XI

86 17 81
                                    

Um novo dia se iniciava, mas não havia nada de bom nele.

A tirana estava sentada em um trono no qual não lhe pertencia e mandou que chamassem Tom.

Lorde Thomas Fuchs... – ela falava como se fosse uma piada. – Diga-me...Como será que está sua irmã após receber o corpo do marido?

Tom estava tremendo de raiva. Seus olhos marejados demonstravam o que ele sentia, mas ele conseguiu dizer o que Amina desejava ouvir.

— Da melhor forma possível, majestade. Afinal... – ele engoliu em seco e pediu perdão aos deuses, mentalmente, pelo que iria dizer. – Era o corpo de um traidor. Sua morte purificou essa nação.

— Também acho exatamente isso. – ela levantou e foi em sua direção. – Por causa de suas belas palavras carregadas de verdades, eu o nomearei Guardião da Verdade.

Ele parecia confuso.

— O quê quer dizer, majestade?

— Quero dizer que escolhi a Floresta das Raposas, seu lar, para fazer justiça. E você julgará a verdade. Você escolherá a morte de Melissandre, Arthur e Peter. E não existe misericórdia para eles, saiba disso.

Ele fez sinal com a cabeça de que havia entendido.

— Agora pode se retirar. Quando formos partir, você será avisado. 

Tom fez uma breve reverência e saiu do salão.

— Quais seus planos para ele, Amina? – Aaron perguntava.

— Morte.

O dia havia amanhecido para Melissandre, Arthur e Peter também. Que apesar de tudo, estavam felizes de estarem vivos.

— Precisamos treinar você. – disse Peter enquanto comia um pedaço de pão.

— Treinar ela? Tá maluco, Pete. – disse Arthur. – A gente tá aqui para proteger ela. Não tem necessidade.

— Ela tem que saber se defender, Arthur. Quando você largou ela sozinha, você não pensou nisso. Ela poderia ter morrido por imprudência sua.

Arthur suspirou e olhou para o chão.

— O passado já se foi. Vamos esquecer dele. – ela disse. – Eu quero ser treinada. Acho que é bom saber portar uma espada.

— Viu só, Arthur. – disse enquanto apontava para Melissandre. — É uma mulher de garra. 

— Está dizendo que sou uma mulher e ainda por cima sem garra? – ele enfatizou os termos.

Peter deu de ombros e levou uma cotovelada, todos riram.

— Quando começamos meu treinamento? – perguntou ela.

— Agora mesmo. – respondeu Peter. — Mas você vai ter que cortar seu cabelo.

— Cortar o cabelo? Por quê?

— Além de atrapalhar, é muito fácil identificar você. Fico surpreso do fato de Arthur não ter cortado ainda. – ele olhou de canto de olho para Arthur.

— Beleza, Peter. Não sou um cavaleiro tão bom quanto você. Era isso que você queria? – seu tom de voz era grave e ele soava ofendido.

— Não, Arthur. Não quis... – antes que pudesse terminar, ele levantou, pegou sua espada e adentrou na mata.

— Ele ainda está sensível por causa do Charles... – Melissandre tentou amenizar a situação.

Peter só suspirou e continuou encarando o chão.

𝑯𝒊𝒅𝒅𝒆𝒏 𝑰𝒏 𝑻𝒉𝒆 𝑺𝒉𝒂𝒅𝒐𝒘𝒔  · ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora