Tudo bem, é o normal

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Juliana

Aquela voz doce chegou até mim como as gotas molhando meu corpo e quase me senti fraca, sendo pacientemente amparada por seus dedos passando do meu braço a atrás da minhas costas.

- Embora... - Eu disse incerta em seus olhos azuis quando senti seus dedos se espalhando por minhas costas.

- Sem que eu tivesse aparecido? Veja bem Juliana, eu disse que viria todas as noites e continuarei fazendo isso você estando ou não estando, mas tem muito mais graça se você está aqui também e... - Sua timidez ao me esclarescer aquele fato me tomou com tanta ternura que não consegui evitar interromper sua fala com um selinho inesperado.

- Ah Juls... - Disse me atraindo mais perto com sua mão em minhas costas até que não houvesse qualquer centímetro entre nós e me abraçou beijando minha bochecha em seguida para minha surpresa também.

- Agora vamos, se não acabaremos nos resfriando - Pediu me abraçando pela lateral da cintura e nos fazendo correr até a parada de táxi completamente molhadas.

- Esperamos aqui a chuva parar e depois voltamos para a boate? - Perguntei esperando que largasse minha cintura, mas ela não fez menção disso, mas também de não fazer nada até que o roncar da minha barriga se fizesse evidente.

- Não acho que ali dentro tenha nada para alimenta-la devidamente - Falou traçando um círculo na lateral da minha pele fria que de pronto ficou tão quente...

- Para sua informação os pedaços de laranja que enfeitam os drinks são deliciosos - Disse levantando um dedo para ela em protesto enquanto pedia um táxi.

- Ah são? Mas não superam um restaurante de comida chinesa que tem aqui perto que... - A interrompi por aí sentando no banco de couro do carro cor de rosa e a recebendo bem ao meu lado em seguida.

- Não gosto de coisas cruas - Confessei para seu espanto e em seguida seu sorrisinho desbravador.

- Acaso já provou? - Neguei com a cabeça. Com só pensar ficava com nojo - Então como vai saber se nunca experimentou? - Continuei conforme a motorista dava partida.

- É como transar com um cara. Não preciso passar por isso para saber que é ruim - Felizmente convicta aos meus ideais desde sempre.

- Não compare assim também... - Começou incitando em mim certa intriga - Porque de comer comida chinesa eu  gostei - Rimos as duas em seguida e o táxi deu partida rumo a um lugar onde tivesse comida muito bem assada, um fast food.

- Você vai acabar se arrependendo de ter pedido para vir para esse lugar - Falou Valentina olhando ao redor as pessoas comemorem como desalentados.

Imaginei que não era seu ambiente, mas quis arriscar mais uma razão disso para além da óbvia.

- E porque eu faria isso? - Usei, para tanto, aquela pergunta.

- Porque lá se vai a boa impressão que tem de mim logo no primeiro encontro - Esclaresceu me surpreendendo quando entramos no espaço tomando uma mesa vazia.

- Isso é um encontro? - Perguntei quando puxou a cadeira para mim.

- Você quer que seja um? - Perguntou de trás da cadeira inclinando seu corpo atrás de mim até minha boca estar pertinho de seu ouvido.

- Valentina... - Ponderei com seu nome brincando nos lábios.

- Sim. É um encontro, nosso primeiro, e pode ser o último porque você escolheu hambúrguer e hambúrguer só deveria ser uma opção quando você já estivesse irrevogavelmente interessada em mim - Com ênfase no último deu por fim aquela provocação por um tempo prometendo o que viria mais tarde, mas dando seu tempo para falar mais dela agora.

CamilaOnde histórias criam vida. Descubra agora