Depois que os três foram jantar, Daniel levou as duas de volta para suas casas. Ana abriu a porta da sua residência, ascendeu a luz da sala, e se direcionou para seu quarto. Ela morava com seus pais e uma irmã de 10 anos. Havia chegado tarde e como de costume sua família dormiam cedo, os pais trabalham o dia todo e a irmã caçula estuda pela manhã e à tarde faz curso. Todos tinham uma agenda bem cheia. Já no seu quarto, tirou a roupa, foi para o banheiro tomar um banho para depois ir dormir. Banho finalizado, ela coloca seu pijama e deita em sua cama macia e quentinha. No outro dia teria trabalho novamente. Tudo estava tranquilo, ela pensou, - ainda bem, e pensou que aquilo era só um mal entendido, estresse, mas agora ela estava tão bem, calma e feliz, imaginando estar ao lado de lucas seu grande amor, os olhos foram pesando, e perdida em seus pensamentos, ela adormeceu.
Quando acordou, não conseguia assimilar o que tinha acontecido. Ela olhava para todos os lados e não conseguia entender, o medo a invadiu por completo. Sua respiração estava ofegante, suas mãos suavam, seu corpo tremia freneticamente, a boca ficou seca e sua cabeça pulsava de dor. Ela se encontrava em uma casa antiga, caindo as pedaços, a cada era de tijolos, o telhado caindo, com entulhos e pedaços de madeira espalhados pelo chão, ela se levanta do piso frio e corroído pelo tempo, tenta firmar as pernas no chão, já que o medo era tanto que elas tremiam e cambaleava quando ela tentou andar. A cena era no mínimo patética. Ela respirou fundo e tentou se manter o mais calma possível e foi andando devagar por aquela casa velha.
Seus olhos atentos observando cada menor movimento. Ela vestia o pijama que usou na noite anterior e seus pés estava descalços. O ambiente era escuro e assustador, como aqueles locais abandonados de filme de terror. A casa era grande de um andar apenas, mas com vários cômodos, o que tornava tudo mais assustador, ela acordou deitada no chão em um cômodo qualquer naquele lugar tenebroso. Saiu do cômodo e se deparou com mais cômodos, parecia um labirinto, ela ia caminhando e não fazia idéia de onde estava e nem como sair dali. Evitou ao máximo olhar o que tinha nos outros cômodos, não queria encontrar coisas desagradáveis lá, ela só seguia tentando encontrar uma saída. O lugar tinha um longo corredor, ela foi andando, chegou na porta que seria a entrada e colocou a mão na maçaneta e por falta de sorte estava trancada. Ela se desesperou. Tinha que entrar nos ambientes abandonados e ver se encontrava saída.
Ela seguiu exitante, empurrou a porta à sua direita com calma e cautela, abriu e ufa!, não tinha nada, porém a janela se encontrava fechada. A casa era velha, mas parece que antes de jogar ela ali, alguém reforçou os pregos nas portas e janelas para ela não sair com facilidade. Aquilo era uma tortura. Quem era esse louco ou louca. Ela já com mais coragem e o sangue quente no corpo, tomada pela adrenalina, foi em direção à outro cômodo e nada. Foi para outro e no chão se deparou com uma cobra, ela ficou estática, paralisou, aos poucos ela pôde ver que o bicho dormia. Ela quase enfartou! Se afastou dali bem devagar, com toda calma, fechou com firmeza a porta para ela não escapar quando acordasse. E continuou à procura de uma janela solta para escapar.
Depois de cinco quartos não achou uma janela em falso ou frouxa para tentar sair. Estava angustiada.Foi em outro quarto e bateu com força na janela. Finalmente! Ela quebrou. Começou á puxar os pedaços da janela que era feita de madeira, foi jogando para dentro do quarto no chão, com um buraco grande ela saiu para fora da casa. Quando caiu no chão viu que era tipo um sítio. O local abandonado estava cheio de mato, ao redor tinha árvores, muitas folhas no chão aos montes, o lugar estava muito feio e horrível. Ela foi andando por uma calçada que arrombava a casa, bem esburacada, mas dava de andar e ter uma localização, fez a volta e parou em frente da casa, viu um grande muro alto e um portão de ferro. Ótimo! Agora tinha que sair da propriedade pulando o muro. Seu dia estava sendo uma droga! Ela andou ao redor da casa procurando algo pra usar como apoio. Foi há um armazém antigo e lá viu uma escada de ferro já enferrujada. Mas ainda não alcança o muro. Viu a madeiras jogadas e pegou. Arrastou uma por uma até o muro e colocou uma sob a outra para ganhar mais altura. Fez isso até alcançar uma altura considerável para posicionar a escada por cima da pilha de madeira.
Assim fez. E subiu a escada com cuidado, até ver já lá em cima do muro que se tratava de um lugar abandono e muuuiiito afastado. Não conseguia enxergar uma casa vizinha. O muro sendo alto ela sabia que na hora que fosse descer do outro lado, cairia no chão e poderia se machucar. Ela ficou torcendo para não bater a cabeça, quebrar a coluna e o pé. Orou com tudo que conhecia e se apoio com as mãos do lado de fora no muro e pulou. Caiu ao chão e se levantou devagar, quando foi apoiar o pé esquerdo no chão sentiu uma forte dor. Rápido percebeu que havia fraturado ele. Foi andando para sua direita com dificuldades. Ao longe ela viu uma torre de telefonia. Tinha esperanças de encontrar ajuda por lá. Seguiu viagem na estrada de barro. Caminhou tanto que parou para descansar, e o pé dóia sem parar. Mas ela não podia desistir fácil. Depois do repouso prosseguiu viagem. Ao avistar a torre percebeu que ela estava dentro de uma propriedade. Viu uma casa, carro. Podia pedir ajuda!
Foi se aproximando da residência, os cachorros latim ferozmente. Sorte que não tinha como eles passar pelo portão gradeado. Um senhor ao vê - la foi em direção à ela. Quando chegou ao portão pediu ajuda. Explicou a situação. O senhor se compadeceu. Abriu o portão para ela entrar, afastou os cachorros bravos e foi segurando ela para ajudar a andar melhor. Na varanda da casa em pé estava uma senhora, uma jovem moça e um homem já feito de uns 30 anos. Era os dois filhos dos coroas. Ela se sentou na cadeira, a menina foi ás pressas até a cozinha e trouxe uma jarra com água e um copo de plástico. Encheu e deu a Ana. Ela bebeu sedenta. Sentia muita sede e fome. Não havia feito nenhum dos dois desde que acordou naquele lugar. Ela estava suja e visivelmente debilitada. Até encontrar aquele sítio, andou 7 km. Sem ter comido nada e sem água. A boca estava seca. Ele pediu para a senhora sua esposa, ir à cozinha colocar comida pra ela. Senão iria desmaiar. A senhora foi e voltou com um prato cheio de comida. Entregou à ela, ela agradeceu e comeu como uma desesperada. Mal mastigava a comida, ia só engolindo e empurrando com água.
Quando terminou, pediram para ela entrar e foi até um quarto, ofereceu toalha limpa e roupas. Disse para tomar um banho. Que enquanto isso ligariam para a polícia. Ela agradeceu imensamente e foi para o banheiro. Terminado o banho, ela se enrolou na toalha, pegou as roupas limpas que estava em cima da cama e se foi se trocar. Quando acabou ela saiu do quarto e foi até a cozinha, a senhora estava lá, ela pediu mais um copo com água e a senhora foi até a geladeira pegar, perguntou se ela queria comer mais alguma coisa e ela disse que não, mas agradeceu a bondade dela. Após beber a água, perguntou se eles haviam ligado para a polícia e ela confirmou que sim, como era um lugar bem distante, demoraria umas horas, dava dela ir dormir por um momento e descansar.
Quando os policiais chegassem eles iriam acorda - lá e informar sua chegada. Ela concordou, estava exausta.Agradeceu mais uma vez e foi pra o quarto descansar o corpo e a mente, ambos estavam abalados com tudo o que aconteceu. Ela dormiu tão bem, só estranhou que a cama estava dura. Ela lembrava que a cama era macia e confortável. Se remexeu de um lado para o outro, o chão duro demais não permitia mais que ela dormisse tranquila. Então ela acordou e seu mundo parou no mesmo instante. Ela estava no chão em um quarto completamente branco e bem trancado. Ela estava presa novamente e agora em outro lugar desconhecido. Suas esperanças de sair livre e agora viva, havia se esgotado. Ela se viu perdida e morta.
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Coração Ferido
Mystery / ThrillerEla era boa, sua vida sempre foi alegre e iluminada como um lindo raio de sol, que brilha, ilumina e aquece os corações. Sempre risonha, sorriso fácil no rosto, educada, amorosa, gentil, amável. Mas isso estava prestes a mudar em sua vida, coração e...