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─ Aonde estamos indo? ─ Sana perguntou, porém a policial revirou os olhos e bufou.

A maior achou melhor ficar quieta, se lembrando do que Mina havia lhe aconselhado. Ela estranhou o caminho da sala de visitas não ter sido o que tomaram, porém nada disse, obedeceu calada, seguindo a policial. O fato de não ter sido algemada também lhe chamou a atenção, no entanto, quando viu uma sala bem mais clara e Jihyo do outro lado da grade suspirou aliviada.

A policial abriu-lhe a grade e ela saiu, vendo Jihyo sorrir para ela e estender algumas roupas em sua direção.

─ A sala de visitas mudou? ─ Sana perguntou confusa, abaixando a vista para o que Jihyo estava lhe entregando. Jihyo riu alegremente e negou com a cabeça.

─ Não, sua boba, você foi solta. ─ Jihyo disse animadamente, fazendo Sana abrir a boca e um enorme sorriso seguir o gesto.

─ O quê? ─ Ela perguntou, vendo Jihyo assentir. A garota pulou súbitamente no pescoço de Jihyo em um abraço impulsivo, porém logo se afastou. ─ Desculpe. ─ Ela disse rindo.

─ Está tudo bem. ─ Jihyo respondeu gentilmente com o sorriso ainda esboçado em seu rosto. ─ Eu trouxe algumas roupas suas, desde que você me deu as chaves de seu apartamento para isso. Vista-as, com certeza terá imprensa lá fora, eles vivem me seguindo agora que sabem que sou eu a responsável pelo seu caso. ─ Jihyo disse e Sana assentiu.

─ Só preciso resolver uma coisa antes. ─ Ela disse antes de se afastar um pouco de Jihyo para colar o rosto na grade. ─ Hey! ─ Sana gritou para a policial que a levou. ─ Preciso buscar minhas coisas pessoais.

─ A sua advogada disse que não precisava. Agora que saiu não pode voltar, precisa vir no dia de visitas.

─ Como assim? ─ Sana indagou surpresa. ─ Jihyo?

─ Uh, foi você que disse que não iria querer suas coisas daqui quando saísse. ─ Jihyo disse meio confusa, como se tivesse feito algo de errado.

─ Não quero mesmo, só preciso voltar lá. Pode me ajudar com isso?

─ Infelizmente não. Eu sou a sua advogada. Para visitar alguém eu precisaria pedir o caso. ─ Jihyo disse apenada.

─ Droga! ─ Sana resmungou baixinho. ─ Vem cá. ─ A garota chamou a policial, que fez cara de poucos amigos, porém se aproximou da grade. ─ Pode me fazer um favor?

─ Não estou aqui para isso. ─ Ela disse seriamente e Sana baixou o tom de voz, se lembrando que aquela era uma das garotas que Haneul comprava, ou seja, ela gostava de dinheiro.

─ Te dou dois milhões e quinhentos mil wons se mandar um bilhete para uma pessoa. ─ Sana disse baixinho, não deixando nem Jihyo escutar. ─ E no dia de visitas voltarei e darei mais dois milhões e quinhentos se o recado tiver sido realmente dado. ─ A policial arregalou os olhos pela quantidade de dinheiro envolvida e assentiu com a cabeça, fazendo Sana sorrir.

─ Certo. ─ A mulher respondeu e Sana se virou para Jihyo rapidamente.

─ Pode me arranjar uma caneta, um papel e dois mil dólares? ─ Jihyo arregalou os olhos e Sana riu. ─ O dinheiro eu te devolvo no caminho, quando passarmos em algum banco. É que não estou com meu cartão e só temos caixas eletrônicos aqui por perto.

─ Não sei qual é o meu limite de saque, desde que eu não tenho todo o dinheiro que você costuma ter, mas, uh, vou ver... ─ Ela disse e Sana assentiu agradecida.

─ Vou trocar de roupa rapidinho e já volto com seu dinheiro e com o bilhete. Não demoro, não saia daí, por favor. ─ Sana pediu e a mulher assentiu, quase explodindo de tanto sorrir pela quantidade de dinheiro que iria ganhar.

Sana se vestiu rapidamente e suspirou diante do pequeno espelho que havia no banheiro da parte de fora da cadeia. O reflexo a surpreendeu pelo fato de um lugar tão simples não lhe afetar mais, havia aprendido a lidar com a simplicidade ali, não que antes fosse uma esnobe ou metida, no entanto, não podia deixar de reparar em certos detalhes.

Seu coração se comprimiu ao lembrar que não pôde sequer se despedir direito de Dahyun; ao se lembrar que não dormiria com ela mais por um longo tempo, porém ela não estava brincando quando disse que esperaria por Dahyun. Esperaria e nada seria capaz de mudar aquilo.

─ Você está salvando a minha vida inteira agora, sério. ─ Sana disse rindo, apoiando a agenda no topo da pia antes de começar a escrever.

Alguns minutos foram o suficiente para Jihyo voltar com o dinheiro envolvido em um elástico e com uma agenda e uma caneta.

"Hey, meu amor, eu sei que eu deveria estar falando isso na sua frente, encarando seus preciosos olhos enquanto eles me envolveriam na infinita extensão que é a química que você transmite ao me fitar.

Eu não sabia que sairia hoje, eu juro, e como sei que tenho a namorada mais insegura do mundo quando se trata do nosso futuro (pausa para risos e um beijinho imaginário na pontinha do seu nariz) decidi te escrever.

Preciso que saiba que eu vou morrer de saudades do seu cheirinho enquanto me abraça, dos seus carinhos involuntários pela madrugada e das madrugadas em claro (Já estou com saudade dessas, se é que me entende.).

Eu não tive escolha, mas eu não menti quando disse que irei te esperar. Na próxima data de visitas serei a primeira naquela fila para te ver, eu posso nunca ter dito, mas eu amo você. Até breve e, caso sinta saudades, tem uma foto nossa embaixo no meu travesseiro.

Um milhão de beijos e junto com eles mando meu coração."

A maior releu a carta e achou que faltava um bilhão de coisas a serem ditas, mas por ora aquilo dava para acalmar Dahyun de achar que ela a havia abandonado. Também precisava se despedir de Jennie, Nayeon e Chaeyoung, porém isso ela poderia deixar para outro dia.

─ Aqui está. ─ Sana disse, entregando a carta para a policial, que pegou o dinheiro também. ─ Trago os outros dois milhões e quinhentos no dia de visitas. ─ A mulher assentiu e logo se afastou dali.

─ Não sei o que fez, mas podemos ir? ─ Jihyo perguntou e Sana riu, assentindo. ─ Faturei tanto dinheiro para você pela injustiça que fizeram, deixa eu te contar as novidades…

Enquanto isso a policial ia em direção às celas, procurando a pessoa para quem entregaria a carta e quando a viu em sua cela sorriu satisfeita, caminhando até lá.

─ A princesa saiu e deixou uma carta para a Kim. ─ A mulher disse, vendo os olhos cobertos pelas lentes de contato esverdeadas se erguerem para ela.

─ Bom trabalho. ─ A garota respondeu, erguendo a mão para pegar a carta, porém a policial a puxou.

─ Quero quatro milhões e quatrocentos mil wons na minha conta, Haneul, porque ela me ofereceu mais dinheiro se a carta for entregue. ─ Informou.

─ Certo, te mandarei. ─ A mulher voltou a puxar a mão para esquivar a carta de Haneul.

─ Quando o dinheiro cair eu te dou a carta. Até lá vou cuidar como ouro, afinal são dois milhões e quinhentos. ─ Haneul assentiu e bufou, porém sorriu.

─ Parece que nossa líder vai ficar deprimida e é bem aí onde pegarei, finalmente, a minha liderança. ─ Ela disse para si mesma assim que a policial saiu. Já tinha um plano, era hora de colocá-lo em ação. 

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Prontinho, não são necessárias ameaças risos.

Presa Por Acaso [Saida Ver.]Onde histórias criam vida. Descubra agora