𝑯𝒊𝒅𝒅𝒆𝒏 𝑰𝒏 𝑻𝒉𝒆 𝑺𝒉𝒂𝒅𝒐𝒘𝒔 · Concluída

XVII

Amina estava no interior da sala. A poeira tomava conta do lugar.

Ela arrancou seu véu e começou a espraguejar sua sobrinha.

— Maldita seja. Meu filho que deveria ser o rei... Bastarda...

Quando ela ouviu o barulho da porta destravando, o medo a dominou novamente. Correu até uma outra porta e a abriu. Esta era mais pesada que anterior e não conseguiu fechá-la.

— Inferno. — disse antes de começar a correr.

Melissandre adentrou o lugar. Havia muita poeira. Ela encontrou um véu negro no chão e logo o associou a sua tia.

O lugar estava vazio, contudo, uma luz era vista por uma outra porta aberta.

Ao longe do longo corredor, uma figura segurando uma lamparina era vista. O peito de Melissandre apertou e sua respiração acelerou. Ela foi andando devagar até que gritou.

— AMINA!

Ela parou. O único barulho ouvido era da lamparina balançando. Momentos depois, Amina começou a correr desesperadamente. Melissandre fez o mesmo.

Este corredor era longo e não era um labirinto como os anteriores, facilitando as coisas para os dois lados.

Quando chegou ao final, Amina deu de cara com uma parede. Melissandre ajustou uma flecha no arco e disparou. Como estava escuro e a única luz estava bem perto do corpo de Amina, o disparo acertou a parede, mas por centímetros, não perfurou seu crânio.

Amina passava a mão pela parede a procura do mecanismo que abriria a passagem. Quando achou, outro disparo veio em sua direção e atravessou a lamparina, fazendo-a se quebrar em inúmeros pedaços e pegar fogo na barra do vestido negro.

A passagem abriu. Ela era pequena e estreita, necessitando que deitasse no chão para conseguir passar. Apagado o fogo da barra do vestido, ela deitou no chão sob os cacos quentes e começou a passar pela passagem.

Melissandre começou a correr mais rápido e conseguiu puxar a tia pelas pernas. Sua barriga foi cortada em vários lugares devido aos cacos de vidro.

— Me solte! — ela grunhiu e virou-se de barriga para cima, desferindo um chute no abdômen de Melissandre.

A princesa caiu sem ar, o que facilitou a passagem de Amina, contudo, ela se recuperou rápido e atravessou também. 

— Fico feliz que tenha vindo me visitar, sobrinha amada. — ela debochava. — E seu amante? Sobreviveu?

— Não. Ele se foi. E você pagará por isso. — ela apontou a espada.

— Coitada de mim. — ela riu.

Melissandre foi em sua direção e desferiu um golpe com a espada, mas não aguentou seu peso, fazendo com que o golpe atingisse o dossel empoeirado.

Amina correu em direção a porta, que estava trancada. Melissandre desferiu outro golpe, que acertou a madeira da porta e prendeu a espada.

— Você não sabe nem o que está fazendo e deseja me matar? — ela gargalhou. — Isso tem que ser uma piada.

— Pode parecer uma piada para você. — respondeu a princesa soltando o cabo da espada presa e se virando para a tia. — Mas para mim, não é.

— Uma pena. — Amina carregava uma adaga e foi para cima de Melissandre, derrubando-a no chão.

Ela pressionava a adaga contra seu peito, mas a menina segurava a lâmina, que estava cortando suas mãos e as deixando levemente adormecidas.