Mark.

468 28 25
                                    

Notas da autora: Demorei, mas cheguei! Esse é um capítulo especial, como vocês já devem imaginar pelo título. Ele ocorre inteiramente no passado. É todo dedicado há uma época da vida de Evelyn, em específico sobre seu namoro com Mark que ela tanto cita em alguns capítulos, e como ela e sua mãe se ergueram depois da partida de seu pai. Estive muito ansiosa por ele, e espero que ele possa esclarecer vocês sobre algumas coisas.

Obs: Nesse capítulo há romantização de drogas e outras coisas que não são tão legais, mas quero afirmar que é só história, fantasia. Não faz parte da minha opinião pessoal e não quero incentivar nada. Vamos ler saudavelmente!

Estou me inspirando no ator Mark Ruffalo para criar o personagem de Mark.

Se tiver qualquer erro me perdoem. Boa leitura.


💙

Capítulo 19.

Do meu quarto e por todo corredor era possível escutar o choro sofrido e doloroso de Samanta fazendo meu coração arder dentro do peito e deixar minha garganta como se estivesse cheia de espinhos, fazendo o processo de engolir saliva ser pungente. Fazia algumas semanas que Charlie havia nos abandonado e desaparecido completamente. O negócio todo tinha acabado comigo e eu não sabia mais o que era dormir, ficava esperando e rezando para que o meu pai aparecesse na porta e dissesse que tudo tinha sido uma grande brincadeira, ou que pelo menos que estivesse arrependido do que fez e queria voltar. Eu aceitaria qualquer coisa porque costumávamos ser grandes amigos. Mas conforme os dias foram se passando, sempre muito parecidos, e Charlie não dava ao menos um telefonema, ficou claro que ele não iria voltar. Ou se lamentar, ou se arrepender. E por isso eu sabia que tinha de ser forte pela minha mãe apesar de está tão quebrada quanto ela. Eu tinha que segurar a barra da melhor forma que eu encontrasse; assim que chegava do colégio ia até o quarto de Samanta e a cobria em um abraço amoroso pelo resto do dia, saindo de lá com uma blusa ensopada e com sorte ter conseguido fazer com que Samanta comesse alguma coisa. De madrugada, como eu não conseguia dormir, saia pela janela e ia me aventurar pela noite, só tomando cuidado para voltar antes que amanhecesse totalmente. Acabava dormindo durante as aulas.

Chegando de mais um dia monótono vou automáticamente em direção das escadas para minha ''tarefa'' diária, parando abruptamente ao reparar a imagem silenciosa e pálida da minha mãe vagando pela cozinha, me pegando totalmente de surpresa e me deixando em pânico rapidamente. Fazia tempo que ela não saia do quarto, e cheguei a pensar que ela não sairia mais de lá.

Me aproximo, encostando na lateral da entrada do cômodo. Os olhos arrelagados e receosos vendo Samanta preparar o que me parecia ser um sanduíche.

- Mãe, a senhora está bem? O que está fazendo aqui? Aconteceu algo? - mesmo com cautela e de fala lenta, acabo fazendo perguntas demais deixando a mulher ciente que tinha deixado sua filha em alerta.

Ela não levanta a cabeça para me olhar, concentrada no que estava fazendo. Mas consigo vizualizar a sombra de um pequeno sorriso em sua expressão, achando minha preocupação em excesso fofa. Uma adolescente de 15 anos não deveria ficar tão alerta assim o tempo todo.

- Você deveria se acalmar, coelhinha. - sua voz é amena e atenciosa, totalmente diferente da Samanta desatenta e aérea dos dias anteriores. - Estou apenas lhe preparando um lanche.

Pisco confusa, ficando mais à vontade em entrar na cozinha e ficar mais próximo da mulher mais alta. A mesa de madeira clara nos separando.

- Por quê? Vamos a algum lugar?

My Daddy Onde histórias criam vida. Descubra agora