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15: Air Supply.mp3

❝Eu me dei conta que a melhor parte do amor é a fatia mais fina
e isso não conta muito, mas eu não vou desistir
Acredito que ainda há muito no que acreditar❞

Lost In Love, Air Supply

[p l a y l i s t]

Changkyun tomou um banho rápido, e ainda tinha uma toalha nos cabelos castanhos molhados quando Kihyun ligou. Era uma chamada de vídeo, e ele tinha certeza de estar ridículo todo despenteado daquela forma, contudo, atendeu. O rosto do Yoo tomou a tela, os cabelos loiro-acinzentados estavam jogados para trás e ele usava óculos de armação redonda.

O Im o achou tão lindo que gostaria de congelar aquele instante e rever a expressão feliz do loiro, ao iniciar a chamada de vídeo, todos os dias.

— Oi. — disse meio abobado. Kihyun de óculos era algo inédito para si. E a experiência de saber mais um pouquinho sobre ele o deixava com uma sensação estranha de borboletas no estômago.

— Oi. — Kihyun ajeitou a armação dos óculos no rosto. O telefone tremeu em sua mão enquanto ele buscava uma posição confortável na cama.

Um silêncio confortável (e bem usual quando se tratava dos dois) apoderou-se da chamada. Ambos apenas prestavam atenção em cada detalhe do outro que podiam captar pela tela. O Yoo quebrou o silêncio ao notar algo no quarto do Im.

— Você tem um poster do The Cure. — comentou, se referindo ao poster preso na parede do quarto, ao fundo do moreno.

— Sim, eu tenho. Adoro Three Imaginary Boys.

Falaram um pouco sobre a banda. Mas a conversa se perdeu em algum canto.

De fato, uma conversa longa entre os dois parecia quase impossível. Tinham gostos demasiado distintos para embarcar em um diálogo longo, que durasse o suficiente para que toda a sensação de quererem um ao outro pertinho se dissipasse. Nem mesmo as músicas que o Im apresentava ao Yoo pareciam o suficiente para virar assunto; não naquele momento, em que ambos pareciam mais receosos que o normal. E até que fazia sentido toda a sensação estranha se alastrando pelo estômago e peito. Estavam cada vez mais próximos, cada vez mais íntimos e cada vez sentiam mais os incômodos no estômago — uma sensação que mesclava frio e nervosismo. 

Tinha também, como complemento, o medo. Misturado com nervosismo e insegurança. 

Changkyun e Kihyun eram, de fato, demasiado complicados para conseguirem se expressar com algumas palavras. E talvez nem fosse possível, mesmo com todo o vocabulário do mundo.

Kihyun, percebendo que o silêncio que se instalava já começava a ficar incômodo, mesmo que valesse cada segundo — apenas para que ele pudesse ver o Im —, se ajeitou na cama e pigarreou.

— Chang, posso cantar pra você?— perguntou com um misto de timidez e animação. O Im arregalou os olhos, surpreso com a oferta.

— Eu adoraria te ouvir cantar, Kiki. — Changkyun quase derreteu com o sorrisinho que o Yoo lhe direcionou. Tinha certeza de estar com uma expressão super abobalhada.

— Algum pedido especial, Chang?— perguntou risonho.

— Só quero ouvir a sua voz. Pode cantar até cantiga infantil se quiser. Eu vou amar tudo o que você cantar.

O loiro inclinou o rosto, os cabelos descoloridos caindo sobre a testa. Olhando bem para a tela do telefone, agradecendo por Changkyun não estar ao seu lado e sim do outro lado da tela.

— I'm not in love...— começou baixinho, a voz saindo meio rouca. O Im arrepiou dos pés a cabeça, pela voz gostosinha do Yoo encaixar tão bem com a música. Era até meio boba a forma que reagia a tudo que Kihyun fazia.

O loiro continuou a  cantar de forma sussurrada, vez ou outra cobrindo o rosto com uma das mãos.

Changkyun sentiu que explodiria com aquele show particular. Com Kihyun sorrindo para a câmera enquanto cantava, todo tímido e com as covinhas superiores à mostra. Os óculos escorregavam pelo nariz dele vez ou outra, tirando toda a concentração do mais velho em lembrar da letra certinha da música.

Im Changkyun admitia com todas as palavras: ele estava apaixonado por aquele garoto.

O mais velho continuou cantando. As vezes rindo e esquecendo a letra. Mas o moreno amou cada segundo, até mesmo as caretas que o Yoo fazia quando errava a letra. Sentia o coração quentinho e as borboletas dançando loucamente em seu interior.

Kihyun cantando para ele parecia até cena de filme romântico. Era uma espécie de serenata tecnológica e engraçada.

Quando terminou, Kihyun escondeu o rosto no colchão, largando o telefone. Estava vermelho como um tomate, envergonhado demais por sua tentativa de declaração ter sido um completo fracasso.

— Eu amei, Kiki. Eu gosto muito da sua voz.

Isso foi o suficiente para Kihyun pegar o telefone novamente.

— Quer ver um filme? — o Yoo arranjou uma forma de não continuar tão envergonhado.

— Pode ser um dos anos 80?

— Pode ser até preto e branco.— sorriu, ainda um pouquinho frustrado por dentro.

Ficaram até altas horas da noite assistindo Vidas Sem Rumo. Com uma pausa de meia hora para o Yoo ensinar Changkyun a fazer pipoca. Kihyun chorou e Changkyun repetiu as falas dos personagens, de tantas vezes que assistiu ao longa. Foi um momento único, bem diferente do cinema no final de semana.

Era divertido ter que olhar para duas telas — ambos nunca diriam que prestaram mais atenção na reação um do outro do que na trama. Ouvir os comentários do outro e rir das piadinhas sem graça. Era mais simples e confortável, como se estivessem ainda mais próximos, mesmo à distância.

Quando o filme terminou, passaram longos minutos conversando sobre o enredo, até Changkyun ficar todo molinho de sono e ir fechando os olhos enquanto ouvia a voz de Kihyun.

— Boa noite Chang.— O Yoo sussurrou, encerrando a chamada, assim que viu o Im fechar os olhos.

Changkyun deixou um sorrisinho brotar nos lábios enquanto caía no sono.

[ p l a y l i s t ]

Autora de Playlist desaparece e volta com Capítulo curtíssimo, entenda o caso:

Pois bem playlisteiros, eu tive um bloqueio criativo enoooorme esses meses, mas depois de muita luta —  e The cure — cá estamos com mais um capítulo de PLAYLIST!

Gente o Chang é lerdo mesmo tá

Faltam 5 capítulos pra acabar segundo meus cálculos, e eu gostaria muito de terminar Playlist logo (pois a bichinha tá na luta fazem 2 anos né), mas estou com alguns projetos atualmente. Mas juro que tentarei atualizar o mais brevemente possível.

bem, é isso galera.

Apoiem o Wonho!

tchau.