem, uma moto potente e cara, relógios de marca, roupas e sapatos só os melhores, mas nada disso era insuficiente, mari tinha um apartamento enorme, em um condomínio de luxo, o carro era o melhor do mercado, se vestia e calçava também com luxo, comiam nos melhores estabelecimentos, viviam muito bem obrigado e a ganância sempre vinha com força maior. Estavam cegos. Todos na empresa tinham uma vida de prestígio, é um ambiente onde possibilita o crescimento dos funcionários.

Lucas já possuía uma ótima vida. O que ele mas queria era dividir sua vida com uma companheira. E seu coração já havia escolhido a sortuda: Bia. A mulher dos seus mais profundo sentimento. Ele a admirava, respeitava, queria sempre ver o seu bem, feliz, realizada em sua vida. Ele tentou conquista- lá, mas ela era de personalidade forte. Não via necessidade de se envolver com alguém no momento. Gostava da sua vida, independente, livre, autonomia para fazer o que quisesse, ela não gostava de se sentir presa a ninguém. Apreciava sua liberdade. E isso era uma barreira para Lucas. Por mais de um ano, ele não conseguiu nem sair com ela para um encontro. Só se viam quando se reunião com os amigos. E com a tragédia que ocorreu, ele viu suas esperanças destruídas. Nunca mais teria a chance de tentar conquistar a mulher que amava. Ela havia morrido. E por muito tempo, ele sabia que não conseguiria se interessar por outra pessoa novamente. Bia é ainda a dona do seu coração, do seu amor.

Quando ia trabalhar no dia seguinte, o que ele mais esperava era chegar de manhã cedo pra poder ir pro trabalho e lá deu dia ganhava sentido, cor, vida. Ele via Bia. Observava como ela se empenhava nas suas tarefas, sempre inteligente,  com espírito de liderança, dava orgulho e alegria ver aquela mulher incrível conduzindo seu trabalho. Sempre educada e gentil com todos, eram poucos os que não gostavam dela, só os invejosos e egoístas. Por onde ia ela esbanjava seu lindo e sincero sorriso. Ela tinha uma forma tão natural de ser cativante. E esse dom natural dela, atraía a ira de algumas pessoas. Tem gente que tem o dom nato de brilhar, sem fazer grandes esforços, ou fingir ser o que não é. A pessoa chega à um lugar e logo é notada, os olhares são voltados para ela, e tudo o que ela faz é com perfeição, dedicação, amor, verdade. Bia tinha esse dom. Mas esse dom custou caro, cobrou sua parte. Tanto sucesso deve ter com o passar dos anos, a sufocado. Raramente as pessoas entenderão o real motivo que faz alguém tirar a própria vida. Ele nunca entenderia. Bia parecia bastante feliz. Aparentemente não havia sinais de que ela estava infeliz, que odiava sua vida. Ele jamais aceitará a perda, mas tentará seguir com sua vida, não haverá mais tanto motivo para acordar cedo e ir trabalhar, encontrar seus amigos, colegas de trabalho, as horas, dias, meses e anos irão se arrastar daqui pra frente, dias pesarosos, onde a cor da vida perdeu sua intensidade, seu brilho, será como um desenho antes cheio de cores intensas, chamativas que com uma chuva o danificou, o desenho molhou e por muito pouco não apagou suas cores, elas ficaram borradas, distorcidas, opacas. Assim era a vida de Lucas agora. O desenho ficou com as cores bem fracas, quase apagadas, onde cabia somente à ele tentar recuperar o desenho, as cores. E ele sabia que essa jornada não seria fácil, ia depender de muita dedicação, força e esforço de sua parte. Mas ele se perguntava bem no seu interior se ele conseguiria.

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