Presídio Feminino da Província de Gyeonggi
Seu corpo foi jogado com força para a frente, fazendo-a quase cair antes de conseguir se equilibrar. Seus olhos castanhos percorreram a extensão de todo o pátio, analisando meticulosamente todas as garotas do local. Sana pôde perceber que andavam em bandos, e que ela aparentemente era a carne nova no pedaço, pois todos os olhares estavam focados nela.
Enormes cercas elétricas eram coladas com paredes quilométricas. Havia câmeras de segurança por todos os lados e os uniformes laranjas se destacavam entre os marrons e brancos. Policiais femininas rondavam por ali, prestavam atenção em toda e qualquer aproximação estranha que poderia ser uma possível briga.
Sana não deixou de notar que, em algum momento, todos abaixaram a cabeça quando uma mulher de pele extremamente clara e de cabelos cor de menta passava por elas. Curiosa como costumava ser, Sana jamais baixou o olhar, vendo a garota subir na mini-arquibancada, feita de ferro e madeira, e se sentar.
A mulher percorreu o olhar pelo perímetro, contudo, ele parou em Sana. A expressão solene entregava que ela não queria que a olhasse, mas algo na garota a prendia.
─ Minatozaki? Estou te chamando! ─ O grito da policial fez Sana pular de susto.
─ Desculpe, eu não te ouvi. ─ Pediu, vendo a morena, de roupa azul escuro, lhe fitar seriamente.
─ Eu não costumo dar avisos para as presidiárias novatas, mas vi que ficará um bom tempo aqui, então sugiro que não a encare. Ela não gosta. ─ A policial falou e Sana assentiu, dando uma última olhada para a garota antes de ler o nome no crachá da policial.
─ Em que posso ajudar, senhorita Myoui? ─ Sana perguntou e a policial apoiou sua mão direita sobre a arma em sua cintura.
─ Tem visita pra você, me acompanhe. ─ Ela disse, prendendo as mãos de Sana em suas costas e a levando dali.
─ Visita? Sabe quem é? ─ Sana indagou.
─ Não sou sua escrava, detenta. Da próxima vez, descubra por si só. ─ Mina disse friamente. ─ Nem todas as policiais aturam essas perguntas. Algumas são realmente más, então procure não falar com elas. ─ A policial alertou. ─ Enfim, é sua advogada e sua irmã.
─ Obrigada pelo conselho. ─ Sana disse. Caminharam o resto do caminho em profundo silêncio e, quando finalmente chegaram, a advogada fez questão de deixar que soltasse Sana das algemas, e assegurava que ela não era perigosa.
─ Por onde esteve? ─ Sana perguntou assim que a policial a soltou e se afastou. Sua irmã correu para seus braços e a abraçou fortemente.
─ Eu realmente quis tirar férias do mundo. A assistente social de Tzuyu que conseguiu me contatar através de um amigo. ─ Falou, se separando do abraço.
─ Tzuyu ficará com você? ─ Sana perguntou e Momo suspirou, assentindo. Tzuyu era filha do seu irmão mais novo, ele havia tido muito novo, porém a mãe da criança. ─ uma imigrante taiwanesa. ─ morreu na mesa de parto, logo após o nascimento da menina, desde então Sana que ajudava a cuidar da criança, junto com Nara.
─ Sim, não pude acreditar que mamãe fez isso. ─ Momo disse paralisada, prendendo o choro. ─ Ela nunca havia feito nada mais do que nos agredir, mas isso há muito tempo. Nós deveríamos ter...
─ Hey... ─ Sana disse, segurando sua mão e olhou de relance para a advogada, que mantinha a cabeça baixa esperando o momento íntimo delas acabar. ─ Não dá mais para mudarmos isso, é melhor não nos machucarmos dessa forma. ─ A mais nova assentiu cabisbaixa. ─ Como você está?
─ Como eu estou? ─ A irmã dela perguntou incrédula. ─ Você é que foi presa injustamente, não eu. Como você está? ─ Sana suspirou.
─ É, mas você também perdeu um irmão.
─ Você não precisa ser tão empática o tempo inteiro, Shiba. Eu estou me virando aqui fora e eu vou te tirar daqui. ─ Momo disse com determinação. ─ Essa é a nossa advogada, Park Jihyo, perdão não lhes apresentar antes. ─ A mulher se curvou em um ângulo de 90° perfeito em respeito a Sana, que a cumprimentou formalmente do mesmo jeito.
─ Temos boas e más notícias para você, senhorita. ─ A advogada Park anunciou. Sana analisou que ela vestia um conjunto social cinza, com uma blusinha branca por baixo. Sua saia batia um pouco abaixo do joelho e sua expressão era solene.
─ Diga qualquer uma primeiro, pior do que estou, só morrendo. ─ Sana disse dando de ombros.
─ Certo. A boa é que ainda nessa semana juntaremos provas o suficiente para te tirar daqui. ─ Jihyo disse, apoiando as duas mãos sobre a mesa de alumínio. ─ E a má é que, embora sejam uma família rica, a juíza decretou a próxima audiência somente em seis meses. ─ Os olhos de Sana se esbugalharam.
─ O quê?! ─ Exclamou atônita. ─ Vou ter que ficar seis malditos meses aqui?
─ Infelizmente o julgamento já foi finalizado e para reabrir o processo a fila é enorme, é fim de ano, temos poucos juízes nesta província, teremos que esperar. Não posso oferecer dinheiro, seria suborno. ─ Sana levou as duas mãos até o seu rosto e meneou a cabeça, aflita demais para processar a informação.
─ Virá me visitar com frequência? ─ Sana indagou à sua irmã.
─ Vou dar meu melhor, com isso das papeladas da Tzuyu e meu trabalho, você sabe... ─ Sua frase morreu, contudo, Sana assentiu.
─ Se não conseguir vir em menos de três semanas, pode me fazer um favor? ─ Sua irmã assentiu. ─ Compre um unicórnio enorme de plástico para nossa sobrinha. É o que ela me pediu de aniversário. ─ Minatozaki disse tristemente. ─ E diga que foi presente da tia Sana.
─ Tudo bem, agora precisamos ir, mas se cuida, maninha. ─ Momo disse, dando um rápido abraço em Sana. ─ E se mantenha fora do alcance das garotas daí, são perigosas. Não diga a ninguém que você é rica e tudo ficará bem. ─ Sana assentiu e se despediram.
Quando a policial lhe colocou no pátio novamente, a primeira coisa que Sana notou foi o par de esferas negras sobre si e, instantaneamente, o aviso da policial Myoui soou em sua mente: "Não a encare, ela não gosta."
Se não gosta, então por que fica encarando também? Pensou Sana, mas desviou os olhos mesmo assim, afinal, não queria brigas, muito menos em seu primeiro dia ali.
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Presa Por Acaso [Saida Ver.]
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...