Segunda já começa com o pé esquerdo.
Havia passado o fim do domingo olhando sites de arquitetura, rabiscando desenhos e perdi a hora de dormir, então acordei um pouco tarde, tendo que correr para chegar na hora no escritório.
Todos já estavam lá. Antônio na porta da sala de funcionários, sua prancheta na mão. Ele olha pra mim de lado e eu dou um sorriso amarelo.
- Foi mal, dormi tarde. - digo entrando e indo sentar.
Augusto e Julio estão sentados lado a lado, quase indistinguíveis, ambos com os olhos de jabuticaba, cabelos escuros e lisos cortados curtos, além do corpo cheiro de músculos, mas como já estava acostumado com os dois, sabia que Julio era o que usava um cordão de ouro e o Augusto usava dois de prata. Não que aquilo fosse uma regra neles, as vezes trocavam os cordões entre eles.
- Como ia dizendo, - continua Antônio quando sento, trocando um toque de mão com Julio - Hoje parece que vai ser agitado, temos seis ocorrências só agora pela manhã. - ele olha pra prancheta - Julio, você fica com duas e Paulo também, quando chegar mais passo pros demais.
- Fechou. - diz Julio.
- Se tiver algo de privada entupida, nem me coloca. - anuncia Paulo e todos rimos.
- Relaxa que por enquanto não apareceu nenhuma. Agora vamos, levantem essas bundas dai e hora do trabalho.
Levantamos e começamos a nos organizar. Como sempre, troco a minha roupa normal pela da empresa, uma camisa polo, calça jeans já velha, bota bico de aço e nossa bolsa com ferramentas. Vou até a mesa do Antônio e pego o endereço do primeiro cliente, vendo que era no mesmo bairro que eu morava, rio e sigo até minha moto, montando, colocando o capacete e partindo ao trabalho.
Mal tinha acabado e Antonio passa pra mim o endereço do próximo, provavelmente porque fosse no bairro vizinho ao que eu estava, então assim que finalizo e falo com o dono da casa, sigo para o outro local. Levou um pouco mais de tempo, porque a pia estava entupida a uma longa distancia, então o esforço foi um pouco maior, mas dei conta. Volto até o escritório e sento com Augusto para comer enquanto tínhamos tempo.
Não tínhamos um horário certo de almoço, era sempre entre as 10hrs e às 13hrs, isso dependia dos primeiros serviços que pegávamos. Eram quase 11hrs e como geralmente eu não queria arriscar esperar dar fome, comi logo.
Augusto e Julio sempre traziam comida pronta de casa. Como moravam com os pais, a mãe deles fazia a marmita fit deles, e como eu não podia me dar ao luxo de comer em restaurante todos os dias fiz um acordo com eles, dava uma valor e eles traziam comida pra mim todo dia. No começo achei ruim ter que comer comida fit todo dia, mas acabou que rapidamente me acostumei e notei que assim eu podia manter melhor meu físico, já que eu não me exercitava com tanta frequência.
- Galera, quando finalizar ai, tem trabalho já. - avisa Antônio dando uma batida na porta.
- Cara, isso é exploração. - resmunga Augusto com a boca cheia de batata doce.
- Pede as contas então. - Antônio rebate simplesmente voltando pra sua mesa.
Rio e dou tapinhas na costa de Augusto que apenas balança a cabeça.
- Ei, pergunta da tua mãe quando ela vai fazer um bife com batata frita pra mim. - falo quando levanto pra lavar minha vasilha.
A unica coisa que a mãe dele me pediu quando os meninos falaram que iam trazer comida pra mim, era que eu devia devolver a vasilha dela todos os dias, e limpas. Aquilo era o minimo que eu podia fazer pra velha deles.
- Se depender de mim, no dia de são nunca.
Gargalho e jogo um pouco de água nele, o fazendo me xingar. Julio chega na hora que estou enxugando a vasilha e entrego pra ele, já me despedindo dos dois e indo pegar o endereço do próximo trabalho com Antônio.
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Um Caso de Risco
RomanceMateus trabalha para seu tio Antônio na empresa de conserto de encanamentos dele, onde uma das regras é: Não transar com a cliente. Ele seguia essa regra a risca, até conhecer Aurora, uma mulher rica e com um grande apetite sexual, que faz dele seu...