Congelo no lugar.
Não, eu havia ouvido errado o nome que ele disse.
Engulo em seco e movo a cabeça quase mecanicamente na direção que Geovâni olhava. Desviando das pessoas eu consigo ver o rosto que logo fica completamente a vista e vem até a gente. Os olhos dela também vem na minha direção e ela demora um instante para ter certeza que sou eu, e seu rosto fica um pouco lívido, mas rapidamente se recupera, parando ao lado do marido e o olhando.
- O que foi, querido?
Eles eram uma visão juntos. Pareciam um casal perfeito. Ninguém poderia imaginar que essa mulher elegante traia o marido com garotões.
- Sua filha trouxe o namorado para conhecermos. - anuncia o homem.
- Namorado? - os olhos de Aurora vem até mim e então Pâmela, mil coisas se passando em sua expressão.
- Sim. - Pâmela sorri muito mais, parecia estar satisfeita com o show - Matheus, essa é minha mãe, Aurora.
Engolindo em seco mais uma vez, faço meu melhor para dar um sorriso simpático e fingir que jamais tinha visto aquela mulher antes.
- Agora sei de onde Pâmela herdou tanta beleza. - digo estendo a mão.
Aurora me olha com raiva, nojo, descrença, tudo ao mesmo tempo, e nem se digna a pegar na minha mão.
- Isso é uma piada, não é? - diz contida, mas dava para ver a irritação em sua voz.
- Querida. - o marido diz olhando ao redor.
- Não, não é. - Pâmela sustenta o olhar dela, que vai entre eu e a filha - Matheus e eu estamos juntos a algum tempo já.
Aurora me olha por um tempo longo, sua raiva nada disfarçada. Se ela não acreditava naquilo, eu acreditava muito menos. O destino só podia ser cruel.
- Pâmela, venha comigo. Quero...
- Não. - ela corta a mãe - Estamos numa festa e acho que seus convidados querem mais sua atenção. Só quis apresentar meu namorado. Agora se me dá licença...
Pâmela me puxa com ela. Faço um breve aceno apenas para o pai dela, que parece surpreso pela reação da mãe.
Atravessamos o salão em silencio, até parar em outra mesa com guloseimas e bebidas. Pamela pega uma taça com o que parece ser bebida alcoólica e a acompanho, virando de uma vez o conteúdo e sentindo o gosto do champanhe escorrer enquanto as bolhas da espuma formigam pela minha garganta, coçando.
- Isso foi um show e tanto. - comenta Letícia parando diante da gente.
- Eu não esperava que ela reagisse tão mal. - confessa Pâmela e olha pra mim - Desculpa, acho que foi uma péssima ideia.
- Tudo bem. - balanço a cabeça e pego outra taça, mas dessa vez dou apenas um gole.
- Eu devia ter filmado. A cara da sua mãe, ela pareceu ter perdido a cor quando viu ele. - Pâmela dá um sorriso debochado e os olhos de Letícia vem até mim - Você também ficou bem pálido ao ver ela. Sentiu a aura negra que a megera tem?
Dou um olhar para Pâmela, que me olhava e sorri dando de ombros, mas não sei porque o faz. Dou mais um gole no champanhe antes de falar.
- Ela é sempre assim?
- Hoje foi um dia de ódio gratuito, sinto muito. - diz Panela.
- Achei que ela fingir simpatia e depois me dar um longo sermão. - admite com um suspiro.
- Bom, se serve de consolo, seu pai me assustou mais. - brinco.
Ela ri e comentamos um pouco mais sobre a situação, mas logo o assunto morre, o que agradeço, porque minha cabeça está zumbindo o suficiente para continuar a falar sobre Aurora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Caso de Risco
RomanceMateus trabalha para seu tio Antônio na empresa de conserto de encanamentos dele, onde uma das regras é: Não transar com a cliente. Ele seguia essa regra a risca, até conhecer Aurora, uma mulher rica e com um grande apetite sexual, que faz dele seu...