*Sinopse*
Duas pessoas bem diferentes, encontram em uma amizade força pra enfrentar a vida e reerguer quando cair.
Mas o quão estranho seria se esse sentimento se tornar algo maior e melhor?
Um amor não avassalador, mas construído com tanto carinho...
Estava conversando distraída com o meu guerreiro a caminho da agência que acabei batendo em alguém.
- Me desculpe... Quando levantei o olhar parei de falar. Alex?
- Hadassah! Ele também estava surpreso.
- Quem? Perguntou João confuso e nada feliz com a companhia. E acredito que ele vai gostar menos quando descobrir que é meu ex namorado.
- O que você comeu garoto? Você aos 18 anos era mais magro, mas tem o mesmo sorriso. Com isso o João fechou a cara. Mas estava absorta no reencontro.
- Não exagera Ster, eu só cresci um pouco ser saudável faz bem. E antes de falar qualquer coisa fui interrompida por João.
- Quem é você e por que está chamando minha namorada de nomes estranhos? Antes que eu me pronunciasse o Alex se explicou com aquele sorriso, apesar que me senti sufocada em meio a tanta testosterona impregnada no ar por esses dois.
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(Precisa de foto deles sem camisa para maior compreensão textual? Lógico que não, mas sou mulher e gosto de homens sem camisa).
- Perdão, sou Alex Pascoal, um amigo da Ana.
- João Pedro, por que tantos apelidos a minha mulher?
- Ana por ser mais rápido que Tatiana. Ster e Hadassah por causa daquela rainha da bíblia, comecei com isso quando ela entrou na igreja. Fiquei sem jeito em perceber que o meu príncipe estava ficando com uma cara nada agradável com essa explicação. E para não perder nem o amigo e nem o namorado decidi me afastar.
- Foi bom te encontrar, mas preciso ir andando.
- Tudo bem, estou indo almoçar, acabei de sair de uma entrevista de emprego e acho que vou me dar bem, gostei do chefe. Sem querer prolongar, decidi falar já caminhando.
- Bom almoço, até qualquer dia.
- Tchau Had... Tatiana.
Ao me afastar dele só dei margem ao João para começar a questionar.
- Quem é ele realmente?
- Meu ex namorado.
- Ótimo. Ele resmungou. Não é muito agradável presenciar essa cena, justo nesse dia. Me virei séria.
- Eu não sou a Gabi. Falei com raiva transpirando pelos poros e me afastei dele.
12 de julho
Finalmente férias, tchau relatórios, papers e seminários. Olá séries, filmes e livros. Estou aproveitando essa sexta para conhecer melhor minha sogra e ela me convidou para comer e assistir o filme Beleza Oculta.
- Já pensou ser visitada pelo amor, o tempo e a morte? O que seria dito? Questionou minha sogra.
- Eu não sei, eu queria pelo menos a visita do amor, as vezes eu acho que... Acabei me interrompendo.
- Acha que...?
- Nada não. Seria muito constrangedor falar sobre o João com a mãe dele.
- Se é sobre o João querida não se preocupe. Estamos em um momento entre amigas e não de sogra e nora. E isso acabou desencadeando minha boca antes do meu cérebro raciocinar direito.
- As vezes eu acho que o João não me ama. Tampei minha boca quando percebi o que falei.
- Minha criança não se preocupe. Agora me explique porque você acredita nisso. Já comecei, não dá pra voltar atrás.
- Ele nunca disse eu te amo, nunca parece estar cem por cento comigo e para finalizar sempre me compara com a aquela idiota da Gabi, porque só sendo idiota para trair seu filho. Arregalei os olhos depois que lembrei com quem estava falando. Desculpa, sei que agora ela está com seu outro filho. Minha sogra acabou sorrindo.
- Relaxe menina, eu nunca gostei da Gabi com nenhum dos meus filhos. Mas sobre o João, dê um tempo a ele querida, para ele sempre foi difícil confiar desde criança e isso é culpa minha.
- Como assim?
- Bom minha querida, espero que você não me julgue, mas o pai dos meninos teve um momento complicado e se tornou agressivo. Eu fugi dele com eles dois e como não terminei meus estudos, ser empregada doméstica com duas crianças não era fácil eu... Ela embargou um pouco a voz emocionada.
- Não precisa falar. Tentei reconfortá-la.
- Tudo bem criança. Eu me prostituia para alimentar meus filhos. Não digo isso com orgulho, mas eu faria de novo só para que meus filhos pudessem ter o que comer, um teto e ir para uma boa escola. Eu me emocionei por ver o que o amor de mãe é capaz de fazer.
- Eu não lhe julgo, pretendo ser assistente social e sei que não é fácil se libertar de um relacionamento abusivo e que não tem quase nenhum acompanhamento para as mulheres que conseguem. A senhora fez o que pôde por quem amava.
- Oh menina você é um anjo na vida do meu filho e da minha família, mas me permita continuar. Eu soube depois de um tempo que o João pedia a Deus para que eu não fizesse mais isso ao ouvi-lo discutir com o Mateus. Aquilo me dilacerou por dentro. Meu filho parou de confiar e crer em Deus ainda criança porque eu não tinha um profissão digna, porque eu não suportei apanhar, porque eu não terminei os estudos e não sabia fazer nada. Dois anos depois o pai deles me encontrou, falou sobre ter passado esse tempo nos procurando e visitando um psicólogo. No começo fui relutante, mas ele acabou me mostrando o homem pelo qual me apaixonei e nunca demonstrou nojo pelo que fiz por nossos filhos e o resultado disso é minha filha. Só que o estrago na fé do meu filho já tinha sido feita e o reflexo disso no seu relacionamento com as pessoas foi ficando evidente, ele não confiava em ninguém e quando fez isso foi traído. Então o que humildemente peço é que tenha paciência porque sei que você é um presente de Deus para o meu filho. Me surpreendi com isso.
- A fé do seu filho foi abalada, mas a sua não?
- Entenda, para mim a vida é feita de escolhas e consequências. Eu poderia ter escolhido ficar sofrendo pelos meus filhos ou procurar parentes que nem sei se estão mortos ou vivos ou um emprego de meio período, mas escolhi fazer sexo por dinheiro e eu não poderia culpar Deus por isso. Eu preferi enxergar como um presente um marido melhorado e uma filha maravilhosa, uma filha que nunca precisará passar pelo que eu passei.
- Acho que a senhora está me dando uma lição de amor e fé melhor que muitos pregadores que só visam a prosperidade financeira. Ela acabou sorrindo.
- Menina a vida é cheia de aprendizados independente de crenças e religiões.
- Eu sei, mas vamos voltar para o filme é a cena dele com a ex mulher. Mas aquela conversa não saiu da sua cabeça e ficou triste por não ter escutado sobre isso do próprio João Pedro, ele não confiava nela o bastante para isso.
Bom meus amores, essa conversa é necessária para o próximo capítulo. Sou igual DragonBall Z que escrevia no final que no próximo capítulo alguém iria morrer. Bom ninguém vai morrer, mas vou dar um spoiler. Vamos ter briga, lágrimas e separação.
