Levantei vagarosamente. Meu querido despertador tremia sobre a mesinha de cabeceira. Tratei de agarrá-lo com força contra. Deveria lançá-lo direto ao lixo. Pena que dependo de seu estridente e irritante barulhinho. Fui lentamente até o banheiro. Mergulhei meu rosto sobre a pia cheia de água. Fiquei fazendo bolinhas com a boca. Até que o ar se acabou, me abrigando a voltar à realidade. Tomei um rápido banho. Vesti uma de minhas melhores criações. Um vestido preto, trançado nas costas, demarcado por um cinto quadriculado em minha cintura. Acompanhada de um belo e brilhante "Escarpam" preto. Sem falar no casaco igualmente preto, com detalhes quadriculados. Um conjunto perfeito. Saí mais que depressa. Tinha que rever os novos modelos da coleção de inverno. Uma tarde longa e trabalhosa, onde minha mais nova assistente mostraria serviço.
- Eu quero um café reforçado na minha mesa, os catálogos com as diversificadas cores, minha pasta com meus mais recentes desenhos, em dez minutos. – Ordenei a Ino. – Dez minutos. – Ressaltei.
- Pode deixar. – Ela disse saindo da sala.
Eu apenas me acomodei sobre minha maravilhosa poltrona. Dez minutos de descanso seriam suficientes. Até agora tudo estava caminhando perfeitamente bem. Tudo em seu horário. Do jeito que eu gosto. Enquanto esperava fechei levemente os olhos. Fiquei pensando nos preparativos para sábado. Tantos preparativos, sejam eles em casa ou na empresa.
- Aqui está. – Ino dizia organizando tudo o que pedi.
- Ótimo. – Disse sem dar importância. – Também quero a lista de modelos disponíveis. – Disse olhando o relógio.
- Bom, está logo embaixo da lista de cores. – Ino disse vitoriosa.
- Ótimo. – Afirmei. – Cinco estrelas para você. – Disse mostrando o número em mãos.Ela apenas continuou séria. Tentou esconder a felicidade que sentia. Realmente, até agora sem nenhuma falha. Cinco estrelas para ela. Cinco por ter trazido tudo que pedi, por ter feito isso em menos de dez minutos, e por colocar uma grande porção de açúcar em meu café. Cinco, em um ranking de dez estrelas. Mas de início está bom. Nenhuma outra assistente chegou sequer a três estrelas no primeiro dia.
- Mais alguma coisa? – Ela perguntava mostrando serviço.
- Quando eu quiser algo eu peço. Agora retire-se. – Indaguei o mais educado que consegui.
- Com licença. – Ela saiu quase correndo pela porta.
Decepção. Com uma simples frase ela já se desmanchava toda? Acho que ela não durará muito tempo. Que seja. É só despedir e contratar outra. Rapidamente tomei meu café. E comecei a analisar todos os modelos que eu tinha desenhado. Tenho que admitir alguns modelos estavam horrorosos. Já outros me agradaram imensamente. O que me impulsionou a escolher as cores. Eram diversas. Várias opções é uma coisa boa. Boa quando somente algumas te agradam. E no meu caso, minha paixão foi denominada a quase todo o catálogo. Ótimo. Indecisão às vésperas de um desfile. Tudo o que eu precisava. E as modelos? Uma mais sem graça que a outra. Nenhuma delas me agradava.
- Ino. – Chamei ao telefone.
- Sim senhorita Haruno? – Ela perguntava do outro lado da linha.
- Me traga mais catálogos de modelos, essas aqui não me agradaram. – Disse com um tom irritado na voz.
- Certo. – Ela desligou.
Esperei por três longos minutos. Até que finalmente minha assistente chegara atolada de catálogos. Às vezes ela exagerava em sua eficiência. Tratou de despachar tudo sobre minha mesa. Fazendo uma leve brisa passar por meu rosto.- O que está fazendo aí? – Perguntei encarando minha assistente.
- É... – Ela se enrolou.
- Retire-se logo. – Ordenei.
Ela imediatamente saiu pela porta. Como um cãozinho sem dono. Assustada por sua primeira bronca indireta. Chega a ser irritante. A estupidez consome o mundo. E decepciona mais uma vez os bem dotados.
- Me traz o almoço. – Disse pelo telefone.
- O que quer para o almoço? – Ino perguntava.
- Traga logo. – Ordenei, e em seguida desliguei o telefone.
Que audácia. A obrigação de toda assistente é atender sua chefa. Ela que se virasse no restaurante mais próximo. Se errasse apenas voltaria ao restaurante, até acertar um bom prato. Não preciso de nada muito refinado. Apenas gosto de coisas saborosas.
- Aqui está. – Ino dizia com uma imensa badeja em mãos.
- Deixe sobre a mesa, e retire-se. – Ordenei mais uma vez.
- Com licença. – Ela retirou-se pela porta.
Esperei algum tempo. E logo me dirigi a mesa, me aproximei receosa. De longe vi uma bela garrafa de vinho. Uma safra boa. Vinho? Algo um tanto quanto desapropriado para um almoço. Mas eu estava precisando de um pouco de álcool. Mais adiante observei um prato simples, porém incrivelmente saboroso. Lasanha ao tradicional molho de tomate. Prato perfeito em absoluto.
- Seis estrelas. – Disse saboreando meu almoço.
Depois de desfrutar da boa refeição oferecida. Tratei de pelo menos definir os modelos que seriam expostos no desfile. Roupas variadas. Perfeitas para as mulheres modernas de nossa fascinante sociedade. Sinto uma imensa satisfação em época de lançamento.
- Pronto, amanhã defino as cores para cada um dos modelos. – Concluí me espreguiçando.Peguei minha bolsa e casaco. E fui direto ao consultório de Dr. Koori. Mais uma seção se iniciaria. Fui o mais lentamente possível. Não tinha pressa em ouvir sermões. Pena que o apartamento era perto do trabalho. Então logo cheguei. Embarcando em mais uma logo hora de terapia.
- Como vão os preparativos? – Haku começava o interrogatório.
- Vão bem. Escolhi os modelos a serem apresentados. – Falei sorridente.
- Ótimo, mas estava falando dos preparativos de sábado. – Dr. Koori me encarava friamente.
- Vão indo. – Disse em um tom inaudível.
- Cadê a empolgação de antes? – Ele perguntava incrédulo.
- Acabei me empolgando com o desfile. – Afirmei sem graça.
Ele me encarou com aqueles orbes castanhos reprovativos. Culpando-me rigorosamente. Algo que me irritou. Quer dizer que agora eu tinha que me preocupar mais com a família do que meu renomado trabalho? Sem chances. Minha profissão sempre está acima de tudo.
- Não reprove meus atos. – Disse irritada.
- Não reprovo, apenas não concordo. – Ele disse sério.
- Não concordar é o mesmo que reprovar. – Gritei irritada.
- Não mesmo, reprovar é muito diferente de não concordar. – Ele argumentava.
- E qual é a diferença? – Perguntei.
- Você com sua ótima educação deveria saber. – Ele afirmou desafiadoramente.
Esse meu maravilhoso terapeuta conseguia me tirar do sério. É exatamente pela minha boa educação, que sei a igualdade entre essas duas palavras. Ele que estava equivocado com essas supostas diferenças.- Me explique então. – Desafiei.
- Claro. – Ele tomou um gole de seu chá. – Reprovar quer dizer que eu nãoaceito de forma alguma sua opinião ou ação. – Ele parou para me encarar. – Enão concordar refere-se a certas coisas que você está errado. – Ele concluiuvitorioso.
- Então, a mesma coisa. – Afirmei.
- Você não tem jeito mesmo. – Haku se lamentava. – Será que pelo menos vocêpoderia ajeitar tudo para a estadia de sua sobrinha? – Ele perguntava.
- Ta bom. – Concordei de uma vez por todas.
Nos fitamos por alguns instantes. Longos e intermináveis instantes. Comoaqueles olhos achocolatados me irritavam. Ele e seu ar superior. Achando queestá sempre coberto de razão. Chega ser repugnante.
- Cansei. – Afirmei me levantando. – Thau para você Dr. Koori. – Faleilentamente.
- Thau para você também Senhorita Haruno. – Ele revidou.
Que criaturinha irritante esse meu terapeuta. Não importava o quanto, mas elesempre estava a meu nível, sempre rebatendo meus sarcasmos e provocações.Detestável. Esse tipo de atitude não me diverte nem um pouco. Tratei de sairlogo em minha Ferrari. Arrumaria tudo para o sábado. Antes que meuterapeuta tomasse partido. Coisa que eu não duvido sequer um segundo.
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Outro Lado da Vitrine
Romance- Informações Úteis: • Sakura narra toda a história. Seus pensamentos interagem com a narração. • Pode conter hentai. • Possui personagens inventados. Esses que variam desde modelos, clientes, até a família de Sakura. - Sinopse: Sakura Haruno no au...