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Como vocês se sentem sabendo que falta só esse e mais dois capítulos pro final da história?

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Dahyun não sabia exatamente o que havia dado nela, entretanto, ver Sana sofrer nunca seria algo que ela fosse ver sem tentar fazer algo para ajudar. Era quase como se o estado de alerta que ela havia adotado nos últimos anos na cadeia se despertasse instantaneamente naquela situação.

Ela estava quase arrependida de estar ali parada atrás da cama de Nara. A mulher não dormia, estava fitando a parede exatamente como quando Sana havia entrado no quarto e, Dahyun só não desistiu porque precisava ao menos tentar.

─ Uh... Com licença... ─ Usou seu tom mais doce, fazendo a mulher suspirar.

─ Eu estou cheia de remédio. ─ A voz saiu mole, a língua ligeiramente dormente. ─ Não preciso de mais, por enquanto. ─ Falou sem emoção na voz. Dahyun mordeu o lábio inferior e se atreveu a dar a volta na cama, ficando de frente para a mulher, que ergueu demoradamente os cílios, levando os olhos de encontro aos negros.

─ Eu não, uh... Não trabalho aqui. ─ Explicou, ganhando a atenção da mulher ali sentada. ─ Eu vim conversar com você, mas você parece cansada. Por que não dorme um pouco? ─ Sugeriu, vendo a mulher negar levemente.

─ Eu tentei, mas eu não consigo. ─ Ela disse baixo, vendo Dahyun suspirar.

─ Problemas com os sonhos? ─ Dahyun indagou e a mulher negou com a cabeça, sentindo os olhos pesados.

─ Eu juro que eu queria dormir. ─ Explicou. ─ Qualquer coisa é melhor que minha realidade. ─ Disse, passando a mão pelo rosto. ─ Eu não sinto a minha língua direito. ─ Disse rindo tristemente. Dahyun mordeu o lábio inferior e se aproximou alguns passos.

─ Posso, uh, te tocar? ─ Perguntou mansamente. ─ Sabe, para te ajudar a deitar. Sentada fica mais difícil do sono vir e acredito que você precise dormir, ao menos um pouquinho. ─ Os olhos castanhos da mulher analisaram Dahyun, assentindo mansamente antes de sentir a garota lhe acomodar sob as cobertas e se sentar ao seu lado.

─ Você veio para tirar a dor? ─ A mulher perguntou e Dahyun franziu o cenho. Ela sabia que dizer coisas sem sentido às vezes era efeito da forte dosagem. Um riso amargurado saiu fraco por entre os lábios da mulher antes de suspirar. ─ Me sinto tão mole que não consigo nem fazer o que eu queria.

─ E o que você queria fazer? ─ Dahyun perguntou, iniciando uma leve carícia no dorso da mão da mais velha.

─ Chorar. ─ A mulher sussurrou, fitando Dahyun com os olhos quase fechados.

─ É inevitável não sentir dor, só não é justo que você se culpe, uh? ─ Dahyun falou calmamente. ─ Que tal descansar? ─ Mudou de assunto, vendo a mulher assentir.

─ Só um pouquinho. ─ Nara murmurou, fechando os olhos.

─ Eu vou deixar você dormir tranquila, assim que acordar eu volto. ─ O aperto em sua mão a fez parar e voltar a fitar a mulher.

─ Fique. ─ Foi tudo o que ela disse e, mesmo a mulher já estando de olhos fechados, Dahyun respondeu baixinho.

─ Eu não vou sair daqui então.

[...]

O barulho dos pássaros fez Dahyun arregalar os olhos rapidamente, percebendo que ainda estava ao lado da cama da mãe de Sana. Seu olhar foi de encontro ao da mulher e a viu encarando-a.

─ Quem é você? ─ A voz saiu confusa, baixa e ainda arrastada.

─ Ontem a noite eu...

─ Eu me lembro. ─ A mulher disse. ─ Só quero saber quem é você.

Presa Por Acaso [Saida Ver.]Onde histórias criam vida. Descubra agora