13: Chicago.mp3

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❝Você é a parte de mim
que não posso deixar ir embora❞

Chicago, Hard to say Sorry.

[p l a y l i s t]

Suspirar havia se tornado algo tão cotidiano para Changkyun que agora era quase como se fizesse melodia e pudesse se comunicar com o mundo ao redor de si apenas com um muxoxo repleto de melancolia. Depois da saída com Kihyun no fim de semana, de ver os olhos do mais baixo se apertando enquanto seu rosto se moldava em um sorriso largo, de passar mais do que dez ou vinte minutos ao lado dele, o Im acreditava que tinha se tornado alguma espécie de viciado em Yoo Kihyun.

Era um desejo bobo, pensava, pois apenas queria poder vê-lo soltar sua risadinha engraçada e bater palmas enquanto gargalhava ou ouví-lo cantarolar uma música, bem baixinho. Sim, todos os sintomas indicavam a coisa que Chang mais acreditava ser a certa quando se tratava do garoto.

Estava apaixonado por cada detalhezinho do Yoo, desde os cabelos loiros acinzentados desbotados que tinham as raízes no castanho escuro natural do mais velho até a forma que ele mexia os pés ao ritmo de uma música qualquer. Até mesmo a mania dele de bater no braço de Chang quando achava algo extremamente engraçado lhe parecia adorável.

Tardes de domingo nunca pareceram tão únicas daquela maneira. Sorri para o vidro da janela, vendo seu reflexo sorrir também.

Changkyun disca o número do Yoo. Nunca um som o deixara tão ansioso quanto o da chamada sendo realizada. O Im era som, era aquela tarde ensolarada, ele era tudo, pois tudo parecia fazer sentido no momento em que escutou a voz de Kihyun do outro lado da linha.

Chang? Oi...— a voz é calma, soando quase como uma música para os ouvidos apaixonados do moreno.

— Oi.— pigarreia. Não havia motivo para ter ligado, a não ser a saudade que o consumia, mas o quê pensaria o outro disso? Changkyun se perde um pouco na respiração baixinha do mais velho, divagando se teria sido uma boa ideia ligar para o mesmo.

O silêncio predomina entre os dois, mas não é igual ao silêncio do ônibus. Não é o silêncio acompanhado de vozes, não é o silêncio acompanhado do encostar de ombros e nem de uma música da playlist de "internacionais atemporais" do Im. É um silêncio que enche o ambiente, que faz cócegas no estômago e que implora por qualquer barulhinho que seja.

Então... Por que ligou?— e Kihyun quebra completamente a quietude que abraçava a ambos. Ele sorri enquanto o diz, mas Chang não consegue ver por trás das palavras dele.

— Não tive um motivo, eu só... — e um suspiro encerra a frase, como um ponto final que não deveria estar ali. Ele pensa que Kihyun o acharia estranho, sim, dizer que ligou pois sentia a falta do rapaz, sendo que se viram no dia anterior, o faria parecer estranho.

Por um instante, Changkyun sente todo o peso de estar apaixonado por um garoto. Todo o peso que a sociedade lhe jogava, o peso das expectativas o peso do medo e da insegurança.

Que bom que ligou, eu estava sentindo a sua falta. Kihyun fala devagar, como se saboreasse cada palavra em meio a toda sua vergonha por dizer isso.

O Im não se contém em soltar uma risadinha, se jogando de costas na cama, pois se sentia mareado de certa forma. Era como se estivesse prestes a explodir em sentimento puro. Nunca imaginou que tais sensações se mesclariam de forma tão harmoniosa e que causava ansiedade e certo desconforto.

— Kiki, quer ouvir uma música comigo?— se senta na cama, levando as mãos ao notebook sobre a escrivaninha ao lado da mesma. O quarto de Changkyun é pequeno e varia entre tons de verde e azul, mas agora parecia tão imenso e brilhante, como se o universo estivesse instalado ali.

Sim. O que vamos ouvir hoje?— o mais novo ouve um barulho vindo do outro lado, o lado do Yoo, provavelmente ocasionado pelo acinzentado se acomodando em algum lugar para poder acompanhá-lo de forma mais confortável.

Changkyun pensa por instantes, enquanto analisa sua playlist a qual demorara horas para criar. Cada música com um significado único. Rolou os olhos pela tela, e nenhuma música parecia se adequar a aquele exato instante. Até que seus olhos param em uma específica, e ele abre um sorriso ligeiro

— O que acha de REO Speedwagon ?
— pergunta e ouve um "uhum" em confirmação, do outro lado.

"Can't fight this feeling" se inicia, e Changkyun pode imaginar Kihyun de olhos fechados, sentindo a música como parte de si, mexendo os dedos como se orquestrasse os artistas e se deixando ser completamente envolvido pela melodia. Ele fechou os próprios olhos, a música alta não lhe impede de ouvir a respiração do Yoo. E ele consegue imaginar o mais velho ao seu lado, e é tão real a sua presença, tão palpável que sente o coração descompassado. O moreno estava imerso em seus sentimentos. Kihyun estava ali, do outro lado da linha, respirando calmamente, vez ou outra acompanhando a música com um cantarolar baixinho que fazia o telefone vibrar e emitir isso para o Im. Era quase como se pudesse tocá-lo ali e agora, a música os envolvia e ambos se sentiram tão próximos como nunca. Não havia contato físico, não havia fala, não havia ônibus e nem parada. Era apenas sons da respiração de ambos se misturando entre os trechos da música, que ecoava pelo quarto de Changkyun e nos ouvidos do Yoo.

— Quero te ver.— solta, tão baixo e soando como um choramingar. Kihyun pode ouvir, e ele sente o mesmo.

A música termina, mas haviam muitas outras mais na playlist do Im.

[p l a y l i s t]

E lansei a braba

6 meses sem att e vamos de Record
Desculpa a demora imensa galera, mas sabem como é teve Enem ano passado pra mim e agora tem a universidade
Estudante não tem vida e é isso

alem do mais, não conseguia escrever um "a" depois do acontecido com o Hoseok. Então minhas sinceras desculpas pela demora.

O que dizer do Kyun todo boiolinha?????!!!! Amo demais

Para críticas e sugestões eu estou completamente aberta, é só dizer galera.

bem, até a próxima att

[fui]

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