Capítulo 13 - Tentativa de Descanso.

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Abri lentamente os olhos. Corri ambos pelo quarto. Nada avistei. Despertadores, barulhos de obras. Nada. Plena paz e harmonia. Fiquei por algum tempo deitada curtindo minha confortável cama. Olhava para o teto com um sorriso por entre os lábios. Via alguns raios de sol surgirem por entre a cortina. Bocejei, e em seguida me sentei sobre o colchão. Procurava minhas doces pantufas. Passei levemente meus pés sobre o chão gélido. Até que finalmente se encontraram com as delicadas pantufinhas. Me levantei vagarosa até o banheiro. Olhei por um tempo a água cair pela torneira. Em seguida mergulhei meu rosto sobre a poça de água. Tudo estava perfeito. Silêncio e conforto. Tudo o que mais prezo.

- Belo dia. – Disse me encaminhando até a cozinha.

Preparei um reforçado café matinal. Acrescentei tudo o que podia. Pães, biscoitos, bolos, frutas. Tudo a meu dispor. Saborosas junto ao café. Deliciava-me com tudo aquilo. Até que em meio a uma bomba de chocolate, minha secretária eletrônica apita com seu barulhinho incômodo. Foi o que precisei para fechar minha cara. E levantar emburrada até o maldito telefone.

Você tem cinco mensagens novas na sua caixa postal.

Primeira Mensagem:
- Querida não esqueça de ver o quarto de Rayko, tenho certeza que adorará! Beijinhos. – Lee dizia entusiasmado.

Segunda Mensagem:
- Tia Sakura, temos que combinar o horário, minha mãe já está impaciente. – Rayko dizia em um abafado suspiro.

Terceira Mensagem:
- Hoje você está de folga, mas ainda temos consulta. – Haku dizia em um tom animado.

Quarta mensagem:
- Sakura? Aqui é Sasuke Uchiha, suas modelos se recusam a ensaiar comigo. – O segundo estilista dizia sem parecer se importar com tal situação.

Quinta Mensagem:
- Senhorita Haruno, passarei em sua casa mais tarde para lhe entregar alguns catálogos. – Ino dizia normalmente.

Fim das Mensagens.

O telefone completou com um toquezinho rústico. Não tenho muito que temer. A única mensagem que realmente me preocupou foi a de Haku. Que dia de folga é esse? Tenho que passar em meu terapeuta? Não mesmo. Tratei de pegar o telefone. Disquei mais que depressa o número de meu querido Dr. Koori. Espero que seja só uma piadinha infame.

- Não vou a seu consultório, dia de folga, e isso incluí você senhor Koori. – Afirmei rapidamente.
- Finalmente acordou, já são duas horas da tarde, não precisa abusar da folguinha. – Ele dizia frustrado.
- E o que você tem com isso? – Perguntei irritada.
- Nada. Sou só seu terapeuta. – Haku dizia em ironia. – Curta seu diazinho. – Ele concluiu e em seguida desligou.

Sim. Teve a audácia de desligar na minha cara. Como pode? Só eu que tenho direito sobre tal reação. Impertinente eu diria. Mais que isso. Um verdadeiro incômodo. Deixe isso para depois. Eu me vingo em uma próxima oportunidade. O cortarei bem ao meio de suas frases feitas. Frases irritantes essas. Parecem ter sido tiradas de um livro de auto-ajuda. Isso me incomoda profundamente.

- Já não me parece um belo dia. – Comentei brincando com alguns fios de cabelos.

Voltei-me ao café da manhã. Esse sim merecia uma aprofundada atenção. Em meio às delícias que desfrutava ouvi o amado barulhinho da campainha. Bati fortemente minhas mãos contra a mesa. Algo que causou um leve balançar de objetos sobre ela. Caminhei passos fortes e irritados até a porta refinada em madeira. Abri bruscamente a porta. Nada. Ninguém me aguardava. O que seria? Uma brincadeira de criança? Não. Logo percebi uma carta repousando sobre meu belo tapete avermelhado. Era envolvida por um envelope azul, com uma cafona figurinha em forma de coração a lacrando. Ri enquanto analisava a carta sobre minhas mãos. Dei mais uma olhada no corredor. Mas sequer uma sombra encontrei. Logo voltei a meu aconchegante apartamento.

- Vamos ver de que se trata. – Comentei abrindo o tal envelope.

Uma folha rosada estava presa entre o envelope. Tirei-a calmamente. E assim comecei a ler. Ridículo. Mais uma ameaça cafona e sem sentido de alguma modelo. Quem seria dessa vez? Não consegui descobrir. Jamais li tal letra, ou sequer conseguir entender suas gírias chulas. Coisas como, "Vai virar pastel.", "Você é uma ploc.", ou ainda, "Você vai comer o pão que o demo amassou". Ria freneticamente. Como não rir? A carta é absolutamente incoerente e chula. Mais uma criança mimada no mundo.

- Modelos... Tinham que ser jogadas a fogueira. – Ri de meu próprio comentário.

Ri por um longo tempo. Relia diversas vezes a carta. Realmente me divertia. Era a pura prova da decadência humana. Até que me enjoei. Joguei a carta no primeiro lixo que avistei. Fazia bastante tempo que não recebia uma ameaça. A última foi sem graça.

- Garotinha besta aquela. – Comentei me lembrando do ocorrido.

Minha última ameaça veio por e-mail. Uma pobre criatura relatava em seu empobrecido texto, que um dia pisaria literalmente em mim. Espero a tal pisada até hoje. A propósito nunca mais a vi em nenhum desfile, ou propaganda. Deve estar catando latinhas pela rua. Uma ocupação que se encaixa bem com sua inteligência.

- Cansei daqui. – Disse em um suspiro. – Acho que vou dar uma volta pela cidade. – Afirmei me encaminhando ao quarto.

Tomei um rápido banho. Vesti uma roupa simples, porém de muito bom gosto. E para dar um leve contraste um belo casaco negro, acompanhado de um colorido cachecol. Combinação perfeita com meu "All Star" vermelho. Como adoro esse tênis, sabe ser confortável e estiloso. Cai em meu profundo e refinado gosto. Depois de uma leve passada pelas ruas, cheguei a uma loja. Uma loja de tecidos para ser mais exata. Sim. Não conseguia me afastar do trabalho. Aproveitei para adiantá-lo. Reservei alguns belos tecidos. Realmente estava procurando algo assim.

Outro Lado da VitrineOnde histórias criam vida. Descubra agora