Capítulo 7.

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Não tem nada melhor do que acordar tarde em dia de domingo, sem o sarnento me provocando, apesar que ontem ele não falou absolutamente nada comigo, o que com certeza é uma maravilha, mas foi estranho, ele evitava olhar no meu rosto a todo custo, as vezes me dava vontade de chegar em sua frente e perguntar o motivo para ele estar assim, mas fiquei quieta.

Ele está se tornando mais indecifrável, as suas atitudes está sendo estranhas e difícil de compreender.

Tento afastar os meus pensamentos e levanto da cama ainda meio sonolenta. Me arrasto até o banheiro, faço minhas necessidades e higiene, querendo ir comer logo.

Destranco a porta e vou em direção ao primeiro andar, quando chego na cozinha o meu olhar foca no Dylan, logo ele percebe a minha presença e pela primeira vez desde o acontecimento naquele vestiário, ele olha nos meus olhos, mas não dura por muito tempo, e logo ele desvia o olhar.

—Cadê a minha mãe?– pergunto indo em direção a mesa, para tomar o meu café da manhã.

O meu olhar percorre por cada canto do local e não encontro a minha mãe, o que é bastante estranho já que ela sempre é a primeira a me cumprimentar para pedir algo nos dias de sábado e domingo, ou para fazer compras, ou para arrumar meu quarto. Hoje deveria ser folga dela, talvez ela tenha saído.

—Ela teve um imprevisto no hospital, mas disse que não irá passar o dia todo fora.– observo e escuto cada palavra, confirmando logo em seguida.—Ah, vamos precisar fazer o almoço, ou comer em algum lugar.

—Oi? Isso é sério?– meus ombros já começam a pesar de tanta preguiça que estou sentindo só de me imaginar cozinhando.

—Tia Ana falou que se depender dela vamos morrer de fome, então você vai ter que preparar o nosso almoço.

—Se você está achando que não vai me ajudar, está muito enganado!– exclamo pegando um morango no prato e começo a comer.

—Não vou não, não sei fazer nada na cozinha.

—Vai sim, não sou sua empregada para fazer comida e você com a bunda no sofá. Não se preocupe, você aprende.

—Tá legal, eu te ajudo, que garota chata.– ele sussurra a última parte, mas consegui entender perfeitamente.

—Digo o mesmo para você.– pego uma xícara e coloco o café dentro dela.

Pego o pote de açúcar e coloco duas colheres no líquido amargo, misturando a bebida.

Observo ele sorrir na minha direção quando coloco a xícara rente aos lábios, não sei dizer se é provocação ou expectativa, dou de ombros e tomo um gole do líquido amargo, querendo cuspir tudo de volta para xícara logo em seguida.

Isso está ruim demais.

Levanto rapidamente da cadeira e corro para perto da pia, cuspindo o café da minha boca, mas não adianta porque o gosto ainda está nela, jogo todo o conteúdo da xícara pelo ralo.

—Está tão ruim assim?– ele pergunta olhando para o líquido da sua xícara que está intocável.

—Está horrível, quem fez isso?– pergunto lavando as minhas mãos e boca.

—Fui eu, mas não tinha experimentado ainda, foi bom você beber primeiro, poupou o meu apetite.– lhe lanço um olhar sério enquanto ele fala.

—Pensei que você fez isso de propósito. Já estava planejando jogar as partes do seu corpo pela floresta.– sento novamente na cadeira.

—Nossa, como você é sádica.

—Depois desse café horrível. Vamos comprar algo para comer mesmo, não quero arriscar comer alguma coisa vinda de você novamente.– ele revira os olhos e para o seu olhar atrás de mim.

—O que é aquilo?– olho para trás de mim e percebo que é um papel em cima do balcão.

—Um papel.

—Isso eu sei, mas o que está escrito nele?

Levanto do meu lugar e pego o papel, percebendo a caligrafia da minha mãe pedindo para fazer compras da semana, junto com uma lista de produtos e um cartão de crédito que eu sei a senha.

—Vamos precisar fazer compras, então quando terminarmos de tomar café vamos logo no supermercado, no caminho nós comemos algo.

—Lobinha, vou tomar o meu banho para irmos, pelo menos não vou ter que comer algo vindo de você, que com certeza é pior do que a minha comida.– rosno para ele e vejo o seu típico sorriso debochado parecer no seu rosto.

Ele sobe correndo as escadas e eu volto a minha atenção para o meu café da manhã, pelo menos a minha fome ainda continua intacta, só que o gosto ruim da minha boca ainda está presente.

(...)

Termino de tirar a mesa do café da manhã e escuto passos vindo na minha direção, deduzo que é o Dylan já que não tem mais ninguém nessa casa além de nós.

—Lobinha, já está pronta?

—Sim, já acabei aqui!

Observo o seu olhar percorrer pelo meu corpo e voltar para o meu rosto, uma de suas sobracelha suspende um pouco, lhe dando uma expressão questionadora.

—Você vai vestida assim?– ele me olha com um olhar sério.

—Claro que eu vou.– reviro os olhos e começo a procurar a chave de casa pela sala.

—Não acha que esse short está curto demais não?– paro de procurar a chave e encaro ele.

—Primeiro que esse short está bom demais, segundo que você não tem direito nenhum de questionar as roupas que eu uso, terceiro que não estou entendendo esse jeito seu de querer mandar na minha vida.

—Tá esquece isso, só vamos logo!– ele passa por mim e balança a chave nos dedos.

—Vamos.– pego o meu celular, o cartão e passo pela porta sem olhar para ele.

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora