Esqueça Evelyn Walker.

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Capítulo 14.

[ Sara narrando ]

- Tem certeza que não pode ficar mais um pouco? - Scott balança vagorosamente nossas mãos dadas. Meus olhos vagam rapidamente até a imagem de Danielle me esperando atrás do meu namorado, a garota segurando sua pasta a frente do corpo.

- Você sabe das minhas obrigações com o jornal do colégio, Scott. - explico, balbuciando. Meus dedos furtivamente tentando escorregar dos seus.

- Eu sei, mas seria legal se fosse assistir o último treino antes do campeonato amanhã. - insiste, a testa franzida para sua carinha de filhote habitual quando queria algo. - O jornal não é tão importante, pode esperar. - abraça minha cintura, trazendo-me para perto. Aquela asneira sendo falada bem próximo ao meu ouvido enquanto ele beija minha bochecha.

É normal não se agradar com os carinhos do seu namorado?

- Não é tão importante? - cria-se um vinco entre minhas sobrancelhas, meu corpo se desvencilhando do seu. Não acredito que pôde dizer uma coisa dessas assim na minha cara. - Scott, você sabe o que significa para mim. O jornal me ajudou com minhas notas, conheci meus amigos lá. -  indago um pouco abalada.

- Eu sei, eu sei. Me desculpe. Você sabe que falo muitas besteiras. - acalenta-me prendendo meu rosto entre suas mãos e me puxa para perto novamente. - Mas tente ir, sim? Preciso de você lá. - alisa meu antebraço como se estivesse me consolando.  - Pode até levar seus amigos esquisitos e a maluca da Evelyn.

Antes que eu possa defendê-los ou reclamar da forma como fala das minhas amizades, sou calada com um beijo rápido e frio. Scott vai embora com seu grupo que passava pela gente no mesmo instante.

Como pode falar das pessoas que eu amo desse jeito tão mesquinho?

- Você está bem? Podemos ir? - a mão de Danielle repousa em meu ombro. Viro-me com o sorriso forçado para ela, concordando.

O mesmo sorriso que eu tinha aprendido a dar para que ninguém percebesse como os comentários impensados de Scott me atingiam e me deixavam triste. Porque eu tinha escolhido isso, mesmo que todos tivessem tentado me aconselhar ou me fazer enxergar a verdade na minha frente. Eu fui teimosa e quis me arriscar de novo, e me queimei.

Porque não adianta se é o mais belo ou aquele que faz seu coração dar mil piruetas. Se ele não respeita as coisas que você gosta, se não enxerga você de verdade, então não vale a pena.

Me esforço ao máximo para não transparecer nenhum tipo de tristeza a Danielle, porque não queria que se preocupasse comigo.

Conversamos sobre o show que iria acontecer nesse final de semana da banda que gostávamos até a sala do jornal. Estávamos esperando por isso há muito tempo.

Sou pega de surpresa ao entrar no lugar e ver Evelyn e Brendan na frente do computador dialogando e rindo como velhos amigos.

- Evelyn? - indago ainda um pouco assustada, a descrença evidente na minha voz. - O que está fazendo aqui?

- Sara! - pula com sua alegria misteriosa (porque a garota nunca estava feliz no colégio) da cadeira, colocando o braço sobre meus ombros acompanhado de um sorriso brando. - Brendan quis tirar algumas fotos minhas e mostrar como era o processo de edição. Tenho que confessar, sou muito fotogênica. - esboça de forma convencida e brincalhona, fazendo-me achar graça também.

Brendan sempre foi apaixonado por Evelyn. Apaixonado não, um fã bastante fiel, por melhor dizer. A aproximação deles anunciava o início do que me parecia uma catástrofe; um drink de coração partido, decepções e lágrimas.

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