Capítulo XXIII

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Na quinta feira, viajaremos para minha casa no lago á duas cidades daqui, então hoje, vou fazer os tais doces que a Jen falou, para os "noivos" que eu faria. Coloquei uma blusa de botão e uma saia de cintura alta branca, com um cardigã rosa claro, de um tecido macio e grosso. Calcei um tênis branco. Samuel disse que me ajudaria, então fui para o café, esperar ele sair do trabalho para irmos à sua casa. Ele insistiu que fizéssemos lá, então não recusei. Ele fechou o café mais cedo. Ainda é começo de tarde.

-Vamos. - ele disse caminhado pela calçada da rua.

-Sua casa é perto? - pergunto o seguindo.

-Sim. Lembra? Te disse que meu avô deixou para mim uma de suas casas. Ele tinha duas apenas. A casa que ele me deixou, foi a que ele morou no tempo em que conhecia sua mãe, fica perto do café. - ele fala, sem me olhar.

Estou caminhando a passos mais lentos que os dele. Olhando-o desse ângulo, assim, de costas para mim, sinto-me aliviada, desse modo ele não pode perceber o quanto fico lhe admirando. Abaixo a cabeça e coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha, depois volto a olhá-lo, para minha surpresa ele havia virado o rosto um pouco para trás e agora me encarava. Arregalei os olhos e corei.

-O que foi? - pergunto.

-Eu que pergunto o que foi. - ele sorri de lado. - Você estava me observando. - ele vira a cabeça para frente e eu dou uma corridinha até ficar ao seu lado.

-O que há com você? Só mulheres tem visão periférica aguçada por assim dizer, e mesmo que você tivesse não alcançaria atrás! - disfarço com um tom mais forte.

-Wou! Calma Morinha. - ele fala beliscando minha bochecha.

-Para com isso! - afastei sua mão com força e ele em um movimento rápido a pegou, entrelaçando-a com a dele.

-É melhor segurar sua mão antes que você saia correndo como uma criança birrenta. - ele me olha com um sorriso irônico.

-Já pedi para parar. - embora tenha dito isso, timidamente recostei meu corpo no seu, envergonhada. Ele não falou nada apenas riu e virou o rosto tapando a mão com a boca.

Samuel soltou minha mão quando chegamos em uma casa enorme revestida de madeira. Uma casa realmente linda. Meus olhos correram da grama verdinha e molhada ao terceiro andar da casa. Eu sou uma escritora famosa e modestamente ganho muito, muito bem, meu irmão e eu somos donos de uma empresa multimilionária e isso é incrível, mas nunca tivemos uma casa assim. Acho que somos simples demais para casas tão luxuosas. Temos nosso próprio critério de conforto.

-É como dizem "minha casa é sua casa" mas se você quiser mesmo... - ele me olha com um pequeno sorriso, que me tenta a dizer sim.

-Já tenho uma casa, obrigada. - faço uma careta para ele, franzindo o nariz.

-Tá, vem. - ele diz, sorrindo e me guiando para dentro da casa.

Ao entrar, levei as mãos ao corpo e me apertei com força, a casa estava fria o que é ótimo. Observei as cores brancas em várias tonalidades pelas paredes e móveis, o enorme sofá marrom e o piano de cor preta que se destacavam. Nas paredes, haviam fotografias de peças de teatro antigas, e algumas atuais, as reconheci na hora. Eram muitas mesmo, algo digno de um verdadeiro anfitrião das artes teatrais.

-Por que está tão frio? - pergunto sorrindo levemente com a sensação boa do frio.

-Por causa do ar-condicionado, não? - ele diz, como se fosse obvio, e na verdade é. - Sempre deixo no mínimo, prefiro assim. - ele sorri para mim. - já percebi que você também gosta. - não respondi, apenas lhe dei um pequeno sorriso.

A Coadjuvante Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora