Capítulo 7.

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Callie Torres Robbins

A maternidade tornou o sorriso dos meus filhos o objetivo maior da minha vida, daria minha vida pra não ver meus filhos sofrendo... Iria a Lua... compraria o céu e as estrelas...pegaria o oceano e colocaria em um aquário... Daria a volta ao mundo á pé se fosse possível, só para vê-los felizes. De toda as riquesas que acumulei na vida, nenhuma delas teve o valor da minha familia e meus 3 filhos.
Nada foi tão importante quanto ver o rosto de Noah pela primeira vez, acanhado, no orfanato, nada foi tão importante quanto ver Nicolas saindo de dentro de mim e nada foi tão importante quanto ver Sofia saindo de minha esposa.

Os meus filhos são a minha vida e ler aquela cartinha tão deprimida de Nicolas esmagou meu coração de mãe, eu pude ver a dor no olhar de Arizona. Eu me sentia mal por estar tão preocupada em ter ciúmes que não percebi que meu filho precisava de mim. Depois de fazer todas as ligações que Arizona pediu nós viemos para os Games do shopping, Arizona comprou um cartão Black e nós três nos divertimos muito com altas gargalhadas, eu estava amando aquilo, aquele momento.

Quando vi Arizona jogando bola com ele no espaço dentro do game me lembrei que ela nunca o excluiu, desde aquele dia na sala dela que ela me pediu pra morar com ela, ela tomou Nicolas como seu, ela cuidava, protegia, amava. Nicolas era dela, às vezes mais dela do que meu, eles se davam tão bem que meu coração aquecia. Ela nunca discriminou por ser filho de outra pessoa, ela o ama, Nicolas é seu filho.

Nós agora estamos na praça de alimentação, Nicolas pediu um lanche enorme e nós demos, Arizona pediu só um milkshake e eu pedi um lanche também porque não sou besta. Sinto Arizona colocar sua mão sobre a minha.

- Filho? - ela o chama e ele a olha. - Como você está se sentindo?

Ele bebeu a Coca cola sem olhar pra gente, tossiu claramente forçado e respondeu.

- Estou bem.

- Meu amor. - falei. - Você está triste?

Ele arregalou os olhos e ali eu já tinha minha resposta. Conheço meus filhos. Minha esposa olhou para baixo e suspirou em derrota.

- Não, mama! Eu estou feliz.

- O que seu avô diz sobre mentira? - Arizona quem perguntou.

Ele suspirou frustado.

- Que homens com caráter não mentem. - resmungou.

- E você quer mesmo mentir para suas mães? - perguntei.

Ele fechou os olhos, passou a mão nos cabelos e nos encarou.

- Como vocês ficaram sabendo? Eu não quero vocês preocupadas.

Coloquei a cartinha que pegamos na escola na mesa e ele fechou os olhos.

- E quanto a preocupação, nós somos mães, vivemos preocupadas. - Arizona disse.

- Você pode nos contar o que está acontecendo? - Perguntei. - Nós vamos te ouvir sem interromper.

Ele assentiu, cruzou os braços e olhou pra baixo.

- Eu quase não tenho atenção de vocês, ou o Noah tem toda a atenção ou a Sofia, ou então vocês brigando. Minha mãe não para em casa, não me leva mais no futebol aos domingos, mama não deita comigo a noite pra gente rir das coisas. Quanto tempo vocês não fazem o dia de cada filho?- ele suspirou, e Arizona passou os braços pelo meu ombro quando vi meus olhos cheios de lágrimas.- Eu sei que uma hora a gente cresce e perde algumas coisas, mas não achei que fosse assim. Eu me sinto vazio, triste e parece que ninguém liga, nem mesmo vocês. E também...- ele travou.

- Diz, meu amor, continua. - eu falei e ele negou com a cabeça. - Por favor.

Ele olhou para Arizona, e ficou a olhando alguns segundos.

- Eu sei que você não é minha mãe.

Arizona soltou minha mão levemente. Minha esposa não merece ouvir esse tipo de coisa, meu coração se apertou e o dela deve está destruído. Os olhos dela estavam cheios de lágrimas, Nicolas estava com a cabeça baixa.

- Eu não sei qual o problema dos meninos dessa família. - ela falou segurando as lágrimas. E forçando um riso.

- Mãe, não é isso..

- O que é então? - minha esposa foi um pouco rude, mas ela ainda nem está curada das palavras de Noah. Eu beijava sua bochecha quando ouvi a voz de meu filho.

- Eu sei que eu tenho um pai.

Meu pescoço virou em câmera lenta na direção do meu filho, ele não me encarava. Meu coração despedaçou, como ele sabe disso?

- Que história é essa Nicolas?

- Eu vi, mama.

- Viu o quê, Nicolas?

Arizona sussurrava "calma."

- O meu pai.

- Nicolas, explica direito e devagar. - Arizona pediu.

- Ele me mandou uma mensagem no Facebook. Mas eu não dei confiança, eu queria saber de vocês duas. E pela reação de vocês, eu tenho uma resposta.

Eu comecei a chorar sem nem ter uma explicação para dar. Arizona socou a mesa, eu sei que não era nada com Nicolas, o problema era Ryan perturbando o Nic. Logo a voz rouca e potente de Arizona brava estava presente.

- Nicolas, eu não saberia dizer o que seria de mim sem que você existisse em minha vida, não teria tantos momentos alegres, não teria tanta graça, seria um tédio sem alguém para implicar com sua mãe e Noah. Eu posso estar ausente, deixando muito a desejar como mãe, mas eu prometi a você que eu ia mudar e um Robbins nunca descumpre suas promessas. - ela falava firmemente e num tom bravo. - Eu dei minha vida por sua mãe, você e seus irmãos, e faria tudo novamente, nenhum luxo se compara ao que eu sinto por você. Você é meu filho. Eu acordei às noites que você chorava, eu te ensinei jogar bola, te ensinei escrever quando teve dificuldade, te levei pro hospital, foi pra mim seu primeiro "mãe", eu fiz tudo. Enquanto Ryan fez algo horrível e sumiu. Você não tem um pai! Você tem duas Mães! Eu sou sua mãe! - ela socou a mesa novamente.

Nicolas pareceu absorver aquilo tudo e correu para o colo da Arizona chorando e se agarrou nela como se tivesse a idade de Sofia e nem se importou com a praça de alimentação cheia.

- Eu te amo, mãe! Me desculpa, eu te amo.

- Eu amo você, filho! - Ela o abraçou e voltou a chorar, eu abracei os dois e chorei.

Uns segundos depois ele voltou para o lugar dele.

- Filho. - chamei. - Eu e sua mãe vamos mudar algumas coisas necessárias e fazer o melhor para te ver sorrir, você pode prometer que quando estiver difícil vai nos procurar? - ele assentiu. Ari sorriu. - Não queremos você falando com Ryan, eu vou entrar em contado com ele...

Arizona me interrompeu tossindo.

- EU- quase gritou- vou entrar em contato com ele e pedir para ele te deixar em paz. Se mais pra frente você quiser saber mais dele, é uma escolha sua. Mas agora, nós queremos sua proteção.

Ele sorriu. Eu realmente não queria meu filho perto de um bandido estrupador. Os olhos do meu príncipe estavam inchados.

- Podemos jogar mais?

- Claro, meu campeão. - sorri.

- Só se chegar primeiro que eu.

Arizona falou e saiu correndo igual uma criança.

O Improvável Amor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora