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Faz três dias que não durmo e eu tô praticamente caindo de sono aaaa.

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Os olhos pretos prestavam atenção em como Sana a olhava ansiando uma resposta e a daria, sem dúvidas. Confiaria aquilo à sua namorada, mesmo sabendo que se descobrissem a verdade ela apanharia muito.

─ Como assim? ─ Sana indagou. ─ Vai me dizer que é uma infiltrada do governo para acabar com a corrupção daqui? ─ Perguntou rindo baixinho e Dahyun suspirou.

─ Não, Sana. ─ Ela disse rindo nervosamente. ─ Antes fosse, assim eu desistiria dessa merda de missão e iria ter uma vida com você lá fora. ─ Falou.

─ E então?

─ Confio em você, mas precisa me jurar não contar nada a ninguém, por favor. ─ Ela pediu e Sana assentiu freneticamente, sentindo a curiosidade aflorar em sua pele através dos poros de seu corpo.

─ Prometo. ─ Sana falou e Dahyun assentiu.

─ Bem, quando eu entrei aqui eu estava arrasada pelo medo de meu avô me odiar. ─ Ela começou. ─ Passei dias e mais dias de pânico com cantadas inapropriadas de detentas veteranas e, quando eu achava que não podia piorar, me avisaram que meu avô havia falecido. ─ Os olhos castanhos se arregalaram ligeiramente antes da maior fazer uma pequena careta.

─ Céus, deve ter sido um inferno. ─ Sana disse e Dahyun assentiu.

─ Mas tenho muita sorte de sempre aparecer anjos na minha vida. ─ Ela disse com um sorriso triste em seus lábios.

─ O que quer dizer? ─ Sana questionou confusa.

─ Que a detenta que estava na minha cela se tornou minha amiga. ─ Sana paralisou seu olhar no de Dahyun. Nayeon havia comentado sobre essa mulher com ela, se bem se lembrava.

─ O que, uh, houve com ela? ─ Dahyun riu e a fitou.

─ Te contaram, não é? ─ Sana corou levemente e assentiu.

─ Mais ou menos. ─ Confessou com uma careta e Dahyun assentiu.

─ Bem, seu nome era Jeongyeon e ela era a antiga líder. ─ Explicou. ─ Ela notava a constante luta que eu vivia com o assédio neste lugar e no dia que apareci com o olho roxo após três dias na detenção, ela ficou irritada, afinal havíamos nos tornado amigas.

─ Por que foi para a detenção? ─ Sana perguntou curiosamente.

─ Não deixaria que me tocassem facilmente e acabei brigando feio com uma delas. Ambas fomos para a detenção.

─ Eu posso entender esse sentimento. ─ Ela disse e Dahyun sorriu, umedecendo os lábios.

─ Sim, ainda lembro de você dizendo que eu poderia mandar minha "capacho" te arrebentar que mesmo assim eu não tocaria em você. ─ Dahyun falou rindo.

─ O engraçado é que hoje eu faço questão de que toque. ─ Sana disse mordendo o lábio inferior e a menor suspirou.

─ Não sei o que eu fiz para te merecer, mas não estou reclamando em absoluto. ─ Dahyun disse e Sana a puxou para um beijo rápido antes de a fitar com ansiedade.

─ Mas e então? ─ Perguntou curiosamente.

─ Bem, fomos nos tornando cada vez mais íntimas e resolvi lhe contar o porquê de ter vindo presa. Nessa época Jeongyeon começou a vomitar com frequência e a cuspir sangue constantemente e eu sempre a ajudava lavando seu rosto, a levando comida, sabe? ─ Perguntou retoricamente. ─ Depois de levar mais uma surra aleatória ela me contou que tinha pouco tempo de vida. Tinha um câncer em um estágio avançado e me confessou que fui a única que se importou com ela em todo seu tempo de cadeia. ─ Dahyun disse, limpando a garganta. ─ Um dia estávamos no pátio tomando sol e ela cuspiu sangue em uma de suas tosses. Foi tudo muito rápido, no momento seguinte ela mandou eu bater nela.

Dahyun fitava a parede com um olhar nostálgico, perdida nas lembranças de infelicidade daquela trágica semana.

─ Não aceitei, mas ela me implorou e disse que era para meu bem. Decidi a empurrar de leve, mas ela mesma se jogou com força contra a parede e me puxou, falando para eu fingir que a batia. Foi tudo confuso e me lembro de tê-la obedecido.

─ Assim virou líder? ─ Sana indagou.

─ Ainda não. Ela pediu para que eu a desafiasse no dia seguinte, mas eu não queria. Ela estava fraca e pálida, porém ela era teimosa. ─ Disse e fitou sua namorada. ─ Assim conheci Chaeyoung, porque naquele dia Jeongyeon mandou Chaeyoung ir buscar alguns remédios para ela, porém quando voltava ouviu a conversa e Jeongyeon a fez jurar jamais contar nada a ninguém.

─ E houve a falsa briga nesse dia?

─ Sim, o sangue que ela cuspia fez tudo parecer mais real e ela gritou ter perdido o posto para mim diante de quase todas. ─ Dahyun falou antes de suspirar. ─ Ela fez todas me temerem e pediu para uma de suas garotas me ensinar a lutar de verdade, porque apesar de ser a nova líder, e ter várias que estariam lá para mim na hora da pancadaria, ainda assim talvez eu precisaria lutar.

─ Não sei o que dizer. ─ Sana disse abismada e Dahyun lhe deu um beijo casto.

─ Ela me pediu para jamais conversar com ninguém, não mostrar vulnerabilidade, falar como se eu não tivesse medo de ninguém e jamais desmentir um boato sobre algo ruim que fiz. ─ Dahyun disse rindo com escárnio. ─ Naquela semana ela faleceu e todo o presídio achou que eu a matei na cela enquanto dormia. Tenho certeza de que isso foi ideia dela. ─ Falou rindo tristemente. ─ As únicas que sabem disso aqui dentro são três pessoas, além de você. ─ Sana a fitou com anseio.

─ Mina e Chaeyoung eu já sei, mas quem seria a outra? ─ Sana questionou e Dahyun riu.

─ Você não vai acreditar.

─ Odeio essa merda de suspense. Você o faz desde que cheguei. ─ Sana reclamou e cruzou os braços, fingindo chateação. Dahyun a puxou mais para seus braços e riu com vontade.

─ Quanto dengo, coisa linda. ─ Ela murmurou e Sana suspirou ao sentir um beijo de Dahyun contra a pele de seu pescoço.

─ Diz, para mim, amor... ─ Sana pediu e Dahyun assentiu.

─ Digo tudo o que quiser. ─ Ela disse sorrindo. E lá ia ela novamente, abrir seu coração e sua história completamente para Sana. Bem, completamente não, ela jamais contaria sobre o pequeno segredo que guardava com Mina.

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Agora todo mundo sabe o porquê não tem Jeongyeon.

Presa Por Acaso [Saida Ver.]Onde histórias criam vida. Descubra agora