Capítulo 4 - Dia em Família.

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Acordei com a porcaria do barulho de meu amado despertador. Levantei furiosa e arremessei ele contra a parede. Eram cinco anos agüentando aquele mesmo barulho. Aquele mesmo som estridente. Me despertando por diversas manhãs. Levando-me a mais um dia estressante. Esse em especial. Fui obrigada por meu terapeuta a visitar minha "amada" família. Teria de ver todos aqueles impertinentes juntos mais uma vez. Mal podia esperar. Peguei revoltosa o telefone. Disquei o número de meu antigo lar.

- Alô? – Uma mulher de ânimo extremamente irritado atendia o telefone.
- Vou visitá-los hoje. – Disse desanimada.
- Sakura minha querida filhinha, é você? – O humor dela rapidamente melhorou.
- Não. É o Barney e seus amigos. – Não resisti à piada.
- Não brinque com essas coisas minha filhinha. É feio brin... – Desliguei.

Por favor. Já não agüentava mais aquele teatrinho. Foi só eu falar, que ela mudou seu humor rapidamente. O que o dinheiro não faz? Minha família precisava de uma lição. Acham que conseguem se dar bem as minhas custas? Não deixarei! Farei o possível para não cair mais em seus planos sugadores.

- Maldito seja Neji Hyuuga. – Reclamei alto. – Por sua causa tenho que visitar aquela parentada nojenta. – Concluí irritada.

Demorei o máximo que pude no banho. Prolonguei o que pude. Demorei a escolher a roupa, sapato e acessórios. Não queria esbanjar tanto luxo para aquele povinho. Sempre que fui bem vestida, ouvia comentários extremamente ridículos e sem fundamentos sobre moda. Não conseguia segurar minha "simpatia" nessas horas. Sempre falei o que me dava vontade. Sem me importar com o efeito ou a quem afetaria. Só me importo com minha comodidade. O resto... O resto eu deixo ao léu.

- Quem é agora? – Disse irritada ao ouvir o som da campainha.

Fui até a porta. Abri totalmente desanimada. Foi aí que notei a presença de meu amado terapeuta. Ele estava com um pacote em mãos. E sorria bondosamente. Certo. Haku Koori com um sorriso gentil no rosto, só pode significar uma coisa. Ele estava aprontando algo. O que seria dessa vez? Não conseguia parar de pensar em idéias mirabolantes.

- Presentinho para você. – Ele dizia sorridente.
- O que é? – Perguntei. – É uma bomba por acaso? Me seria até útil hoje. – Brinquei.
- Sinto muito, é só um rifle. – Ele interagiu com minha brincadeirinha.

Dei uma leve gargalhada. Um dos atributos bons de meu terapeuta é sem dúvida seu senso de humor colaborativo. Adoro quando as pessoas interagiam com minhas brincadeiras. Me anima. É algo bom.

- O que eu vou fazer com um bolo? – Perguntei incrédula.
- Comer talvez. – Haku dizia com sarcasmo.
- Quem sabe. – Retribui.

Jamais imaginei que aquele belo pacote avermelhado, envolvido em uma bela fita branca, abrigaria um simples bolo. Certo. Eu adoro doces. Sou viciada neles. Mas acho que esse me decepcionou. Esperava algo a mais. Não sei dizer o que. Mas, não fiquei satisfeita com o que vi.

- Ta bom, não entendi. – Falei confusa.
- Muito simples. – Ele afirmou confiante. – Um pequeno agrado a sua família. – Ele concluiu sorridente.
- Aquele povinho não merece isso. – Afirmei segura. – Não vou levar. – Devolvi o pacote.
- Vai sim. – Ele insistia.
- Não! – Gritei raivosa.
- Sim! – Haku retribuía ao grito.

Ficamos um longo tempo trocando essas palavras. Ambos não aceitariam uma derrota. Isso estava fora de cogitação. Jamais perderia em uma coisa tão besta. Não levaria aquele bolo. Aquela família sugadora não merece sequer um telefonema. Aquele povo me revolta.

- Desista Haku, eu não levo isso nem que me paguem. – Ri freneticamente.
- Você é terrível. – Ele afirmou. – Faça o que quiser com o bolo. – Ele desistiu. – Só digo uma coisa, com essa atitude você nunca se reconciliará com eles. – Haku concluiu se despedindo.

Que seja. Nunca quis sequer pertencer àquela família desanimadora. Aqueles falsos movidos por dinheiro. Fui até a cozinha, e guardei o bolo na geladeira. Eu faria um aproveitamento maior. Merecia isso.

- Vamos logo, visite logo aquele povinho, assim a tortura acaba mais cedo. – Pensei alto.

Em seguida saí pelas ruas em direção ao meu antigo lar. Fui a uma velocidade lenta. Temendo cada vez que me aproximava de meu destino. De longe visualizei a velha casa. Simples, porém luxuosa. Sempre tive conforto ali. Nada, além disso. Vi uma aglomeração de gente em frente a casa. Meu dia seria longamente exaustivo.

- Oi querida. – Minha mãe dizia alegremente me oferecendo um abraço.
- Dispenso. – Esquivei dela.
- Tia Sakura, e meus presentes. – Alguém puxava minha sofisticada roupa.
- Que presentes? – Perguntei. – Vá a uma loja, estão todos lá, e assim permanecerão. – Afirmei irritada.

O garoto não desistia continuava a puxar minha roupa. Me lembrando cada item da lista. Enquanto isso, vários outros parentes me contavam seus problemas. E pediam favores. Algo que realmente não me importava. Não daria presentes, nem ajuda e muito menos lhes faria um favor. O que eles pensam que sou?

- Sente-se meu bem, conte como vai a sua marca. – Mamãe dizia empolgada.
- Vai bem, obrigada. – Respondi friamente.

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