Eu quero que seja mais que uma atração carnal
A noite já havia caído, passava-se das sete e quarenta. Todos já haviam jantado e estavam espalhados pela grande mansão. Permanecia sentada em um dos sofás suspensos da pérgola, que possuía um aspecto rústico e aconchegante. Ela ficava no jardim, um pouco longe da piscina. O lugar era esplêndido, mas mesmo assim não conseguia tirar da minha cabeça o fato de uma gargola quase me esmagar. Minha mãe e meus avós ficaram meio receosos, mas disseram que poderia ser por que as gárgulas eram bem velhas.
Eu lia um exemplar de A Seleção e tomava um chá de camomila. Nunca tinha sido muito chegada ao chá, mas essa febre tá me deixando sem opções. Eu estava começando o capítulo 9 do livro quando senti uma aproximação, a princípio eu não liguei, mas quando pude ouvir a voz dele...
Santo Thiaguinho, me tira daqui.
—A noite está tão bonita... _ Nikollai comentou, sentando um uma cadeira a minha frente.
O mesmo parecia ter acabado de sair da piscina, pois usava somente um short folgado, que se encontrava completamente molhado. Engoli a seco quando seus olhos encontraram os meus. Eu estava apavorada, isto é óbvio. Tudo dentro de mim pedia para que eu saísse dali. Mas ele não precisava saber disso.
—É, está sim. _ respondo seca. Sentia o vento forte e gelado bater contra a minha pele quente, fazendo, além de tudo, meu cabelo bagunçar um pouco. Estávamos perto do inverno e nem sentia muito frio. Sem contar que o Natal estava próximo e não vi ninguém dando muita importância a isso.
Tentei voltar a ler, mas sentia minha pele queimar pela atenção que o Nikollai me dava. Ele batucava os dedos na mesinha de madeira, me fazendo perder a concentração, algo que me irritava. Parecia que minha cabeça estava sendo espancada cada vez que seus dedos iam de encontro com a madeira escura.
—Me diga, você tem namorado? _ Ele pergunta com um sorriso debochado. Fecho o livro com um pouco de força desnecessária, o olhando com seriedade. O mesmo não parecia surpreso com minha atitude. Muito menos intimidado. E caso estivesse, não demonstrava.
— O que você quer?_ fui direto ao ponto. Esse tipo de homem me dá nojo. E além disso, não tenho nem um pingo de paciência para joguinhos.
—Você não respondeu minha pergunta. _Disse, ignorando meu comentário, tornando a conclusão óbvia de que aquilo era um jogo. O que fez algo em mim tremer e querer atacá-lo.
—Não é da sua conta Sr. Evanoff._ falei com o mesmo tom de ironia acompanhado de um sorriso presunçoso.
—Então é assim que vocês Clement recebem seus convidados? _Ele falou com certo deboche, levantando-se da cadeira gradativamente. Ato esse, que me fez ficar em estado de alerta.
—Você não é meu convidado. E, caso por mim fosse, você, nem estar, não estaria aqui! _ Sorri ironicamente, me encostando no sofá e cruzando os braços. Ok que, tudo dentro de mim me pedia para sair dali, pra deixar pra lá, porém eu NÃO podia simplesmente sair correndo.
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Luna Suprema
WerewolfQuem poderia imaginar que personificação perfeita da Lua fosse tão ardilosa? Selene gosta de brincar com o destino de seus filho, gosta de saber até onde eles são capazes, gosta de vê-los agonizarem de angústia e dúvida. Ninguém nunca sabe dos plano...