IV

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Barulho de cavalos e armaduras eram possíveis de serem ouvidos, não muito longe de onde Arthur e Melissandre se encontravam.

— Seria cavaleiros da capital? – Melissandre perguntou preocupada.

— Com certeza. Vamos rápido.

Arthur jogou terra por cima da fogueira. Colocou Melissandre no cavalo, subiu e saiu em disparada dali.

— Coloque o capuz. Seu cabelo se destaca muito.

Ela ouviu-o e colocou o capuz. Sua cabeça estava a mil. Ela pensava em diversas possibilidades.

Quando estavam longe o suficiente, Arthur começou a diminuir a velocidade.

— E se eles fossem do bem? – ela questionou.

— Todo homem é do bem, até você lhe dar um saco de ouro. E você nunca vai saber qual deles recebeu.

— Então assim é impossível de confiar nas pessoas.

— É, tem razão.

— Então por quê eu confiaria em você?

— Você não tem nenhum motivo pra isso, apenas confia por instinto.

Após alguns minutos galopando, eles avistaram uma taberna. Estava cheio de cavalos ao lado de fora.

— Não tire o capuz de forma alguma. – Arthur avisou.

— Está bem. – Ela segurou o capuz com mais força.

Arthur parou, desceu e prendeu o cavalo junto aos demais.

— São cavalos de onde? – Melissandre perguntou.

— Não possuem símbolos de casas, então são cavalos de desertores ou caçadores. – ele respondeu enquanto a ajudava a descer do cavalo. – Devemos tomar um cuidado extra.

Ambos adentraram a taberna e se depararam com inúmeros homens. Todos comendo, bebendo e rindo.

Eu contei três. – ela sussurrou com cuidado para não movimentar demais os lábios.

São quatro. Tem um ali atrás cantando a moça.

Melissandre vira-se lentamente e observa o homem que importunava a pobre moça.

Eles sentam-se, Arthur pede uma bebida e algo para comer.

— Eu sei o que você está pensando. E não, não temos chances de ajudá-la.

— Mas, Arthur...

Ele fez um olhar de: "pare por favor, você está nos entregando". E ela parou de insistir.

Um moça veio trazer a bebida e a comida.

— Você quer experimentar? – Arthur ofereceu a cerveja. – Não é tão ruim quanto o cheiro.

— Não, obrigada. Prefiro vinho.

Os homens começaram a rir bem alto, então Arthur aumentou o tom de voz.

— A nobreza é complicada. – ele falou debochando.

— Você é da nobreza também.

Assim que Melissandre falou, os homens cessaram o barulho e encaravam ambos.

— Parece que temos amigos da nobreza aqui, companheiros.

Melissandre suava frio e tremia. Ela encarou Arhur.

— Vocês ouviram errado, meus amigos. Não tem ninguém da nobreza aqui.

— Uma coisa que eu valorizo muito em mim, é minha ótima audição. Então não venha dizer que eu ouvi errado, cavaleiro. – o homem se levantou e levou a mão à espada em sinal claro de ameaça.

𝑯𝒊𝒅𝒅𝒆𝒏 𝑰𝒏 𝑻𝒉𝒆 𝑺𝒉𝒂𝒅𝒐𝒘𝒔  · ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora