O Improvável Amor 2

Capítulo 1.

Arizona Torres Robbins

Olhei para o relógio quando terminei de assinar a última papelada, marcava exatamente 23h03, certamente Calliope iria me matar. A empresa estava vazia, tirando eu e Scarlett, minha secretária.

- Hoje realmente o dia foi cheio. - Scar comentou enquanto saíamos da sala andando em direção ao elevador.

- Nem me fale. - suspirei. - Calliope vai me matar por não ter chegado pro jantar... de novo.- sussurrei a última parte.

O elevador chegou e nós entramos.

- Está sendo corrido? - Scar perguntou compreensiva.

- Você não faz ideia. - respirei exausta. - A propósito, Scar, obrigada por hoje. Eu não teria conseguido sozinha. Vou me lembrar disso na hora de falar com o RH sobre os funcionários.- pisquei.

Ela riu alto. Ela tinha uma gargalhada boa, acabei rindo junto.

- Que besteira, esse é só o meu trabalho. - ela falou me oferecendo um sorriso mais leve, gentil e tocou levemente meu braço.

O elevador abriu na parte da garagem.

- Vai querer uma carona? - ofereci torcendo para que ela negasse.

- Eu vim de carro.

Eu poderia gritar de alívio.

- Certo. Até amanhã, então.

- Até, mande lembranças a Sra Robbins.

Se Callie ouve ser chamada assim, xingaria, segundo ela, é Sra TorresRobbins que todos devem falar. Eu ri com a lembrança e assenti para minha secretária.

Entrei no carro jogando minha pasta no banco de trás e sai da garagem da empresa um tanto quanto desesperada, minha sorte era que o tráfego nas ruas de Seattle estava muito tranquilo. Em um sinal comprei uma rosa para Callie. Eu dirigia rapidamente, era sempre assim quando eu estava atrasada. Maria dizia que eu tinha que pensar nos meus filhos quando dirigisse, e pra não arrumar briga com a mãe deles, estou indo bem rápido. Logo passei pelos portões do enorme quintal de casa e parei o carro em frente a escadaria que levava a porta. Minha moto está aqui fora também, isso me garante que Noah está em casa.

O relógio fechou exatamente em 23h45m quando abri devagar a porta e pude ouvir a risada de minha adorável esposa misturada com a de nosso filho mais velho. Dei mais dois passos e pude vê-los conversando no sofá. O sorriso de Callie era enorme. E diminuiu só um pouco, mas ainda estava ali quando seus castanhos vieram de encontro a mim.

- Querida... - Ela levantou, fechou seu hobby de cetim preto que se abriu e andou até mim. - Você demorou.- selou nossos lábios.

Era tão prazeroso chegar em casa e ser recebida por ela. Mas ela estava calma demais. Noah nem me olhou.

- Eu tive muitas papeladas. Me desculpe a hora.- mostrei a rosa. - te trouxe isso.

Ela sorriu.

- Obrigada. - beijou minha bochecha.

- O que vocês dois estavam rindo? - perguntei ainda parada no mesmo lugar.

- Noah estava me contando uma história de algo que aconteceu hoje na escola. - Callie falou.

Eu o encarei, ele mexia no celular.

- Você quer me contar, filho? - perguntei.

Ele me olhou, levantou e andou até quase perto. Estava maior que eu.

- Talvez amanhã.- deu de ombros.

- Por quê? - perguntei.

- Estou cansado, só estava fazendo companhia para mama até a senhora chegar.