Capítulo 14.

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Arizona Torres Robbins

Era a segunda vez que Eliza me ligava naquele dia, a primeira foi de tarde mas foi só gritaria então achei que tivesse me ligado errado, mas a noite, ela me ligou e disse que Ângela, sua noiva, tinha bebido demais e batido nela e em Ana, sua filha, e as colocado para fora, e me pediu ajuda para levar pra um hotel, e eu insisti que ficassem na minha casa por aquela noite, fiquei com medo de Ângela tentar algo se encontrá-la novamente. Eu sempre fui assim, sempre quis ajudar.

Eu sabia que Callie ficaria chateada, mas não imaginei que ela não quisesse nem me ouvir, Callie sempre me ouviu, sempre me entendeu, e hoje não.

- Arizona?

Eliza entrou na cozinha me chamando.

- Oi. - sorri sem mostrar os dentes. - Senta aqui.

Apontei para cadeira ao meu lado, ela veio e se sentou.

- Eu acho melhor eu e Ana irmos para um hotel, eu avisei a você, Callie não gostou nada disso.

- Não posso permitir isso. - levantei. - Vem, vou mostrar o quarto de hóspedes a vocês.

Pude ver ele respirar fundo. Mas me seguiu.

Depois de acomodar Eliza no quarto junto com Ana, eu me despedi das duas e recebi um beijo da pequena Ana me pedindo obrigada por ter ajudado ela e a mãe, eu sorri pra menina e disse que não era nada demais.

Agora vou enfrentar meu furacão Calliope, vou em direção ao nosso quarto e tento abrir mas a porta está trancada, bato na porta sem acreditar.

- Callie, abre isso aqui! - falei num tom que ela pudesse me ouvir. E não tive resposta, bati mais forte - CALLIOPE!

- Arizona, sai daqui! - ouvi o som abafado  da sua voz através da porta.

- Eu quero conver...

A porta foi aberta e ela me interrompeu.

- Foda-se o que você quer, eu não quero olhar para sua cara agora, então, por favor, para de bater na porta antes que acorde os meus filhos.

E ela bateu a porta para que se fechasse novamente, na minha cara.

- Calliope, abre isso aqui, ou nossos filhos vão acabar acordando mesmo, não vou parar de bater.

Falei e esperei alguns segundos, respirei fundo, passei as mãos no rosto e me virei para descer as escadas quando ouvi a porta ser aberta. Fui até ela e adentrei o quarto fechando a porta atrás de mim e dando de cara com uma Callie furiosa me encarando de braços cruzados.

- Amor...- tentei.

- Amor? - riu - o que você acha que nós somos, Arizona? Um casal de namoradas adolescentes?

Passei a mão no rosto.

- Não, Callie. Você é minha esposa.

- Só que não parece. - descruzou os braços e andou até mim. - Você atendeu uma ligação escondido de mim, me escondeu quem era, saiu sem falar ao menos aonde ia, se encontrou com sua ex, não me ligou para dizer que estava bem, trouxe sua ex para dentro da minha casa com a filha sem me comunicar e ainda se achou certa, qual dessas vezes você agiu como minha esposa? Porque não achei nenhuma. - ela falou olhando dentro dos meus olhos.

Eu não desviei o olhar do dela, comecei a falar gesticulando.

- Callie, ela precisou de ajuda, a noiva dela bateu nela e na filha, brigaram por motivos idiotas e, você me conhece, eu só quis ajudar e...- ela me interrompeu e eu revirei os olhos.

- Eu não tô brigando com você porque você ajudou ela, Arizona. - gritou.-  Estou brigando porque você - bateu os dedos no meu peito - agiu como uma solteira que toma decisões sozinhas, e trouxe a sua ex para dentro da minha casa. Não existem hotéis? Estou brigando com você porque você me desrespeitou, desrespeitou nosso casamento, desrespeitou nossos filhos. - ela segurava as lágrimas.

Callie está exagerando.

- EU NÃO TE DESRESPEITEI, e se a esposa dela achassem elas no hotel? Eu ajudei uma amiga! Ou você queria que eu deixasse ela lá apanhando com a filha por seus caprichos? - percebi o quão pesado peguei quando Callie me olhou boquiaberta - Amor, eu..

Tentei me aproximar e ela se afastou.

- Cala boca. - ela falou me olhando.

- É, mãe, eu acho que a senhora já foi longe demais.

Ouvi a voz do meu filho mais velho e virei para encará-lo.

- Noah, vai pro seu quarto. - falei.

- A Sofia acordou e entrou lá assustada porque vocês estavam gritando, eu vim ver o que era mas cruzei com o problema no corredor.

- Filho - Callie chamou a atenção do filho. - fica com sua irmã, eu vou falar mais baixo com sua mãe.

Ele encarou cada uma de nós e assentiu saindo do quarto. Quando ele fechou a porta ouvi a voz de minha esposa.

- Você acha que é um capricho?

- Não, Callie, eu escolhi mal as palavras. Olha - me aproximei e ela me encarava sem descruzar os braços ou desviar o olhar. - a Eliza é meu passado, você é minha esposa, com você que tenho filhos,  uma vida. Eu posso ter agido de uma forma errada e precipitada não conversando com você e trazendo ela para cá, me perdoa por isso mas não vamos brigar por isso, Callie. É um ciúme besta.

Tentei me aproximar e ela deu um passo para trás, respirei fundo.

- Por favor, Arizona, sai do quarto.

Revirei os olhos.

- Callie, eu não vou sair. Vou ficar aqui com você.

- Certo! - ela disse.

Relaxei mas a vi pegar o travesseiro.

- Você vai aonde?

- Eu vou dormir com um de nossos filhos.

Andou em direção a porta.

- Calliope...- falei cansada.

Ela parou, virou e me encarou.

- Você não me respeitou como sua esposa, Arizona. Eu não vou te perdoar por isso.

Saiu e bateu a porta.

O Improvável Amor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora