Namorado da Minha Mãe.

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É um capítulo desagradável, mas necessário. Contém insinuações de abuso sexual; se você se ofende ou é sensível com esse tipo de conteúdo, sugiro que não leia.
E se quiserem conversar sobre isso ou sobre qualquer outro assunto sintam-se a vontade.

Capítulo 12.

Ter beijado Brendan talvez não tenha sido uma das coisas mais inteligentes que já fiz, provavelmente foi uma das piores coisas. Eu sabia que era uma péssima idéia interagir com outro ser humano depois do dia de merda que eu tive. Tomei um banho gelado e fumei três cigarros antes de bater na porta do pobre garoto, claramente isso não tinha me ajudado em nada. Depois que o beijo cessou e seus olhos assustados tomaram conta do ambiente achei melhor ir embora sem falar nada, eu tinha certeza que nada de útil sairia dos meus lábios naquele momento, eu não estava pensando com clareza. Deixo Brendan no telhado com a cara pálida sem saber o que fazer, pego minhas coisas no quarto e corro para o mais longe possível dali, como alguém que faz uma besteira enorme e não quer ter que lidar com as consequências.

No caminho de volta pensei no quanto Sara ficaria zangada se soubesse, dizendo que eu tinha arrastado mais um inocente para minha teia da morte. Mas isso não é uma coisa tão grave, não é? Somos apenas dois adolescentes que se beijaram enquanto estavam chapados, não precisaria virar uma grande coisa. Agora me sinto completamente estúpida por ter deixado o garoto daquele jeito, eu poderia ter falado algo legal que pudesse quebrar o clima constrangedor. Ele foi um amor me falando daquelas coisas sobre sua vida, me fazendo esquecer das merdas que rodeavam a minha mente por um instante. Eu fui insensível demais por fugir. Mas não tenho o total da culpa, minha cabeça não está funcionando direito com todo o peso de pensamentos que a estavam pertubando. As coisas simplesmente aconteceram, fluiram naturalmente como um rio. Brendan com certeza não tinha levado aquilo tão a sério e todo esse meu drama tinha sido em vão. De qualquer forma, é bom estar em casa para descansar depois de hoje.

Tudo que fiz quando cheguei em casa foi apoiar o queixo sobre meus braços deitados em cima do balcão da cozinha, ouvindo mamãe tagarelar enquanto cozinhava feito louca jogando vinho na frigideira e depois tomando um longo gole. Em outra ocasião eu estaria achando aquilo super estranho e com certeza a questionaria, mas minha cabeça devagava como um bebê que tinha acabado de acordar. Eu só queria fumar e dormir, talvez fugir para algum lugar paradisíaco. Mas, ver Samanta ali cozinhando empolgada como se o céu fosse perto, me anima um pouco e me aquece por dentro. Ela não sabe das coisas que me meto, do que eu passo e do que já me livrei. E está bem assim; linda, distante e radiante. Alheia a todo mal.

- Estou tão animada para que conheça o Tom e... - meus neurônios entram em choque e meus olhos piscam exageradamente para tentar compreender o que meus ouvidos tinham escutado. Eu acho que não ouvir direito. O quê?

- O quê? - repito a mesma coisa que a voz na minha cabeça está berrando, levantando meu tronco para poder sentar direito. - Quem é Tom?

- Garota, você não está escutando nada que estou dizendo?! - larga a colher de pau e leva a mão até a cintura, me laçando um olhar questionador. Encolho os ombros por culpa, eu realmente não estava prestando atenção. Estou com tantos problemas e ela nem fazia ideia. - Tom é o meu namorado e vem jantar com a gente amanhã. Coloque um vestido bem lindo. - sua expressão se suaviza e ela volta a cozinhar o que quer que aquilo fosse - Ele é importante para mim e está me fazendo um bem enorme. - as palavras saem em forma de canção da sua boca. Nunca a vi daquele jeito, corada e... feliz. A minha mãe está se sentindo amada.

Tom Selleck, dono do bingo que Samanta costumava ir todos finais de semana. Agora posso entender o porquê de sua agitação em ir jogar; havia um homem por trás disso. Aparentemente ele tinha batido o olho na minha mãe e se apaixonou instantemente. É claro, eu poderia questionar e dizer que era preciso conhecê-lo antes de arrastar o cara para nossa casa, mas como posso resistir a qualquer coisa quando minha mãe está com essa expressão de apaixonada? Finjo um sorriso encorajador enquanto estou surtando por dentro. Não sou paranóica, mas é evidente que nenhum homem desse mundo preste, e nenhum que, principalmente, mereça a mulher que me trouxe a este planeta. Mas ficarei na minha e verei qual é a dele, não medirei esforços para estourar seus miolos caso der algum passo errado e faça Samanta sofrer.

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