Presa Por Acaso [Saida Ver.]

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Dahyun respirou fundo assim que seu pé voltou a pisar no solo; o ar fresco e levemente frio invadiu seus pulmões, fazendo-a fechar os olhos para sentí-lo espalhar seus cabelos. Seus olhos automaticamente voltaram a se abrir assim que sentiu os dedos frios de Sana se entrelaçando aos seus.

─ Fazia três anos, Sannie. ─ Dahyun disse finalmente, notando uma linha se formar no rosto de Sana, puxando seu sorriso junto.

─ Vem comigo. ─ Sana disse, puxando-a pela mão. O olhar negro capturava cada milímetro de visão, desde os passarinhos cantando naquele fim de tarde até a grama extremamente verde, contrastando com o azul do céu. ─ Acho que aqui está bom. ─ A garota falou, sentando-se na grama e cruzando as pernas. Dahyun a seguiu com os olhos antes de sorrir.

─ Uau. ─ A menor disse e Sana a fitou. 

─ O que foi? Não vai se sentar comigo? ─  A maior indagou e Dahyun mordeu o lábio inferior.

─ Não é isso. É que... Acho que nunca me sentei em um parque antes. ─ Ela disse. ─ Digo, não para apenas desfrutar da vista.

─ Acho que algumas rotinas não permitem isso. ─ Sana falou. ─ Senta aqui pertinho, vem? ─ Usou de seu tom mais terno, não deixando outra opção para Dahyun senão se sentar ao seu lado, voltando a entrelaçar as mãos.

─ Estou livre. ─ Dahyun disse após alguns segundos, ainda não acreditando que após tanto tempo ela estava em liberdade. Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Sana antes de ela assentir.

─ Eu nunca tinha te visto com outra roupa além do uniforme. ─ Ela disse, analisando Dahyun com adoração. ─ Digo, não depois que fui presa. ─ Se corrigiu ao se lembrar que a viu, ainda que de relance, no passado. ─ Você fica ainda mais linda. ─ Dahyun suspirou e umedeceu seus lábios. 

─ Você... pode me contar o que aconteceu, agora? ─ Dahyun perguntou o que realmente queria saber, vendo Sana assentir e começar a explicar tudo o que havia ocorrido, sem deixar nada de lado.

A garota fazia algumas pequenas pausas apenas quando via um sorriso tímido nascer nos lábios de Dahyun conforme ia entendendo que tudo não havia passado de um mal entendido.

─ E então... ─ Sana disse, fitando o antebraço branquelo de Dahyun antes de iniciar uma delicada carícia na região. ─ Ainda somos namoradas ou você não me quer mais agora que está aqui fora e com certeza terá um harém de mulheres aos seus pés? ─ Dahyun riu baixinho.

─ Não seja boba. ─ Dahyun proferiu sutilmente, removendo uma mecha intrusa do rosto de Sana. ─ Não há como eu deixar de te querer. ─ O olhar castanho lentamente se levantou, fitando Dahyun. Suas bochechas coraram levemente antes de um sorriso brotar em seus lábios.

─ Senti tanto a sua falta. ─ Sana murmurou, se inclinando alguns centímetros apenas para deslizar a vértice de seu nariz pelo rosto de Dahyun em uma carícia carregada de ternura. Os olhos se encontraram após isso e a intensidade contida naquela troca de olhares fez ambas suspirarem ao mesmo tempo.

Foi Sana que tomou a atitude, esbarrando a superfície de seus lábios sobre os de Dahyun, sentindo a garota retribuir com o mesmo afeto. A maior gemeu baixinho em puro deleite no encontro de línguas; jamais se adaptaria à forma como se sentia cada vez que se beijavam: Como se estivesse flutuando ou em alguma espécie de bolha, onde a gravidade deixava de existir.

─ Desculpe ter acreditado nos rumores. ─ Dahyun murmurou ainda com as bocas juntas, recebendo um selinho demorado de Sana, que apoiou um braço em sua cintura enquanto o outro estava sobre a grama sustentando o peso de seu corpo e se sentou ainda mais perto.