Capítulo XIV

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Convidei Samuel para ir aquela social comigo na casa de Nicholas, bem, ele aceitou, mas me pareceu nervoso, não sei por quê. Será daqui a 1 hora e 30 minutos e ainda vou começar a me arrumar. Coloquei um vestido de alcinha, até as coxas, soltinho, preto e com flores bordadas. Vesti também uma jaqueta jeans, azul clara. Sem maquiagem pesada ou detalhada. Apenas um blush leve e um brilho labial pouco visível. Como sou baixinha, pensei seriamente em pegar um salto alto, mas lembrei de que também sou desastrada e não sou acostumada, além do mais, nem gosto muito, então peguei uma botinha cano curto, preta.

Saí de casa e Samuel estava chegando em seu carro. Ele saiu e veio em minha direção, estava usando uma jaqueta de couro preta, longa, com uma blusa branca de capuz. Também estava usando uma calça jeans preta, colada, essa calça já é parte dele. Esse contraste de preto e branco combina muito com Samuel.

-Oi, Min Min! Está muito atraente essa noite. - falei para brincar quando ele se aproximou. Samuel fica todo vermelho e vira o rosto resmungando alguma coisa para si mesmo. - O que foi Min Min? Algum problema? - pergunto, inclinando meu corpo para frente. Esse é um ótimo apelido para o nome dele, mas acho que vi em algum dorama em que o personagem tinha o sobrenome igual ao de Samuel.

-Você está brincalhona hoje, em? - ele me olha parecendo irritado.

-Claro que não, Min Min. Só estou impressionada com o quanto você fica bonito de preto. - falei em um tom irônico, mas isso é verdade.

-Nossa! - ele levou uma mão a testa e a outra a cintura, afastando a jaqueta - Como você fica fofa me chamando assim.

Corei no mesmo instante, mas não deu nem tempo para que eu respondesse, Samuel veio em minha direção e me pegou pelo colo, erguendo-me em seus braços e me girando.

-Me solta! Samuel! Quando eu descer vou te matar! - falei entre risos.

-Esse é seu castigo por ficar brincando com o coração de um homem. - ele fala parando de girar e rindo. - se me chamar de Min Min de novo...

-O que você vai fazer, Min Min? - falei interrompendo-o e o encarando com um sorriso malicioso nos lábios. Ele mordeu o lábio inferior. Comecei a perceber que estávamos com os rotos muito próximos porque eu ainda estava em seus braços e de repente, perdi a pose de brincalhona, ficando vermelha em seguida.

-Você quer mesmo saber? - ele levantou a sobrancelha esquerda e continuou mordendo o lábio inferior. Parecia tão fofo e lindo, porém, tão perigoso.

-Não, obrigada. - falei voltando a mim e ele me colocou no chão.

Atravessamos a rua e paramos na porta da casa de Nicholas. Algo em mim começou a ficar estranho, eu não sabia bem o que era, mas estava pressentido algo ruim.

-Samuel? - o chamei.

-Sim? - ele me encarou.

-Obrigada por tudo que está fazendo por mim. - sorrio para ele. - graças a você estou voltando a sorrir e a me divertir. Obrigada.

Ele não me deu resposta por um tempo e vi suas bochechas ficarem levemente enrubescidas.

-O que foi? Tirou o dia para me deixar com vergonha? - ele encosta as costas da mão direita na boca, escondendo-a, e um pouco da sua bochecha também.

-Você fica fofinho envergonhado. - depois que eu disse isso começamos a rir juntos.

Nunca pensei que me sentiria assim tão à vontade com outra pessoa além de Nicholas e em tão pouco tempo. Samuel me deixa mais livre e solta para dizer e fazer o que quiser, e isso é incrível. Gosto do que somos e não quero estragar isso com minhas incertezas e idiotices que sempre estragam as coisas, não quero estragar nada como estraguei com Lucas, não que tenhamos algo parecido, só não quero arruinar tudo, não quero arruinar nossa amizade. E tenho certeza que minha mãe e o avô dele queriam que nós dois nos conhecêssemos um dia e cuidássemos um do outro. Vamos cumprir isso.

Depois do nosso pequeno ataque de risos, eu abri a porta e entrei na casa do meu irmão com Samuel. E quando vi aquela figura ali, no meio da sala, conversando com as pessoas, segurando uma taça de vinho na mão e na outra uma garota linda e esbelta, meu coração quase me traiu, mas ele me manteve de pé. A sensação que eu tive antes de entrar era por conta disso. Por uma fração de segundos o mundo desabou na minha frente e o chão quase foi embora. Nicholas veio em minha direção e começou a se explicar, mas eu não consegui escutar uma palavra do que ele disse, eu não via mais nada e mais ninguém, além daqueles dois, rindo juntos e parecendo tão felizes na sala de estar do meu irmão. Meu coração começou a acelerar e eu sabia que precisava sair dali. Arrepios percorrerão meu corpo e eu comecei a me sentir sozinha em frente a um furacão, do jeito que minha saúde é, um vacilo só e meu coração me para fazendo com que eu desmaie, isso não é bom, não é mesmo. Há quanto tempo não vejo essa cena? Faz anos. Realmente, não estava preparada para isso, não assim, não agora. Com certeza deveria ter ficado em casa esta noite, porque acho que meu coração vai parar mais uma vez, como não parava há muito tempo.

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Vocês estão curiosos para saber quem é essa tal figura? Aposto que já desconfiam... 😊
Amanhã vou postar mais um capítulo, já que vou ter um tempo extra... ❤Boa leitura...

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