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E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado, Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".

- O Corvo (Edgar Allan Poe)

- O Corvo (Edgar Allan Poe)

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Um corvo robusto e negro bateu suas asas ao ouvir o barulho da porta da carruagem irromper o silêncio absoluto da entrada do castelo. A população esperava que a princesa voltasse de sua viagem casada, logo, um vestido branco e um noivo ao seu lado eram o que os olhares curiosos buscavam.

O povo de White Kingdom estava furioso com a Coroa havia tempos, principalmente com um acidente não explicado, o qual fez mais da metade dos alimentos, que iriam para eles, se perderem no oceano azul. Então, o casamento da princesa com um lorde distante faria com que a fome cessasse.

Assim que a jovem desceu da carruagem, as vaias e ofensas começaram. Ela não estava com um vestido branco e nem com um noivo ao seu lado.

Alimentos podres e pedras começaram a ser lançados na direção dela. O cavaleiro Arthur, que estava ao seu lado, pegou seu escudo, posicionando-o à sua esquerda e ergueu sua capa, dando a volta na princesa para protegê-la. Rapidamente ele a levou para dentro do castelo, mas as ofensas ainda eram possíveis de serem ouvidas.

— Bruxa maldita!

— Você vai morrer!

— Não queremos você como rainha!

— Bastarda!

— Alteza, você está bem? – Arthur perguntava.

Ela fitava o chão e apenas concordou com a cabeça.

— Sua mãe lhe aguarda na sala do Conselho. Te acompanharei.

— Obrigada, Sir. – ela saiu andando rapidamente na frente.

Os gritos pareciam sumir a cada corredor virado. Agora, o único barulho que se ouvia era o da bela armadura de Arthur e do salto de Melissandre.

Ela segurou a barra do belo vestido azul para subir a escada sem tropeçar. Quando chegou ao topo, observou o povo pela janela.

— Por que eles me odeiam tanto? Me esforço ao máximo para ser uma boa princesa e futuramente uma boa rainha, mas eles não parecem se importar. – ela suspirou e soltou a barra do vestido.

— Eles estão com fome. Isso ofusca os pensamentos de todo homem e mulher. Você é uma ótima princesa e com toda certeza será uma ótima rainha. – Arthur sorriu para ela.

𝑯𝒊𝒅𝒅𝒆𝒏 𝑰𝒏 𝑻𝒉𝒆 𝑺𝒉𝒂𝒅𝒐𝒘𝒔  · ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora