Especialmente dedicado a Pamplin, feliz vida, e que o que não for tão lindo que sirva para continuar te fazendo crescer e se tornar essa mulher que tanto admiro.
Valentina
De súbito senti como meu sangue parava nas veias diante de seu comentário.
- O que pensa que viu? - Perguntei depois de alguns segundos calada.
- Eu não penso, de fato vi. Estava bêbado não inconsciente - O fato de tê-lo carregado provava o contrário, mas não o contestei em um primeiro momento.
- E o que viu? - Questionei ainda lúcida parada na minha cadeira, mas a um passo de pedir que parasse de se meter na minha vida.
- Minha melhor amiga me ajudando com a garota que preciso ter na minha cama - Revirei os olhos, estava disposta a não levantar, mas tive que fazê-lo.
- Eu não vou compactuar com isso - Disse me recusando com veemência.
- E porque? - Cruzou o braço em frente o peito com o cenho franzido, sempre que um homem fazia isso eu me perguntava o porque precisava segurar seus braços diante de uma contrariedade.
Respirei fundo.
- Porque não acho que a merece - Não quando a tratava com um objeto a ser conquistado.
- Eu, Sérgio, não mereço uma dançarina de boate? - Atravessei a mesa, fui em sua direção, parei bem em frente aos seus olhos.
- Justamente por esse tipo de comentários - Saliente o olhando com o olhar mais frio que consegui. As vezes não era um grito, não era a agressão, um olhar gélido era o suficiente.
Sérgio suspirou deixando entrever que se afetou por minha ação.
- Não deveria ter me expressado dessa maneira, me desculpa Valentina - Não Camila, não Juliana.
- Desculpo, se me prometer que vai tirar da cabeça essa história de se aproximar da Camila - Pedi, mesmo não sendo tão sincera.
- Então você pode ser amiga dela e eu não posso sequer me aproximar? - Assenti que sim mordendo o lábio, um sentimento estranho revirando dentro de mim, não era ciúmes, pois estava ciente de que não a interessaria, mas ainda sim me desconfortava saber que ele estava rondando - Você não está sendo razoável Val - Afirmou tomando uma cadeira, também voltei para a minha.
- Você foi em suas investidas? - Concordou que não, então prossegui
- Isso não está te fazendo bem Sérgio. Melhor deixar isso para trás, ela claramente não gosta de você - Coloquei tentando ser paciente e falhando miseravelmente.- Ela disse algo para você? - Perguntou como se apenas tivesse captado essa pequena parte.
- Não conversamos... - Ocupamos nossas bocas por boa parte do tempo com coisas mais deliciosas que apenas com lembrar me faziam mover o corpo na cadeira - ...Sobre isso - Completei não querendo dar na vista meus tórridos pensamentos.
- E conversaram sobre o que? - Estava curioso, mais que isso, parecia ávido por uma forma de descobrir como romper o gelo daquele coração tão inacessível.
- Sobre mim. Sobre ela... - Com nossos beijos. Fácil maneira de conhecer alguém...
- E ela te falou sobre os gostos dela? - Fiz uma expressão impassiva diante de suas palavras, não queria demonstrar emoção embora apenas a menção sobre seu gosto me tremesse o corpo.
- Sim. Mas não pretendo contar a você - Terninei dizendo e me recostando na cadeira.
- Mas... - Tentou argumentar, mas alçei o dedo interrompendo sua fala.
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