Capítulo II

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Tomamos café da manhã e depois, Nicholas foi para o trabalho, nós dois somos donos de uma empresa de jogos muito famosa, a NA games, Nii administra tudo por lá. Peguei minha bicicleta vermelha, com a cesta marrom decorada por pequenos girassóis e fui para a reunião na editora Pequena Traça.
Cheguei a editora e corri pelas portas de rolar ciente do meu atraso. Depois de subir dois andares, avistei minha secretária em sua mesa e dei bom dia para ela.

— Bom dia, senhorita Kalffman, veio de bicicleta hoje? – perguntou, sorrindo e já deduzindo o motivo do meu atraso.

— Sim, senhora Walter – respondi antes que me entregasse uma apostila com o assunto da reunião.

Mary Walter tem 30 anos, cabelos cor de mel e ondulados, olhos claros e corpo esbelto, apesar de já ter dois filhos, além disso, sua maquiagem sempre está maravilhosa. Ela parece ser uma das pessoas que tem suas vidas arquitetadas, e pelo que vejo, o senhor Walter é sempre carinhoso com ela e com os filhos. Eles parecem mesmo se amar, por isso, ela, com certeza, não é uma coadjuvante no amor.

— Bom, vou entrar. Obrigada, Mary. – sorri para ela. Chamamos uma a outra pelo sobrenome apenas para não perder a relação chefe e secretaria, mas como convivemos há um tempo, às vezes, deixamos essas formalidades de lado.

—De nada, Amora. – Sorriu e depois retornou para seus afazeres e eu entrei na sala de reuniões.

Na mesa enorme da sala, estavam o desenvolvedor chefe, Jimmy Endrios, e o editor-chefe, Carlos Novak, que trabalham na editora e dois acionistas da empresa de design, Rick e Rikael Hênderson, junto com o chefe da empresa, Miguel Rivaliele. Ah, e claro, meu irmão, Nicholas. Nós todos estamos conectados de alguma forma, a editora responsável pelos meus livros e a empresa de design que os financia, a qual, por sua vez, faz parceria com nossa empresa de jogos, então, somos todos como uma grande família empresarial e lucrativa.

— Veio de bicicleta hoje, Amora? – perguntou Carlos, meio sorridente.

Apesar dele ser o editor-chefe, é Carlos quem sempre editou os meus livros, na verdade, ele só foi promovido a editor-chefe por causa do excelente trabalho que fez e faz com eles.

—Sim, sabe que alterno. – Suspiro e volto minha atenção a todos. – Bom dia, pessoal. – Todos retribuíram.

— Como todos estão presentes — o dirigente da reunião se pronunciou —, vamos começar. Se leram a apostila, sabem o motivo de estarmos fazendo essa reunião hoje. – Miguel fez uma pausa rápida. – Nossa autora, Girassol, precisa de um novo livro, faz alguns meses que ela não publica nenhuma obra.

—Tem razão. – Carlos pigarreia. — Logo precisaremos publicar alguma coisa. – falou, com um ar de preocupação.

—Talvez não agora, mas um pouco mais a frente as pessoas vão começar a perguntar – completou Jimmy.

— Embora, esse ar de mistério seja bom, ainda assim é preocupante – disse Rick. Todos começaram a me olhar esperando uma resposta.

— Vocês não precisam se preocupar tanto, eu estou com muitas ideias em mente – pronunciei-me com um ar convencido.

—Que bom – respondeu Miguel, aliviado.

—Mas não vou usar nenhuma delas – completei, contraindo os lábios e olhando fixamente para a mesa de vidro.

—O quê? – perguntou Miguel, confuso.

— São boas ideias, mas eu simplesmente não quero usá-las, preciso escrever algo novo, uma coisa nova! – Direcionei meu olhar para ele com empolgação.

— Seus livros sempre são diferentes – ressaltou Carlos.

— Eu sei disso, mas eu preciso de algo mais diferente ainda – rebati, ainda empolgada.

— E por que não para de escrever histórias que nos fazem chorar, sobre pessoas que nunca terminam com quem gostam? – perguntou Miguel, irritado. – Por que não uma história com um final feliz para variar?

—Por que você acha que sou tão famosa? As pessoas gostam de saber que não são as únicas a passarem por essas situações. Ler algo parecido com o que sentem as ajudam a se sentirem melhor, assim como eu me sinto escrevendo – falei um pouco irritada.

—Ok, ok, vamos nos acalmar. – finalmente, Nicholas falou alguma coisa. – Amora providenciará um novo livro, não se preocupem. – Ele sorriu.

—Não estou preocupado, eu a conheço, sei que fará um novo livro, porque Girassol sempre se supera. – Miguel falou aquilo para me motivar, mas não expressou isso. Suspirou. – Mas e você? – Voltou sua atenção toda para Nicholas. – Já pensou no próximo jogo?

—Ah, não eu não faço a mínima ideia do que produzir. – Soltou um riso nervoso e fraco.

— Você está pior do que eu, meu irmão – disse, colocando a mão na cabeça em sinal de desapontamento.

—Pelo menos eu não tenho ideias que não quero usar. – Nicholas fez uma careta para mim.

—O quê?! – levantei-me irritada, apoiando uma mão na mesa.

—Vocês dois, acalmem-se! Eu não quero saber qual a melhor situação entre vocês, eu fui nomeado presidente dessa parceria de empresas, então coloquem essas cabeças de gênios para pensar, eu sei que os dois têm muito potencial, afinal, são irmãos; não importa se de sangue ou não. – Contraiu a boca em um pequeno sorriso, mas não tão emotivo. – Eesta reunião se encerra aqui por hora, bom trabalho aos dois.

É... Bom trabalho para nós dois.

A Coadjuvante Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora