Presa Por Acaso [Saida Ver.]

37

Demorou porque eu dormi tarde e acordei tarde, taokei?

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─ Dahyun, você sabe que eu não sei lutar de verdade, não é? ─ Chaeyoung sussurrou conforme se aproximavam das garotas da mini-arquibancada.

─ Não iremos lutar, Chae, é só para fazer igual sempre e, bem, você consegue ser bem intimidadora quando quer. ─ Ela disse rindo, adotando a expressão séria e impassível assim que parou de frente para as garotas, fazendo até mesmo Chaeyoung se surpreender com tamanha mudança de humor em tão poucos segundos.

─ Algum problema? ─ Haneul perguntou e Dahyun umedeceu os lábios. 

─ Eu realmente não ligo para que merda de lugar vocês estão sentando, já que ainda sou eu que mando nessa merda, mas conheço vocês o suficiente para saber que querem falar comigo. ─ Ela disse solenemente. ─ Para terem vindo até aqui deve ser algo importante. ─ A loira maior ajeitou o cabelo e se levantou, ficando cara a cara com Dahyun, porém mais alta, afinal estava em cima da arquibancada.

─ Você manteve uma riquinha em segredo. ─ A garota disse cruzando os braços. ─ Sabe bem o quanto adoramos assustar uma.

─ Ela está comigo. ─ Dahyun disse calmamente, como se aquela conversa fosse extremamente entediante.

─ Foda-se! A gente sempre faz as ricas nos conseguirem algum dinheiro e alguns cigarros.

─ Vou repetir: Sana está comigo. ─ Dahyun disse entredentes, sentindo a paciência começar a se esvair de seus poros.

─ Você ficou frouxa com ela aqui. As pessoas já não te olham com tanto medo, já que vive sorrindo para todos os lados. ─ Joohyun disse e Chaeyoung empurrou o ombro da mesma assim que ela se aproximou demais de Dahyun.

─ Sem tocar. ─ Chaeyoung disse apenas duas palavras com a cara fechada, mas foi piamente respeitada quando a garota assentiu, voltando a fitar Dahyun.

─ Sana está para sair, não vai dar tempo de conseguir nada para ninguém, então acho bom deixarem ela em paz. ─ Dahyun alertou.

─ O que ela te conseguiu? ─ Haneul, que ainda estava sentada, perguntou.

─ Alguns bons orgasmos. Sabe como é, não é? Não precisei forçá-la a nada, então saiu tudo mais gostoso assim. Reciprocidade é uma delícia, você deveria tentar experimentar. ─ Dahyun falou em um tom zombeteiro, fazendo Haneul bufar em tamanha raiva.

─ Você a manteve para si, então terá que nos pagar tudo o que ela poderia ter nos dado. ─ A loira disse, ganhando a atenção de Dahyun para si. Uma risada fria escapuliu de seus lábios.

─ Você está brincando, não é? Porque se não estiver, preciso informar que está começando a tirar minha paciência. ─ Ela disse e a mais velha suspirou, umedecendo os lábios.

─ Jeongyeon tinha o nosso respeito e só estamos quietas porque ela pediu que obedecessemos a nova líder, mas você é fraca, não serve para esse cargo.

─ Fraca? ─ Dahyun perguntou indignada. Ela sabia que era só estalar os dedos e quase todas as detentas estariam ali dispostas a lutarem por ela, porém ela não queria briga.

─ Olha só, queremos alguns cigarros e você deveria nos ajudar. ─ A Bae rebateu e Dahyun assentiu, após alguns segundos de silêncio, sabendo que realmente a líder dali ajudava as outras acima de tudo.

─ Vou conseguir os cigarros, mas se alguém encostar em um mero fio de cabelo de Sana ou simplesmente falar com ela sobre isso eu juro que…

─ Ninguém relará na galinha dos ovos de ouro. ─ Joohyun disse e Dahyun suspirou, subitamente se acalmando.

─ Acho muito bom. ─ Ela disse e as outras duas levantaram.

─ Desculpe ter sentado aqui. Estávamos apenas irritadas e viemos prontas para uma briga. ─ A loira disse, estendendo a mão para Dahyun.

─ Seria interessante ver vocês perdendo isso. ─ Dahyun disse friamente, esnobando a mão da garota. ─ Agora saiam da minha frente, vou atrás dos cigarros.

─ Obrigada. ─ A loira disse, se afastando delas no momento seguinte com suas companheiras. 

─ Você acha que Sana dará dinheiro para os cigarros? ─ Chaeyoung perguntou assim que as garotas se afastaram o suficiente e Dahyun mordeu o lábio inferior, olhando com um olhar culpado para a loira.

─ Não pedirei nada a ela.

─ Dahyun! ─ Chaeyoung disse incrédula. ─ Não acredito. ─ Falou, passando uma das mãos no rosto. ─ Como vai conseguir cigarro para tudo isso de detentas? ─ A mais alta comprimiu os lábios e Chaeyoung negou com a cabeça. ─ Não. Não... nem pense nisso!

─ Eu não tenho outra opção, Chaeyoung! ─ Dahyun disse e a loira começou a caminhar irritada para longe de Dahyun. ─ Hey! Espere... ─ A maior gritou, vendo Chaeyoung parar bruscamente e se virar para ela com o olhar enfurecido.

─ Você poderia não dar a porcaria dos cigarros para elas. ─ Chaeyoung disse e Dahyun negou.

─ Eu não permitirei que toquem em Sana. ─ Dahyun avisou. ─ Não posso deixar que a machuquem. Não posso e não irei!

─ Ou seja, não será a madrinha do meu casamento. ─ Ela disse irritada.

─ Tenta me entender... ─ Dahyun pediu cautelosamente. ─ Tem apenas alguns dias para ela sair e…

─ E nada! Diz para ela que você precisa desse dinheiro e tenho certeza de que ela te ajudará com esses malditos cigarros. ─ Chaeyoung disse irritada e Dahyun negou freneticamente.

─ Não vou fazer isso. ─ Dahyun rebateu.

─ Céus, Dahyun! Ela é podre de rica e pode resolver isso. ─ Chaeyoung disse. ─ Ela pode resolver isso e também pode resolver...

─ Não! ─ Dahyun rebateu. ─ Ela pensou que eu fosse uma interesseira algum tempo atrás. Não quero que esse pensamento volte a surgir em sua mente. Eu não me importo com o dinheiro dela, só quero o seu bem.

─ E quanto ao seu bem?

─ Não vou ficar aqui discutindo isso. ─ Dahyun resmungou e Chaeyoung riu com frieza.

─ Eu amo você como uma irmã e Mina muito mais, mas não posso ficar parada aqui vendo você se ferrar por ser orgulhosa.

─ O que vai fazer? ─ Dahyun perguntou temerosa.

─ Vou dizer a ela sobre a merda dos cigarros e que ela não precisa esperar trezentos anos para que você saia.

─ Não se atreva! ─ Dahyun gritou ao ver Chaeyoung correr em direção à sua cela.

─ Onde está Sana, Nayeon? ─ Chaeyoung perguntou assim que invadiu o local e Dahyun segurou seu braço, a olhando com uma súplica silenciosa para não contar nada.

─ Uh, não sei. Uma policial a chamou há alguns minutos e ela foi. Ainda não voltou. ─ Nayeon disse, se levantando da cama. ─ Posso ir?

─ Pode. Está tudo bem, não se preocupe. ─ Dahyun informou e Nayeon sorriu aliviada, pedindo licença antes de sair dali.

─ Não me olhe assim. ─ Chaeyoung disse de braços cruzados ao ver Dahyun voltar a lhe fitar com súplica. ─ Eu direi tudo a ela. Não esconderei mais nada.

─ Por fav...

─ Temos quase todo o dinheiro para você sair dessa merda. ─ Chaeyoung a cortou. ─ Não vou deixar que faça uma merda dessas agora que Mina já juntou quase todo o dinheiro para a sua fiança. ─ Protestou. ─ Ela não vem trabalhando quase o período dobrado para pagar sua fiança para você fazer isso. Não mesmo.

─ Mas, Chaeng…

─ Quero você como madrinha do meu casamento em alguns meses, não permitirei que estrague o meu momento. ─ E dito isso Dahyun se calou, aceitando Chaeyoung esperar Sana.

Esperou minutos; esperou horas... Esperou e esperou, porém ela não voltou.

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