Emergir após você ter quase se afogado te faz sentir aliviado, exasperado, inquieto, feliz e ao mesmo tempo desesperado. Sua respiração se descontrola e seu pulso acelera inexplicavelmente. Era exatamente assim que Dahyun se sentia, como se quase houvesse se afogado.
Sana era seu mar.
Os lábios quentes sobre os seus não a deixavam pensar, só sabia de algo: Precisava de mais e foi com tal pensamento que apenas permitiu a passagem da língua da maior, vibrando internamente com o contato.
Não era um beijo qualquer, era Sana ali. Minatozaki Sana. Ela não podia acreditar naquilo, não conseguia cair sua ficha de que beijava a garota que...
Ela vetou seus pensamentos quando a maior chupou seu lábio inferior e enfiou as duas mãos por dentro de sua camisa, arranhando as unhas curtas em sua pele, causando a inflamação de todo seu corpo. Sana voltou a aprofundar o beijo e Dahyun a puxou mais para si, levando uma de suas mãos até os cabelos da nuca da maior e a enfiando ali, os puxando de leve, sentindo a textura sedosa dos fios entre seus dedos enquanto suas línguas se encontravam em um perfeito encaixe.
Sana arfou contra sua boca e apertou sua cintura, tentando juntar ainda mais os corpos, como se os tentasse fundir.
─ Detentas! ─ A voz firme e ríspida de uma das guardas fez elas separarem as bocas, sem se afastarem totalmente. ─ Aqui não é lugar pra isso. ─ Ambas assentiram, se afastando de vez uma da outra.
─ Não deveríamos ter feito isso. ─ Dahyun, que possuía seu lábio ligeiramente avermelhado, falou e Sana negou com a cabeça.
─ Claro que deveríamos. ─ Disse, sem se importar com o fato de pouco tempo atrás ter pensado que deveria tentar não se apaixonar por Dahyun.
─ Você tem problemas de interpretação? ─ Dahyun perguntou. ─ Mina disse para você não encarar e você me encarou; eu disse para não se aproximar e você vive criando conversas íntimas; agora digo que não deveríamos e você diz que sim, deveríamos.
─ Não tenho problemas de interpretação. Apenas sei formar opinião própria. ─ Sana rebateu e Dahyun suspirou, indo em direção à sua cela.
─ Pare de me seguir, Sana! ─ Dahyun pediu.
─ Só quando me disser por que não deveríamos. ─ Sana falou e Dahyun entrou em sua cela, subindo em sua cama e se virando para a parede. Sana suspirou e se encostou na parede de frente para o beliche. ─ Eu não sabia que te incomodava tanto assim. Desculpe.
─ Não faça isso.
─ Isso o quê? ─ Sana perguntou e Dahyun se virou para ela.
─ Esse drama todo, me mostrando que estou reagindo exageradamente. ─ Dahyun explicou e Sana a fitou, sorrindo fraco antes de assentir e se deitar em sua cama. O silêncio perturbador fez Dahyun suspirar. ─ Sana?
Silêncio.
─ Sana?
─ O que é? ─ Sana perguntou e Dahyun se equilibrou em seu peito, olhando para a cama de baixo.
─ Está brava comigo? ─ Dahyun perguntou e Sana negou. ─ Então por que não me respondeu de primeira?
─ Não faz sentido as discussões idiotas que temos. Você é um maldito ponto de interrogação que fica no final de toda frase minha. ─ Sana disse encarando-a, vendo os olhos escuros refletirem um lampejo de tristeza.
─ Desculpe. ─ Dahyun murmurou e Sana se surpreendeu. ─ Só há perguntas que para a minha proteção eu devo manter as respostas para mim. ─ Dahyun falou. ─ Eu ainda tenho mais dois anos aqui, preciso manter meu foco.
─ Bem, se a minha advogada não for eficiente o suficiente eu ainda tenho vinte e dois, então boa sorte com seus dois anos. ─ Sana disse e Dahyun mordeu seu lábio inferior, descendo da cama de cima.
─ O que fez para pegar tanto? ─ Dahyun perguntou curiosamente e Sana foi para o canto de sua cama, esticando a mão para Dahyun.
A menor encarou sua mão com hesitação, até finalmente segurá-la, sentindo a maior lhe puxar para seu lado. Dahyun respirou fundo, sentindo o cheiro do condicionador de Sana impregnado no travesseiro.
─ Não fiz nada, mas fui acusada pelo assassinato do meu irmão e de ter tentado assassinar minha mãe. ─ Sana disse, vendo Dahyun arregalar os olhos completamente surpresa. ─ Eu não fiz isso, eu juro, mas sei que você não vai acreditar em mim. ─ Sana disse, brincando com a bainha de sua camisa.
Ela se surpreendeu quando sentiu Dahyun acariciar seu rosto, fitando-a com seu olhar carregado de afeto.
─ Você poderá pegar uma boa grana quando processar esses babacas do estado, huh? ─ Dahyun perguntou e Sana assentiu ainda cética.
─ Você vai acreditar que sou inocente assim... fácil? ─ Sana perguntou e Dahyun assentiu.
─ Já acreditei. ─ Dahyun disse sorrindo de lado e Sana se virou para ela.
─ Eu não vou perder meu tempo processando eles. ─ Sana disse e Dahyun franziu o cenho.
─ Por que não? ─ Indagou sem jamais deixar de acariciar o rosto da maior, que suspirou ante ao toque gentil.
─ Porque eu quero viver minha vida, desfrutar das coisas que eu não dava valor antes, sabe? ─ Sana perguntou. ─ Não quero ficar enfurnada em uma sala o dia todo diante de uma pilha de papeis. Quero ir no parque central e me deitar sobre o gramado enquanto admiro os pássaros no céu e sinto o ar fresco acariciar minha pele.
─ O futuro amor da sua vida poderia estar junto e ambos poderiam alimentar os patos. ─ Dahyun disse e Sana sorriu, assentindo.
─ Me soaria um bom lugar para eu dizer que a amo. ─ Sana disse e Dahyun suspirou. ─ Uma pena nada disso existir. ─ Falou e Dahyun assentiu.
─ Mas você tem chances de ser feliz quando sair daqui, sabe? Viver, receber de bom tudo o que já ofereceu a este mundo. ─ Dahyun disse e Sana subiu seu olhar, analisando meticulosamente cada palavra que Dahyun havia dito.
─ Por que sempre fala como se eu tivesse sido uma heroína lá fora? ─ Sana perguntou e Dahyun negou, parando sua carícia.
─ Nada. ─ Respondeu abaixando seu olhar. ─ Se sua advogada conseguir sua inocência você sai em quanto tempo?
─ Cinco meses e duas semanas. ─ Sana disse e Dahyun assentiu, fitando os lábios tão atrativos da maior.
─ Acho que mudei de ideia sobre nos beijarmos. ─ Ela sussurrou e Sana a olhou cheia de expectativa. ─ Mas me prometa que não fará tantas perguntas.
─ Não posso prometer isso. ─ Sana disse, umidecendo seus lábios. ─ Mas gostei da ideia de voltarmos a nos beijar loucamente. ─ Sana disse maliciosa e Dahyun riu. ─ Por que mudou de ideia? ─ Indagou curiosa e a menor suspirou, passando um braço por seu corpo, a abraçando.
─ Porque sei que será inocentada e, bem, acho que eu gostaria de aproveitar o pouco que vou ter com você. ─ Dahyun confessou ruborizando e Sana sentiu um arrepio cortar sua espinha. Quanto mais tempo passava, mais encantadora Dahyun se tornava aos seus olhos.
─ Então pode aproveitar bastante. ─ Sana sussurrou, levando uma mão até a nuca de Dahyun para então arrastar as unhas ali, vendo um novo brilho nascer nos olhos da menor.
Ela gemeu quando sentiu Dahyun beijá-la e então a maior puxou Dahyun mais para cima de si. Aparentemente os próximos meses não seriam nada ruins trancafiada ali com a menor.
Entretanto, de alguma forma, incomodava se imaginar saindo daquele presídio e deixar Dahyun para trás. Ela espantou seus pensamentos ao ver o rumo que estava tomando. Focaria no "agora" e, bem, o "agora possuía a língua de Dahyun se encontrando com a sua enquanto sua mão direita adentrava a camisa de Sana para acariciar diretamente sua pele.
É, o "agora" era bem atrativo.
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So, hoje eu vou viajar e ficar até domingo fora, então é bem provável que eu fique sem postar por esses dias.
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Presa Por Acaso [Saida Ver.]
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...