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Sana caminhava de um lado para outro ansiosa; estava morrendo de saudades de Dahyun, afinal mal tinha se despedido decentemente de sua namorada. Ela subiu as mangas de sua camisa branca social e ajeitou os cabelos. Será que deveria ter trocado de roupa antes de passar ali? E se Dahyun não se atraísse por ela vestindo social?

Negou com a cabeça e riu para si mesma. Dahyun não era esse tipo de garota, jamais se incomodaria com o tipo de roupa que ela usava. Não mesmo.

─ Poderia se sentar? Está me deixando nervosa. ─ Jihyo disse e Sana a fitou, rindo baixinho.

─ Desculpe, é que estou ansiosa. ─ Ela disse esfregando as mãos em sua calça.

─ Jura? Eu não poderia dizer isso se não tivesse me avisado. ─ Jihyo foi irônica, fazendo Sana negar com a cabeça. 

─ Não use de sua ironia comigo. Você só está aqui para que eu não precisasse ficar nua na frente daquelas mulheres. ─ Jihyo riu.

─ Ou seja, eu vim segurar vela. ─ A loira iria dizer algo, entretanto o ruído da porta se abrindo fez Sana virar o rosto na mesma hora. 

Seu sorriso morreu quando encontrou Mina com uma cara não tão boa.

─ Por favor, não me diga que ela está com aquela frescura de que eu não deveria vir. ─ Sana pediu, vendo Mina se aproximar.

─ Desculpe, mas ela não quer te ver.

─ Por quê? ─ Sana indagou confusa e Mina riu com escárnio. 

─ Por quê? ─ Mina perguntou irritada. ─ Como "por quê?" Você saiu sem mais nem menos. ─ Informou. ─ Não deu nem um tchau, a abandonou. Aquele dia ela te esperou por horas. Se atreveu até a ir à enfermaria ver se você não estava por lá. ─ Mina falou, respirando fundo. ─ Ela te procurou por todos os lados achando que tinham aprontado algo com você e quando disseram que você foi solta e que preferiu não vê-la...

─ Ow, ow, ow! ─ Sana disse, erguendo as mãos na frente de seu corpo ao ouvir o tom acusatório na voz de Mina. ─ Primeiro que eu não sabia que eu sairia. Segundo que eu não tinha como avisá-la desde que jamais me avisaram que eu sairia e ela deveria deduzir isso. ─ Falou firmemente. ─ E terceiro que eu dei dois milhões e quinhentos mil wons para uma policial apenas para ela lhe entregar um bilhete. ─ Mina se calou, a olhando surpresa. ─ E pelo jeito a vadia não deu a ela meu bilhete. ─ Deduziu, respirando fundo.

─ Você não... não a deixou? ─ Mina indagou, tentando comprovar que o que ouvira era real. Tudo não havia passado de um mal entendido.

─ Como eu poderia? ─ Sana disse. ─ Eu estou aqui, não estou? ─ Mina assentiu. ─ Eu poderia estar em qualquer lugar do mundo, desfrutando da minha liberdade, mas ao invés disso estou bem aqui, em uma prisão no meio do nada, unicamente para vê-la. ─ Mina viu a forma como os olhos de Sana brilharam e como a ternura invadiu seu ser.

─ Oh, meu Deus, você gosta mesmo dela. ─ Sana sorriu debilmente e assentiu.

─ Sim, eu gosto. ─ Ela disse com doçura e Mina suspirou.

─ Olha, vou tentar falar com ela de novo. Ela está meio nervosa com isso de gastar um pouco do dinheiro da fiança e pode estar descontando na situação, mas...

─ Fiança? ─ Sana perguntou confusa. ─ Que fiança? 

─ Droga. ─ Mina murmurou. ─ Não é nada. 

─ Myoui Mina, que fiança? ─ Sana insistiu e Jihyo arqueou uma sobrancelha, mais interessada na conversa.

─ Ela vai me matar. ─ Mina murmurou, tomando coragem antes de comprimir os lábios. ─ A fiança dela, Sana. ─ A loira piscou confusa.

─ Dahyun pode sair com fiança? ─ Sana perguntou surpresa. 

─ Você não sabia disso? ─ Jihyo perguntou confusa.

─ É claro que não. Você sabia?

─ Óbvio. Eu pedi para ser advogada dela, tive que ler seu caso.

─ E por que não me disse nada? ─ Sana questionou.

─ Porque eu pensei que você soubesse. ─ Jihyo se explicou e Sana fitou Mina.

─ Não entendo por que ela não me contou isso... ─ Sana disse e Mina umedeceu os lábios.

─ Olha, Sana, Dahyun gosta mesmo de você. ─ Mina começou. ─ Nunca a vi tão leve e feliz igual quando estavam juntas. ─ Explicou. ─ Você já a perguntou se ela estava com você por dinheiro. Você acha mesmo que ela te contaria isso? ─ Mina riu tristemente. ─ Ela jamais colocaria o sentimento dela em dúvida diante de seus olhos.

─ Eu perguntei aquilo quando mal a conhecia. Quando ela não me contava nada e me protegia sem eu entender o motivo. ─ Sana se explicou. ─ Eu jamais pensaria isso dela.

─ Fico feliz. ─ Mina disse sorrindo aliviada. ─ Porque aquela garota te adora.

─ É recíproco. ─ Sana disse ruborizando levemente. ─ Então... ─ Disse limpando a garganta. ─ Aquele dia você mencionou que naquele mês você tinha conseguido mais duzentos. Era dinheiro para a fiança, não era? ─ Mina assentiu.

─ É. Chae e eu nos encarinhamos mesmo com ela e a queremos como madrinha de nosso casamento, então estou juntando para pagar a fiança. ─ Mina disse. ─ O casamento será simples, porque a fiança é alta e não tenho condições, mas está convidada.

─ Sabe o quê? ─ Sana disse sorrindo. ─ Pegue todo esse dinheiro que você guardou para a fiança de Dahyun e invista em seu casamento ou lua de mel, o que preferir. ─ Sana disse animada. ─ Porque a fiança de Dahyun estará sendo paga hoje. ─ Mina arregalou os olhos incrédula, emocionada e agradecida.

─ Co-Como? ─ Indagou e Sana riu.

─ Isso mesmo que você ouviu. Só... poderia dizer a ela que você que conseguiu? ─ Mina fez uma careta ao ouvir aquilo.

─ Ela não vai gostar se...

─ Não se preocupe. Essa não será uma daquelas situações onde a pessoa fica magoada quando descobre a verdade e etcétera. ─ Sana disse rindo. ─ Eu contarei a ela assim que olhar em seus olhos. Só sei que ela pode ser teimosa, então...

─ Entendi. ─ Mina disse sorrindo emocionada. ─ Obrigada. Eu realmente não sei como agradecer.

─ Eu que agradeço. Saber que ela pode sair foi a melhor notícia que recebi em muito tempo. ─ Sana disse verdadeiramente. ─ Pode me fazer um favor? ─ A morena assentiu. ─ Diga à Nayeonie que virei visitá-la e que no dia que ela sair eu mesma farei questão de vir buscá-la. E diga a Scar para não arrumar mais encrenca que se eu ver ela com mais uma tatuagem quando sair eu mesma faço questão de dar um soco nela.

─ Eu direi. ─ Mina respondeu rindo e Sana assentiu feliz.

─ Bem, quanto é a fiança? ─ Sana indagou.

─ Quinze milhões e setecentos e cinquenta wons. ─ Mina disse receosa e Sana fez uma careta. Dahyun estava presa por tão pouco?

─ Bem, então esses serão os quinze milhões e setecentos mais bem gastos da minha vida. ─ Sana respondeu sorrindo. ─ Nos vemos, Mina. Agora tenho uma namorada para soltar, se me der licença.

E dito isso se retirou, fazendo Mina sorrir emocionada. Ela pôde ler no olhar determinado de Sana que, de fato, ela não sossegaria enquanto não tivesse Dahyun em liberdade.

Presa Por Acaso [Saida Ver.]Onde histórias criam vida. Descubra agora