Capítulo 3

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Callie Torres Robbins

Depois daquele café da manhã horrível, Arizona e eu levamos os dois menores para escola e eu logo Ari me deixou na empresa e foi para o orfanato resolver o que tinha para resolver.

Agora estou conversando com Meredith na minha sala, estávamos conversando sobre o projeto para o lançamento do próximo perfume que vamos lançar. Agora estou contando a ela sobre o ocorrido dessa manhã.

- ... e foi isso que aconteceu Mer, o Noah está impossível. - suspirei frustada.

- Eu não acredito que ele falou para Arizona que não pediu para ser filho dela. - ela mantinha os olhos arregalados. - Arizona fez de tudo por ele. - eu acenei positivamente. - Medo da Zola fazer isso um dia.

- Não fica, amiga. Noah está rebelde, é só isso. - suspirei cansada.

Continuamos nossa conversa, logo Mer foi chegar o slide para a apresentação da propaganda e eu fiquei analisando últimos detalhes, mesmo que minha esposa quem fosse analisar, eu queria tudo perfeito. Era exatamente 11h15m quando a secretária de Arizona, Scarlett, que estava trabalhando para mim naquela manhã, bateu na minha porta.

- Entre. - Permiti.

- Sra Robbins

- SraTORRESRobbins. - Rosnei a encarando.

- Desculpe. - ficou sem graça. - Seu filho, Noah está aqui e gostaria de vê- la.

Eu estranhei, Noah odiava vir até aqui desde pequeno.

- Mande-o entrar, por favor.

Ela assentiu e se retirou, eu levantei e logo vi meu filho passar pela porta e me abraçar, eu o abracei. Mesmo chateada com ele, ainda é meu filho, eu o amo.

Ele tinha os olhos vermelhos, o cabelo bagunçado e a mochila nas costas, eu o olhei e respirei profundamente.

- Vem cá. - o puxei para o sofá. Eu me sentei e ele deitou a cabeça no meu colo. Eu fazia carinho nele - Você não foi pra escola, né?

Ele fez movimento negativo com a cabeça.

- Eu tô chateado com a minha mãe, mas eu não queria magoar ela. - ele sentou chorando. Eu só o olhei deixando ele continuar - eu juro, mama. Tudo que eu sou, tudo que eu tenho, eu devo a vocês, eu nunca magoaria nenhuma das duas, eu estava irritado, eu falei sem pensar. - ele limpou as lágrimas. - eu não queria magoar minha mãe.

Eu respirei fundo e peguei a mão dele.

- Filho, você não tem que falar isso pra mim. Você tem que falar isso para sua mãe, se desculpar.

Ele se encostou o corpo nas costas do sofá.

- Eu duvido que ela queira me ver. - bufou.

- Ela quer, ela é brava só na hora. - sorri. Mas logo tomei uma postura séria. - Mas você precisa tentar se entender com ela de uma vez por todas, não só agora porque você falou algo que não queria. Arizona dedicou a adolescência dela todinha para cuidar de você, ela te amou desde o primeiro segundo. - sorri nostálgica com as lembranças do dia que ela me contou sobre Noah. - E tem mais uma coisa...

Ele me olhou.

- O quê? - perguntou confuso.

- Você pediu sim pra ser filho dela. - pisquei.

Ele riu.

- Eu sei. - suspirou. - Você pode me ajudar conversar com ela? - quase suplicou.

- Posso ficar com seus irmãos para vocês conversarem em paz, isso é você quem tem que tomar a frente. Você já é um homem.

Ele me agarrou num abraço apertado.

- Tem dias que eu só queria ser o bebê de vocês de novo pra falar besteira e ser perdoado.

Eu gargalhei e apertei de volta o abraço.

- Você sempre vai ser o nosso bebê. A diferença é que tem que tomar cuidado com as atitudes. E - bati nele. - não pense que vai passar batido sua ausência na escola hoje.

- Mas... - ele me olhou com seus olhos arregalados.

- Mas nada. - beijei a bochecha dele. - Vai pra casa, descansa e mais tarde vamos resolver essa situação.

Ele sorriu e beijou minha testa. Pegou a mochila e ficou de pé.

- Obrigada mama, você é a melhor.

- Eu sei. - ri e dei de ombros.

Ele gargalhou e andou até a porta, mas parou e virou.

- Oh, mama, qual é a dessa secretária? Você sabia que ela tem uma foto da minha mãe no celular?

Aquilo acendeu uma raiva dentro de mim e eu levantei igual uma leoa.

- Como é que é? Eu vou falar umas verdades pra ela.

Ia passar por ele quando ele me puxou pra dentro gargalhando.

- Estou brincando, Sra Robbins.

- Noah!

O olhei com raiva e ele beijou minha testa indo embora.

*

Almocei sozinha hoje já que Meredith foi para casa ficar com Zola que estava doente e deixar Addison vir. Eu teria liberado as duas, mas ambas insistiram para que fosse assim. Arizona, normalmente, almoça comigo mas hoje ela havia ido buscar as crianças na escola no período do almoço e depois viria para cá.

Nossa empresa vai abrir sociedade com uma empresa do exterior, e a vice presidente da empresa vem essa semana para ver como está indo nossa empresa. Eu não sei absolutamente nada sobre essa sócia nova, apesar de chefiar o departamento de marketing, eu decidi focar com Meredith no projeto e deixar Addison tomando conta da sócia. Arizona está tão atarefada com a reforma do orfanato e os investimentos da empresa que deu total poderes a Addie também. Ou seja, Addison está coordenando essa sociedade.

Me sentei no exato segundo que o telefone da minha sala tocou. Apertei o botão do viva voz.

Ligação on

- Sim?

- Sra Robbins. - Scarlett disse e eu só revirei os olhos, não sei qual o problema dessa mulher.

Respirei bem fundo e alto.

- Diga.

- A Sra Robbins já chegou e solicitou sua presença na sala dela. - eu sorri.

- Estou indo.

Ligação off.

Ajeitei meu vestido no corpo e saí correndo em direção ao elevador, a sala de Arizona era no andar acima do meu, o último.

Quando o elevador abriu as portas, eu cumprimentei os funcionários que estavam ali perto, cumprimentei Scarlett e entrei na sala de minha esposa. Ela estava de costas, eu sabia que estava de braços cruzados, ela olhava por sua janela. Parecia pensar.

Eu, propositalmente, bati a porta atrás de mim quando fui fechar e ela virou, descruzou os braços e veio sorrindo andando até a mim.

- Querida...- sussurrou enquanto se aproximava para me beijar.

Ela me deu um longo selinho calmo.

- Oi, meu amor. Mandou me chamar, certo?

Perguntei envolvendo meus braços por seu pescoço. Ela assentiu pagando a mão por minha cintura.

- Sim, eu tenho algo a fazer e preciso da sua ajuda.

Eu a olhei confusa.

- O quê?

Ela riu.

- O sofá que eu encomendei aqui pra sala chegou ainda agora. - apontou. - gostou?

O sofá era lindo, preto, de couro e três lugares.

- Ele é lindo, amor. Era minha opinião que você queria? - perguntei.

Ela riu sacana, de lado, do jeito Arizona. Se curvou um pouco até meu ouvido e sussurrou.

- Quero comer minha esposa no meu sofá novo...

O Improvável Amor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora