Pela manhã ela se sentia melhor. Saímos para tomar café juntos, e foi quando resolvemos conversar.
- Desculpa mesmo por ontem. - ela diz após fazermos o pedido - Não imaginei que fosse ser tão ruim.
- Tá tudo bem. Eu sabia mais ou menos onde estava me metendo. - dou um sorriso curto.
Ainda não acreditava realmente que Aurora era mãe de Pâmela, ainda parecia ser uma piada de muito mal gosto do universo.
- Ela surtou muito mais do achei que surtaria. - ela brinca com um guardanapo, até que me olha - Porque ela te deu um tapa?
- Ela queria que saísse da sua vida, e falei que ela mandava em mim pra isso.
Não era mentira, mas também não era completamente verdade. Pelo menos Pâmela deu sorriso curto, o mais feliz que deu desde ontem. Se aproxima mais de mim e me dá um selinho, que transformo num beijo calmo. Precisava disso para criar coragem e entrar no assunto que tinha que entrar.
Somos interrompidos pelo garçom que entrega nossos cafés, mas ele sai sem uma palavra. Pego minha xícara e dou um gole.
- Eu vou sair de casa. - anuncia ela.
- O que? - olho surpreso.
- Não posso continuar lá depois disso. - ela me olha - Ela nunca vai aceitar nosso namoro, então prefiro ficar longe do que ter que ouvir ela falar a respeito disso o tempo todo.
- Mas você disse que já tentou e ela deu um jeito de você voltar.
- É, mas não dessa vez. Prefiro morar debaixo da ponte do que suportar um pouco mais viver sob o mesmo teto que ela.
Fico a olhando.
Ela estava fazendo por minha causa, porque queria ficar comigo. E porque não sabia da verdade sobre a raiva de sua mãe. Talvez Aurora não tivesse agido da forma que ágil se não fosse pelo que tivemos.
- Pode ficar lá em casa. - digo e ela me olha surpresa - É pequeno, mas dá pra ficarmos. Pelo menos até achar algo maior pra você. - dou de ombros não criando caso sobre a proposta.
- Eu iria adorar. - ela sorri e fico mais aliviado.
O resto do pedido chega e nos calamos enquanto é servido. Esperamos o garçom sair para continuar a conversa. Era hora de falar o que precisava ser dito.
- Preciso te contar algo. - ela me olha de lado enquanto pega seu sanduíche e dá uma mordida, prestando atenção - Algo que fazia antes de começarmos a namorar.
- Tudo bem. - ela pousa o sanduíche e mastiga dando um gole no café, atenta a mim.
Olho meu próprio sanduíche reunindo as palavras certas.
- Eu já havia contado que gostava de mulher mais velhas, e... bem, ficava com varias delas. - a olho de lado - Mas tinha uma que era fixa.
Pâmela encole em seco e assente.
- Era mesmo? Ou ainda é? - pergunta cautelosa.
- Era. - a olho para que visse minha sinceridade, apesar de não ser toda verdadeira - Falei com ela sobre finalizar o que tínhamos. Eu não gostava dela, era só... sexo. Mas juro que acabou, estou com você e é de você que eu gosto. - volto a olhar pro prato - Só quis contar porque... ela não aceitou muito bem e poderia tentar nos separar, só por raiva.
Fica um silencio e ergo a vista para a olhar. Ela está pensativa e não pressiono ela a nada, apenas deixo que pense o quanto precisava.
- Ela é bem recente, então... - comenta depois de um momento - O quão recente?
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Um Caso de Risco
Roman d'amourMateus trabalha para seu tio Antônio na empresa de conserto de encanamentos dele, onde uma das regras é: Não transar com a cliente. Ele seguia essa regra a risca, até conhecer Aurora, uma mulher rica e com um grande apetite sexual, que faz dele seu...