VIII

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Peter saiu do pátio. Ele necessitava de apoio das colunas para não cair no chão.

Ele já havia matado antes, mas matado homens que eram inimigos, homens que queriam destruir seu lar. Não homens de bem que só queriam algo para alimentar a família. A culpa caiu como uma guilhotina.

— Sir Peter, o senhor está bem? – um cavaleiro jovem, amigo de Peter questionava, mas o som não era tão audível para ele.

Rafael, me tira daqui...Por favor... – Peter ia cair no chão, mas Rafael o segurou.

— Vamos, Sir. – ele o apoiou e foi caminhando lentamente para dentro do castelo.

Já em seus aposentos. Peter estava dando alguns sinais de melhora.

— Mestre, o que aconteceu comigo? 

— Não sei te dizer, Peter. Mas garanto que esse remédio irá aliviar pelo menos um pouco do que está sentindo.

— Ele alivia culpa da consciência?

— Infelizmente eu ainda não possuo um remédio com tal capacidade.

— Então não me serve de nada! – ele jogou o frasco de líquido verde na parede. 

— Peter. acalme-se.

— Me acalmar, mestre? É sério? Você sabe a dor e angústia que está presa no meu peito agora?! Eu MATEI aquele homem inocente para satisfazer o ego daquela megera imunda! – Peter estava possesso, ele andava de um lado para o outro. 

— Você vai fazer um buraco no chão de tanto que anda em círculos. – o mestre levantou-se da cama, onde estava sentado, e foi até Peter. – Se você quer aliviar esse sentimento de culpa, tire Amina do poder. Traga de volta a princesa Melissandre. Isso será o certo, pois aí, nenhuma pessoa mais irá morrer por poder. – o mestre saiu do quarto.

 Peter não conseguia dormir. Quando pegava em um leve sono, sonhos em que ele cortava a cabeça da princesa vinham em sua mente. A madrugada foi perturbada para todos.

Ao amanhecer, Amina pediu que seus cavaleiros chamassem Peter. Ele, muito relutante, decidiu ir.

Amina estava sentada no trono, trajando um vestido vermelho vinho e joias douradas.

— Pediu que chamasse, majestade. Aqui estou eu. – ele disse com indiferença.

— Lembra de quando prendi seu pai e seu tio?

Peter assentiu.

— Quero resolver essa situação de uma vez por todas. Traga os dois aqui.

Ele apenas assentiu novamente e saiu do cômodo. A perturbação era pertinente em sua cabeça.

Ele desceu nas masmorras e foi rapidamente até a cela onde seu pai e tio estavam. O barulho de sua armadura ecoava no lugar.

— Peter? – disse Charles – O que você está fazendo aqui?

— Amina, ela quer que eu os leve até ela. Ela planeja algo meu pai, mas eu não sei o que é.

— Minha morte, com toda certeza.

Peter ficou visivelmente conturbado.

— Ora, não fique assim. Nós sabíamos que isso chegaria, uma hora ou outra. – Charles levantou. – Tom, você faça tudo o que a tirana mandar. 

— Mas, Charles... – Tom também levantou. – Eu farei. – ele disse com pesar.

— Peter, você sabe o que deve fazer após o que ela ditar.

𝑯𝒊𝒅𝒅𝒆𝒏 𝑰𝒏 𝑻𝒉𝒆 𝑺𝒉𝒂𝒅𝒐𝒘𝒔  · ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora