Cap. 2

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Tentei não pensar mais no que ocorreu na casa de Aurora. Não queria me prender a um fato que fora errado desde o começo. Primeiro porque aquilo era realmente proibido na empresa, segundo porque eu havia sido usando apenas para o prazer dela e fiquei na mão com o pau desejando ser liberado.

Foi vergonhoso chegar na loja de Antonio, meu tio, e ter que ir ao banheiro me masturbar para passar a tenção que Aurora deixou. Por sorte não tinha ninguém na área de funcionário além de mim, os outros caras estavam em serviços na rua.

- Mateus? - ouço meu tio chamar.

Desligo o chuveiro onde estava embaixo a um tempo depois de ter me liberado e fico atento, muito ciente do que fiz e de qual as consequências.

- Oi?

- A mulher do serviço que acabou de sair, ligou. - congelo no lugar.

- Foi? - sou cauteloso, já pensando em uma desculpa.

No fundo, não fiz nada, ela quem me provocou, montou em mim gozou e saiu em seguida, eu fui um mero objeto durante todo o ato, nem a beijar eu beijei.

- Ela disse que acabou pedindo por uma verificação na banheira, está certo?

Sinto um alivio percorrer meu corpo e então puxo a toalha e me enrolo nela, saindo do box e vendo ele na entrada da área de funcionários, sua prancheta em mãos.

- Foi. - digo tranquilo - O termostato estava desregulado, então foi um serviço simples.

- Ah! - ele anota na prancheta - Vou repassar pra ela o valor então.

Ele sai e eu solto o ar que nem notava que havia segurado. Aquilo foi por pouco. Bom, pelo menos ela não tentou ferrar com minha vida. Apago o melhor que posso os acontecimento naquela casa após ter concertado a banheira dela e me arrumo já pegando o próximo serviço.

Quando volto para o escritório já era fim de tarde e do expediente. Finalmente.

Tiro o capacete entrando no escritório e vejo Antônio sentado a sua mesa falando com alguém no telefone, então apenas aceno e sigo direto até a área de funcionários.

- Pequeno Mateus! - me cumprimenta Paulo quando passo pela porta.

- Fala cara. - deixo minha bolsa de ferramentas no meu armário - Como foi hoje?

- Ai cara, tive que consertar o encanamento de um vazo hoje. Foi merda pra todo lado. - diz com nojo.

- Bem que senti um cheiro estranho, mas achei que era o teu natural. - provoco.

- Acabou o respeito com os mais velhos mesmo. - resmunga tacando sua luva de lã na minha direção.

Rio desviando.

Ele era cerca de vinte anos mais velho que eu, com cabelos grisalhos e uma pele queimada pelo sol do nordeste, onde viveu até a adolescência e então veio para cá, se mantendo por aqui até então.

- E cadê os gêmeos? - indago sentando em um dos bancos de madeira e começo a tirar minha bota e meias.

Julio e Augusto - sem trocadilho - eram um mais novos que eu, dois garotões, ratos de academia e que não tinham nenhuma perspectiva para seus futuros, então encaravam esse trabalho como a melhor coisa da vida e se dedicavam pra valer nele.

- Julio me ligou a pouco - responde Paulo - Eles estão indo na casa da Sra. Marta, parece que o cano estourou novamente.

Rio da situação, balançando a cabeça.

A Sra. Marta era conhecida por trair o marido com todos os homens que pudesse, seja ricos empresários ou simples mecânicos. Ela sabia da política da empresa de que não nos envolvíamos com clientes, mas tinha um carinho especial pelos gêmeos e sempre os fazia ir lá, apenas para ficar os vendo sem camisa.

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