Rebelde Com Causa.

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Capítulo 7.

Parecia um forno. Me levanto agoniada com o calor e percebo que David continuava dormindo tranquilamente do meu lado. Suspiro e deixo minha cabeça afundar no travesseiro. Caramba, como é lindo. Deve estar muito cansado. Veio assim só para me ver? Como ainda consigo ser doce? Ele só veio pelo sexo, claro. Mas depois do sexo ruim com o Henry eu preciso descansar. Foi divertido apenas me divertir com o Sullivan. Vou até ao banheiro e passo um pouco d'água no meu pescoço. Olho-me no espelho. Está calor.

Escuto meu celular vibrar em meio ao silêncio da madrugada. Uma hora dessa, porra?! Volto ao quarto tentando não fazer muito barulho. 03:01 marcava no relógio. É uma mensagem do Lucas, dizendo que havia deixado uma caixa de pizza em frente da minha porta. Que amor de menino! Ele sempre fazia isso quando chegava de suas farras sem mim. Eu adorava. Ele diz que eu sou sua criancinha. Depois de pegar a caixa lá embaixo, com direito a quatro cervejas também, volto ao quarto. Eu amo o Lucas, cara.

Entro com a decisão de acordar meu amante. Ele não pode passar a noite inteira aqui, sua noiva já deveria estar preocupada. E eu não preciso da minha mãe me pegando na cama com um homem que por acaso é meu professor.

Me ajoelho no chão, ficando de frente ao seu rosto. Sua bochecha ficava fofa contra o meu colchão. Aliso seu cabelo. Homens mais velhos também podem ser adoráveis nenéns.

- David... - o chamo baixinho, tentando não assustá-lo nem nada - David... - ele arregala os olhos dessa vez. Olha afobado ao redor e se levanta rapidamente. - Calma, cara. - peço, rindo. Seu rosto apavorado é engraçado.

- Porra, que susto. - ele põe a mão no peito e senta na cama - Pensei que fosse sua mãe, garota. - ele fala enquanto coloca o cabelo bagunçado para trás. Eu continuo rindo, me apoiando na parede. Ele joga um travesseiro em mim, me fazendo parar.

- Não. Está tudo tranquilo. - pulo na cama e me sento, trazendo a caixa de pizza e as cervejas comigo. - Sua noiva deve estar preocupada.

- Não. Eu a avisei que poderia chegar tarde. Onde você estava? - pela primeira vez na noite me encara. Seus olhos azuis mais escuros. Sua voz mansa não dá jus ao demônio que ele é.

- Me esqueci que você vinha pra cá. Me desculpe.

- Tudo bem. - coça os olhos. Nem acredito que não fica com raiva de mim. Será que é sonâmbulo? - Acho melhor ir. Ainda tem escola.

Ele se levanta procurando seus sapatos. Sinto pena. Queria que um raio me atingisse agora.

- Come comigo antes.

Ele se acalma e parece analisar tudo melhor agora. Logo se senta ao meu lado. E me dá um sorriso cansado, e muito lindo. Bebemos e comemos enquanto conversávamos. Sem pressa. Pela primeira rimos juntos; sem malícia, sem jogos. Parecíamos velhos conhecidos que se conhecem muito bem.

Já está amanhecendo quando meu amante decide ir embora. Sem pegação. Apenas um beijo no rosto e um sorriso na boca que anunciava que a noite valeu a pena.

Caralho, nem transamos.

[...]

Estou na sala de aula; sentada na cadeira, mordendo um lápis para me distrair. As aulas passavam e simplesmente nada entrava na minha cabeça. Estou com muito sono. Maldito seja o professor.

- Evelyn? - um garoto com cara assustado para na minha frente. Franzo o cenho. - É a Sara.

Pela cara do pobre menino sei que é algo sério. Me levanto com firmeza e o fuzilo com os olhos querendo detalhes imediatamente.

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